5 - Henry

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Entrei no carro com o único intuito de dar uma volta no quarteirão. Desde que vi aquela janela aberta, convidativa, dando acesso fácil ao apartamento pela escadaria de incêndio, fiquei com aquela merda na cabeça. Talvez eu sugerisse a Emily que colocasse uma grade ali. Podia parecer paranoia, mas eu já estava nesse ramo há muito tempo para ignorar um fator importante como aquele.

Mal eu havia virado a segunda esquina quando meu celular tocou e o nome da senhorita Sanders apareceu na tela. Apertei o botão no volante que acionava o Bluetooth e atendi.

— Mathews.

— Henry... eu... uma mensagem... por favor, alguém... aqui.

— Se acalma, Emily, não estou entendendo nada. — porra só de perceber o nervosismo dela, eu acelerei ainda mais, voltando para frente do seu prédio — Já estou voltando. Chego em menos de cinco minutos.

— Vem rápido, por favor.

Desliguei sentindo meu corpo ficar tenso. Não sabia que merda estava acontecendo, mas a verdade era que aquela menina estava correndo perigo e pior, quem quer que estivesse fazendo as ameaças, tinha acesso ao apartamento dela, o que definitivamente tornava o lugar nada seguro.

Estacionei o carro de qualquer jeito e segui para dentro do prédio sem me preocupar em me identificar para o Carl. Àquela altura isso era totalmente dispensável. Poucos minutos depois bati à porta de Emily e, quando a coisa de madeira se abriu, a vi com o cabelo molhado enrolada em um roupão felpudo, e só de imaginar que ela podia estar nua por baixo, senti minha masculinidade despertar.

Ignorei aquela reação e em um impulso a puxei e a envolvi em meus braços, ao perceber o quanto ela estava tremendo e com o rosto molhado de lágrimas.

— Me diz com calma, o que aconteceu?

— Eu estava tão cansada, tomei um banho quente e o vapor da água no banheiro... Alguém esteve aqui... tem uma mensagem no espelho.

— Tudo bem. — precisava ir ver aquela merda, mas eu não podia deixá-la ali assim. — Eu preciso ir ver, sente aqui, eu não demoro. — sabia que eu estava sendo cuidadoso ao extremo, mas não conseguia evitar.

Depois que Emily concordou, eu a coloquei no sofá e segui para o seu banheiro. Quando entrei no cômodo, a mensagem no espelho estava quase se apagando, então peguei o celular e tirei uma foto, antes de discar um número que ficava na discagem rápida do meu celular.

— Steve, é o Henry... Não está nada bem, estou com uma cliente nova e ela vem recebendo ameaças. Você poderia vir ao apartamento dela... Sim, nesse instante... Obrigado, amigo.

Desliguei e mandei uma mensagem com o endereço do apartamento. E quando voltei para a sala, Emily estava exatamente como eu a tinha deixado, o que só me deixou mais puto. Ela estava assustada e eu senti vontade de matar quem quer que estivesse fazendo isso com ela.

Me sentei ao lado dela e passei meu braço em torno do seu ombro, sentindo-a relaxar um pouco.

— Liguei para um amigo policial. Sei que eu devia ter falado com você antes, mas ele está vindo pra cá. Sei que a sua amiga já prestou queixa, mas Steve é o cara mais eficiente que conheço, confio nele de olhos fechados. Acredito que ele vá dar mais atenção ao caso.

— O que você achar melhor, só quero que isso acabe.

— Não se preocupe, eu vou cuidar de tudo. Agora se você quiser ir dormir, fique à vontade, eu vou passar a noite aqui e atender Steve, quando ele chegar.

— Tudo bem, eu vou tentar, com você aqui eu fico mais tranquila.

Percebi que ela ficou reticente ao ir se deitar então eu a acompanhei e assegurei que não havia perigo, depois voltei para sala.

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