3| Superação

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Isabella Lopez

Levantei.
Estava noite, ouvia o barulho do mar e de alguns animais na floresta. Então vi alguém saindo da floresta.

Era Jasper. Ele esta lindo, seus cabelos loiros brilhosos e sua linda pele pálida. Comecei a chorar e fui correndo em direção dele.

- JASPER!!!- Gritei seu nome.

Abracei ele forte, mas muito forte.

- Pensei que não viria me buscar dessa Ilha- Falei nos soluços.
- Faço tudo por você minha querida.
- Senti sua falta, mesmo que tenha passado dois dias aqui na praia.
- Também sinto a sua falta Isa.
- Minha mãe Jasper, minha mãe- Comecei a chorar em seu peito.
- Calma, calma.
- Nem acredito que você esta aqui, parece até um sonho.

Então minha mãe apareceu na praia.

- MAMÃE!!!- Corri para os braços dela- Minha mãe, como senti sua falta, como sobreviveu?- Perguntei abraçada.
- Eu não sobrevivi Isa, você sabe disso.
- Não! Queria ficar nesse sonho para sempre.
- Mas não vai minha pequena. Eu preciso que você lute, as outras pessoas precisam de você.
- Você não entende, né mãe? Esse é meu destino, não vou escapar desta Ilha.
- Vai deixar que uma vampira vidente e tosca acabe com sua vida? De jeito nenhum. Minha filha não sobreviveu isso tudo para morrer por causa de uma vampira que ja esta morta.
- Eu não sei se consigo.
- Consegue, eu confio em você- Disse ela dando um beijo em minha testa e desaparecendo.

Olhei para Jasper com os olhos cheios d'agua.

- E eu preciso de você Jasper, onde esta agora? Cadê você quando eu preciso?
- Você nunca precisou de mim Isa, você é mais forte do que imagina.
- Você não entende, não é mesmo?- Voltei a encher meus olhos d'agua- Minha mãe morreu e provavelmente vocês todos estão mortos, não sei oque virou daquela luta. Jasper? Eu não quero mais lutar.
- Mas e seu pai, Isa? Sua mãe não esta lá e seu pai pode entrar em uma depressão por perder a filha e a esposa ao mesmo tempo. Ele precisa de você.
- Paizinho.

Lembrei das boas memórias que tive com ele. Lembro quando ele me ensinou a andar de bicicleta, ele também me deu a primeira moto que destruí em menos de um mês, parece que é um dom que eu tenho. Lembro dele me contando histórias, e de sempre estar ao lado de minha mãe quando eu dormia.
Eu sei que ele não se separou da minha mãe, pela traição dela, só para parecer uma boa família para mim. Eu amo ele, eu amo minha mãe, eu amo minha irmã, enfim eu amo minha família.

- Eu vou lutar Jasper- Olhei para baixo e fechei minhas mãos.
- É isso que eu queria ouvir, até logo meu amor.
- Espera- cheguei nele dei um beijo e peguei em seu pênis- Só queria sentir mais uma vez, e mesmo no meu sonho é idêntico ao real- Dei um sorriso.

Ele sorriu para mim e desapareceu.
Então comecei a sentir uma cosquinha em minhas pernas, comecei a rir. Então alguém do céu começa a gritar.

- ISA? ACORDA! ACORDA!!!!!

Abri meus olhos, era madrugada, o sol estava raiando, a manhã aqui deste lugar é lindo.
Ainda estava sentindo algo em meus pés, quando olhei era uma cobra, estava se enrolando em minhas pernas me prendendo para me engolir.
Essa cobra é uma jibóia, não é venenosa, mas seus músculos são fortes e podem quebrar ossos humanos, ela não é tão grande, cerca de um metro e meio, consigo mata-la, isso se ela não pregar seus dentes em mim.
Fiquei parada, observando ela me enrolando com calma, não fiquei apavorada.

Tive um amigo biólogo que me ensinou várias coisas, inclusive como segurar uma cobra de força bruta.

Ela começou a subir em minha cintura. Deitei minha cabeça na areia e diminui minha respiração. Essa cobra é curiosa e que ver por onde respiro, esse é o método para matar a presa mais de pressa, asfixia-las até a morte. Mas ela não vai me matar, não até me prender com força para que eu fique imobilizada.

Senti ela se rastejando pela minha barriga até chegar em meu rosto e ficou cara a cara comigo. Prendi minha respiração e ela não parava de colocar sua língua para fora.
Ela virou sua cabeça para prender minhas mãos, então com uma agilidade e rapidez com a outra mão peguei ela pela cabeça/mandíbula e depois segurei com os dois braços. Ela se enrolou em meus braços e começou a apertar. E eu também apertei mais forte fazendo o canal de sua respiração se fechar.
Minhas mãos começaram a ficar vermelhas e depois roxas, tenho que fazer alguma coisa.
Coloquei a ponta de sua cabeça na areia e pisei com força fazendo quebrar sua mandíbula. Ela ainda não soltou. Comecei a gritar de raiva e dor e pisei mais forte com meus sapatos, até sua cara ficar destruída, então ela me soltou devagar.
Girei ela ainda pela mandíbula e lancei para longe. Me ajoelhei no chão com uma respiração alta. Comecei a chorar.

- MERDA!!! Como vou sair desse lugar, não consigo.

Olhei para a cobra em que matei e senti fome. Fazia dois dias que estava ali naquele lugar deitada e eu vou comer ela, só tenho que fazer fogo.

Entrei na floresta e fui a procura de galhos e gramas secas, consegui achar algumas, então olhei para a minha frente e vi uma cobra branca. Essa deve ser albina super rara ou uma mussurana, muito venenosa.

Olhei naquela cobra branca e grossa, e lembrei do meu Jasper, o meu bebê, que saudades que estou de você. Enfim, foca Isabella, vamos fazer fogo.
Voltei para a praia, coloquei os matos secos em baixo e coloquei um galho deitado e outro em pé, fazendo um T de ponta cabeça, comecei a esfregar. Começou a sair fumaça e logo veio o fogo.
Ja estava escurecendo.

- ISSOO!!!- Gritei alto.

Coloquei dois galhos ao lado da fogueira, peguei a cobra Jibóia e cortei ao meio com uma pedra meio afiada e coloquei para cozinhar uma parte. A outra enterrei na areia para comer amanhã de manhã.
Tomara que nessa Ilha tenha água potável em algum lugar. Percebi que aqui é um lugar cheio de cobras, tenho que tomar muito cuidado e não andar em matos fora da visão do solo.

Terminei de comer, estava muito bom. Peguei umas folhas grandes que achei e me cobri. Lembrei de minha mãe novamente, comecei a chorar, chorei até dormir.

A Irmã De Victória - Vol. 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora