Admiradora secreta?

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  Antepenúltimo dia da semana antes do pequeno recesso. Pouco tempo pra fazer com que Bertholdt soubesse de sua existência, porém corre o risco de, não somente ele mas a escola inteira descobrir que ela foi a pessoa que escreveu aquela carta.

ANNIE

  — Bora vagabunda, estamos atrasadas já! — gritei enquanto mexia em meu telefone. Estava esperando a piranha terminar de se arrumar, nunca vi alguma demorar tanto pra se arrumar como ela.

— Tô indo! 'Pera ae! — ela saiu rapidamente do banheiro com resto de espuma de pasta de dente no canto de sua boca.

— Meu Deus, vai se limpar direito. Demora e ainda saí suja.

— Ah... — disse passando a mão nos dois cantos da boca, tentando tirar a espuma. — Okay, eu demoro porque acordo tarde, quase em cima da hora. Já você acorda cedo pra caramba, parece um morcego, quem acorda às 6 horas da manhã???? — perguntou.

— Quem???? Pessoas que tem aula 7 da manhã, não é óbvio? — rebati e reverei os olhos — bora, bora, estamos atrasadas. — alertei.

— Atrasadas quanto?

— Quanto? — soltei uma risadinha — 20 minutos! — respondi já estressada, odiava chegar atrasada — VINTE MINUTOS! — voltei a dizer, mantendo o ar irritado.

— E que que tem? — perguntou com a sua cara de sonsa, me fazendo ultrapassar todos os limites de paz.

— E que que tem???? — retomei a pergunta que me foi feita — E QUE QUE TEM?????? — suspirei cansada — foda-se, fica aí. — sai andando em direção a porta rapidamente, escutei meu nome sendo chamado algumas vezes mas não olhei pra trás.

Saí da casa rapidamente e segui em direção a escola.

— ESPERA AÍ! — ouvi um grito alto e logo virei pra trás, preparada pra chutar qualquer idiota que tentasse alguma coisa. Mas, quando virei, era apenas ela, morrendo, ofegante.

— É sedentária ao ponto de não conseguir correr meio quilômetro? — perguntei.

— Isso foi meio quilômetro? Certeza? Não foram três não? — respirava e inspirava rapidamente, tentando recuperar o ar que lhe faltava.

— Você é dramática até pra isso, misericórdia. — cruzou os braços.

Escutei alguém falar: "Hey, você!", e mais uma vez entrei em estado de alerta. Socar na garganta o primeiro filho da mãe que aparecer. Me virei rapidamente e vi uma pessoa do outro lado da rua, na outra calçada. Estranhamente familiar.

— Annie, é o amigo do Bertho, aquele que ficou falando que fui eu quem escreveu a carta — disse preocupada.

— Aaahhhh — prolonguei meu "ah", lembrando agora quem era —, mas errado ele não está, foi você mesmo que escreveu a carta. — respondi indiferente.

— Ei! Para com isso! — cruzou seus braços e virou a cara — tá, mas ele não precisa saber.

Me virei pra ver o sujeito e ele atravessava a rua. Mas por que diachos ele estava aqui?

REINER

Acordei com as minhas cobertas sendo tiradas de cima do meu belo corpo, diria que isso foi uma agressão porque a forma como foram retiradas foram muito brutas. Então me virei pra ver quem era o ser maligno que havia retirado a minha proteção contra o frio que fazia naquele quarto, me preparei mentalmente para, humildemente, mandar a pessoa tomar no cu mas, assim que me virei, vi que não era qualquer pessoa e sim a minha mãe. E, de repente todo o ódio sumiu.

 𝐂𝐑𝐔𝐒𝐇 ─ Bertholdt HooverOnde histórias criam vida. Descubra agora