KAROL
— Lógico que não, Renato. Heitor é um cavalheiro.
— Ele beijou karol e disse que está louco de tesão por ela.
Minha irmã delata e eu quase caiu dura no chão.
— carolina ! — eu dou um grito de alerta, e ela me olha com um
sorriso cínico. Ela se faz de sonsa, mas eu sei que está tentando criar
conflito. Ela não aprova essa proteção exacerbada de Renato comigo.
— Renato, carolina veio apenas dizer oi. — Eu a puxo. — Depois
conversamos — digo a ele e saio puxando minha irmã, que diz um
“até logo” provocante.
— Desculpe, karol , mas tive que fazer isso — ela diz quando
já estamos do lado de fora. — Eu não aceito essa coisa estranha que
ele tem com você. Ou se declara de vez, ou deixa o caminho livre
para outros caras.
— Eu não pedi sua ajuda — rebato magoada.
— Poxa, já faz um ano que Bernardo se foi. Você precisa viver,
precisa de um apoio masculino na criação de Beni.
— O papai está aqui para me ajudar, Renato também —
contesto com argumentos que acho plausível o suficiente para me
manter na zona de conforto.
— karol , você está se enganando. Papai mal vem te visitar
porque está totalmente entregue ao problema da mamãe, e Renato
não é nada do menino.
Estamos andando e, quando ela diz isso, eu paro e bato o pé.
— Isso diz respeito a mim, poxa. Eu não estou preparada para
ficar com ninguém.
Na verdade, eu quero ficar com alguém, um alguém que chegou
recentemente. Mas não vou dar mais munição para essa louca me
atacar.— Eu só te alerto para uma coisa: se Ruggero entrar com um
processo na justiça e provar que você está sozinha e, além do mais,
passa a maior parte do dia longe do bebê, ele pode facilmente
reverter a adoção.
Uma dor invade meu peito quando penso nessa possibilidade.
— A adoção pode ser desfeita?
— Sei lá, se ele provar que a criança é mal cuidada… Ele é rico,
e os ricos conseguem coisas impossíveis. E isso nenhuma de nós
queremos.
Me torno uma estátua paralisada e aterrorizada.
— Não tem como ele saber essas coisas. Ele nem me conhece,
ele nem sabe onde eu estou.
— Me agradeça por isso, mas creio que ele ainda está te
procurando. Fique de olhos bem abertos, e, se ele te encontrar, não
deixe que saiba nada da sua vida.
— carolina , estou com muito medo. Eu amo Beni, e isso me
assusta dia e noite.
— Qualquer coisa anormal ligue pra mim que eu saio de onde
estiver para te ajudar. Agora é uma questão de honra e vingança.
Não vou permitir que Ruggero conheça o filho dele, jamais!
Depois da nossa breve conversa, eu a levei, mesmo sem querer,
até a casa de Heitor. Sorte que ele não estava lá, e carolina foi
embora. Mas antes disse que, se eu estiver interessada no cara, que
não fizesse doce e não escutasse as recalcadas do salão. Ela disse
para eu ser feliz por um momento apenas, e, se Heitor me atrai, então
é nele que tenho que focar.
***
Agora estou em minha casa, me arrumando para ir até a casa deHeitor. Dois dias se passaram desde que ele me beijou, dois dias
desde que carolina esteve aqui e ela já está em Nova York. Eu e
Renato discutimos, ele ficou bravo, eu fiquei brava, e depois ele me
pediu desculpas.
Hoje cedo Heitor passou na minha lojinha. Sim, depois de me
ignorar por todo esse tempo, ele veio até mim. Claro que teve um
motivo para aparecer, mas, mesmo assim, me confidenciou que está
mantendo distância porque me deseja muito e não sabe se pode se
conter. É ou não é a coisa mais legal de se ouvir vindo de um homem
tão gato? A gente se sente, tipo, a mais bela das redondezas.
Eu estava em dúvida sobre a garota que estava com ele, a
morena com pernas de garça, mas o vi a dispensando sutilmente e
depois me disse que ele não teria compromisso nenhum. Ele me
escolheu. Meu ego se inflou, minha confiança foi a mil, e estou muito
ansiosa.
Eu pretendo seguir os dois conselhos: o de carolina , que é cair
matando e aceitar me relacionar com ele; e o conselho das meninas,
que consiste em pensar em mim antes de tudo, não ficar com ele logo
de cara, conversar, conhecer e tal. Nunca fui besta por homem, não é
agora que serei.
Como hoje pretendo apenas conversar com ele, deixar tudo bem
claro e acertado, eu vou levar Bernardo.
Às sete da noite saio de casa, atravesso a rua rezando para que
Renato não me veja e subo as escadas dura de tensão, rumo à casa
de Heitor. O coração acelera a mil por hora, pisco várias vezes e
respiro fundo tentando me acalmar. Levanto a mão, mas antes de eu
bater, a porta se abre, e Heitor me recebe com o mesmo belo sorriso
de sempre.
— Olha quem está aqui! — ele exclama e avança o rosto em
direção a Bernardo.
Sinto o cheiro de loção pós barba e sabonete, e a tensão dá
lugar ao desejo. Após o beijo e o carinho que ele fez no menino, me
encara sem mudar de expressão.
— Que bom que veio. Entre.
A casa está toda arrumada. Da cozinha vem um cheiro delicioso
e não há mais material de fotografia na sala.
— Fique à vontade. Passei um pano rápido em tudo já que ia
receber visitas. — Ele gesticula mostrando o trabalho bem feito de
limpeza.
Escolho um sofá e me sento com Bernardo no colo. Heitor, com
semblante maravilhado, nos olha atentamente. Está uma tentação
usando bermuda e bata com as mangas dobradas. Nos pés, uma
sandália de couro.
Bernardo começa a se contorcer, e eu preciso colocá-lo no chão.
Está dando os primeiros passos, então não aceita mais ficar no colo.
— Ele já anda? — Heitor pergunta, impressionado.
— Sim.
Ficamos um tempo parados, encarando o menininho que
caminha meio desequilibrado para um lado e para o outro enquanto
solta pequenos sons, conversando embolado.
Heitor parece acordar de um transe e fala:
— Eu tomei a liberdade de preparar algo para a gente. Fiz uma
coisa leve pensando que talvez você trouxesse Bernardo e ele
pudesse comer também.
— Não precisava, Heitor. De verdade. Eu vim apenas conversar.
— Vamos conversar depois. Fique aí enquanto eu vou colocar a
Mesa
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Minha perdição (Terminada )
Fanfickarol depois da morte de seu marido se fecha pro mundo decidi ser melhor seguir sua vida sozinha foca agora em criar o filho de sua irmã ruggero é um sedutor cafajeste incorrigível dono de uma empresa na zone sul da cidade nunca perdoa um rabo...