Alerta

66 6 2
                                    

Narcisa:

Quando abandonei minhas crianças, foi a coisa mais difícil que fiz na vida, durante séculos fiz o necessário para mantê-las protegidas, e quando não consegui mais conviver com tanta morte, as deixei, meu marido e eu recomeçamos, nova cidade, novos nomes, enfim, uma nova vida.



Mas mesmo assim vivi atormentada, tive outro filho para tentar preencher o vazio que às duas deixaram, não foi o suficiente, voltei para Romênia, anos depois, e descobrir que às duas foram mortas, me culpei por isso, acho que não teve um dia que eu não me punisse, tenho marcas nas costas, porque todos os dias fazia dois cortes, para nunca esquecer que abandonei minha criança para morrerem.

Porém, recentemente quando fui visitar seus túmulos, como sempre fiz desde que morreram, percebi que não estavam mais ali.



Usando magia conseguir sentir às duas, estavam vivas, e desde então não parei de procurá-las, até que tive resposta do mundo superior, era a localização das duas, não perdi tempo e fui até elas.

Obviamente não me trataram bem, eu as abandonei, entendeu perfeitamente, mais mesmo assim fico feliz por estarem aqui.

Posso não demonstrar como devia, mais só sei o quanto estou alegre por vê-las, mesmo às duas não tendo se tornado o que deviam, mesmo não sendo moças direitas.

Infelizmente o que me trouxe até  elas não foram só a saudade, a bruxa com quem Elizabeth mantinha uma amizade especial, voltou dos mortos, e planejando fazer da terra um inferno, obviamente não posso permitir, e ter minhas filhas por perto serão bem útil, afinal não são apenas vampiras, elas têm sangue de bruxa nas veias, são hereges, apenas não sabem disso, mantive isso em segredo por todo esse tempo, mais agora preciso que usem esse poder, vou ajudá-las a despertar esse lado adormecido.

Elizabeth:



Lauren me contou que usou meu sangue para transformar a Vic, eu estava ocupada demais agonizando para perceber o que se passava aí meu redor, em um pequeno lapso de lucidez matei a mamãe, mais só me lembro disso.

- Agora somos iguais.



Vic disse se sentando ao meu lado.

- Parece que sim.

- Não precisa mais sentir vergonha de ficar comigo.

- Não era vergonha.

- Não?.

- Talvez um pouco de orgulho, mais vergonha não.

-Cortem o papinho, nós sabemos que estão se pegando.



Camila falou da cozinha.

- Privacidade seria bom.



Falei.

- Desculpa, não sei como controlar isso.



Falou e Vic sorriu.

Senti uma dor de cabeça horrível, ouvi alguém me chamando, mais não consegui saber quem.

-Você tá bem?.



Vic perguntou preocupada.

- Acho que...

A dor começou novamente, dessa vez falou um lugar.

- México.

-O quê?.

- O quê está acontecendo?.



Mamãe chegou acompanhada da Lauren e da Mila.

-Só uma dor de cabeça.

- Só?.

-Ouvi uma voz, falou meu nome e depois disse México.

- Deixe-me ver.



Mamãe disse colocando os dedos em minhas têmporas.

Senti como um pequeno choque e depois apaguei.

Lauren:



Mamãe a colocou em transe, já vi isso antes, há muito tempo, é como uma hipnose do mundo sobrenatural.

-Fale comigo.



Mamãe falou.

Ouvimos uma voz ecoar pelo apartamento.

- O próximo alvo da Amestía, será a antiga tribo do México.

Ouvimos a voz trêmulas.

-Quem é você?.



Perguntei.

- Maya.

- Você está morta.

- Não mais, sejam rápidas se ela conseguir trazer essa tribo de volta, só restarão mais duas, e aí o fim do mundo.

Eliza acordou do transe depois disso.

-Ótimo, agora virei torre de transmissão, mais alguém quer fazer uma chamada no Elizafone?.

- Sem dramas, querida.



Mamãe disse dando batidinhas na cabeça dela.

- O quê faremos agora?.



Perguntei.

- Vamos para casa.



Falou.

Nos dias seguintes, voltamos a Romênia, nossa antiga casa fora reconstruída.



Conhecemos nosso irmão, eu não consegui me aproximar dele, já a Eliza e ele estão unha e carne, não sei como é possível, geralmente sou eu quem é a sociável, mas sei lá, algo nesse garoto não me cheira bem.

Damas da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora