Prólogo: A primeira vez que eu o vi

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            As gotas de chuva caiam finas sob os óculos do bloqueador do meio, manchando sua visão e deixando o caminho a sua frente embaçado. O ar estava frio e pesado porém refrescante, e embora o loiro não gostasse de admitir, a chuva era bem vinda depois do calor insuportável durante todo o dia. Ele continuou andando na rua sem se importar com a chuva 

"Já estou chegando em casa mesmo''

            Talvez ele dera sorte de que as gotas só começaram a cair quando ele estava perto do condomínio.

            Poucos minutos depois o loiro já subia as escadas indo em direção ao apartamento, o que ele menos queria era se amontoar num cubículo com trabalhadores exaustos do trabalho. Ele não precisava de toda aquela energia sugando a vida e o pouco de bom humor que a caminhada na chuva havia lhe dado. Além disso, ele morava no terceiro andar, não seriam tantas escadas assim.

—Ah finalmente! —Um farfalhar de chaves e um baque surdo ressoam no corredor, Tsukishima olha para o lugar de onde o som veio vendo um moreno de cabelos verde escuros abrindo a porta do apartamento ao lado do dele. Tsukishima não se lembrava de ter nenhum vizinho, não que ele tivesse tempo para reparar nisso; ele havia se mudado fazia pouco mais de uma semana.

—Olá, posso ajudá-lo com algo?—O mesmo moreno fala, encarando Tsukishima, que por sua vez apenas fica parado olhando o rosto salpicado de sardas do garoto na frente dele.

—Não, está tudo bem. —O loiro responde, piscando olhando para o saco aos pés do seu vizinho de porta. Era um saco de terra. O moreno de sardas segue o olhar dele adivinhando a pergunta não dita.

—É que eu planto morangos, sabe? É muito difícil achar morangos bons no mercado, então eu prefiro plantar eles eu mesmo. —Ele explica coçando a parte de trás do pescoço. Tsukishima o olha pegando o saco de terra. —Foi bom falar com você... Hum, qual o seu nome?

—Tsukishima Kei.

—Foi um prazer Tsukishima-san, sou seu vizinho de porta, Yamaguchi Tadashi. Espero que goste de morar aqui. —Ele sorri, os olhos se transformando em duas pequenas luas. A porta é fechada, despertando Tsukishima de seu pequeno transe.

Os olhos deles pareciam luas... e as sardas pequenas estrelas. 

        "Mas que diabos?" Ele pensa depois de franzir o cenho, entrando no próprio apartamento e fechando a porta atrás de si. Talvez o treino de mais cedo havia exigido mais dele do que ele gostaria de admitir e agora a exaustão estava deixando-o lerdo. O loiro suspira tirando os sapatos, e a camisa se dirigindo ao banheiro; tudo que ele almejava agora era uma ducha quente e um copo de café.

Garoto do CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora