6 de abril de 1688,
em algum lugar ao mar.Minha senhora,
te escrevo de tão longe, não sei mais ao certo onde estou ou aonde vou, os ventos não ajudam e nossas bússolas quebraram na última invasão que fizemos a um pequeno vilarejo, saqueamos tudo que veio pela nossa frente, mas soldados do governo roubaram nosso navio, o canção da meia noite, e levaram até o QG deles. Lembro-me muito bem como a capitã ficou desesperada, já que atrás de nós havia um povoado enfurecido e a nossa frente soldados confiscando nossos navios, como imediato tive que fazer algo, foi que decidi me separar de toda a tripulação durante o caos para me infiltrar no navio da coroa que estava fazendo a escolta do canção. Com aquilo que aprendemos juntos em anos consegui entrar sem ser percebido, mas ao longe vi meus companheiros sendo amarrados, alguns mortos, mas em maioria sendo levados pelo governo local, provavelmente para um julgamento. Durante me infiltração joguei um dos homens ao mar e roubei suas roupas, ninguém notou a diferença, eles realmente não ligam para os seus, acho que o poder subiu a cabeça. Passei algumas noites preocupado com todos, mas eu ia recuperar o navio e libertar todos, mesmo sendo um só! Numa certa manhã eu já avistava o QG da marinha do governo, uma grande parede branca com diversas bandeiras hasteadas, prontas para serem incendiadas...
Para minha surpresa, a tripulação do meu navio estava chegando ao QG pela terra, eles sabem que se fosse pelo mar os homens do rei não teriam chance. Tive que me preparar psicologicamente, esses casacas já me tratavam como um deles, algo que eu nunca fui, mas eu só precisava abrir uma brecha para unir o canção da meia noite a minha capitã e sairíamos dali para mar a fora. Ao adentrar o QG fui designado para escoltar ‘aqueles piratas sujos a mijo’, sinceramente mais cheirosos que a corrupção desse país, então pude fazer contato com todos e os avisei de um plano muito arriscado, com toda certeza me acharam louco, mas não tinham a quem confiar ou tempo para pensar. Soube que o almirante que cuidava daquele QG estava desfrutando de seu banho, seria perfeito para tomar seu posto até que percebessem sua morte. Parti para ação, distrai os guardas do quarto do almirante dizendo que tinha um motim no pátio, mal sabiam que a rebelião começou desde que eles tomaram a liberdade de muitos inocentes.
Aquele almirante tomava banho tão vagarosamente, parecia se deliciar com a água daqueles que ele maltratava, cheguei cada vez mais perto dele, encostei nele por trás e pus minha mão em sua cintura e fui descendo, ele achava que era uma de suas mulheres, então continuei, minha mão esquerda subia seu peito até o pescoço, quando chegou lá não ouvi o que ele disse, já que minha lâmina oculta o atravessou. Peguei suas roupas e me dirigi ao julgamento, lá eu decretei que o julgamento dos piratas seria morrer queimados em seu navio enquanto eu atirava de outro navio. Tudo foi preparado como pedi, ainda não tinham percebido a grande perda, toquei no Timão do maior navio que ali tinha e me preparei para o ataque, só haviam homens em meu navio, meus companheiros estavam todos amarrados ao canção da meia noite enquanto o grande navio os puxavam. Em instantes após o primeiro som de pólvora, os marinheiros que estavam em terra começaram a gritar, e o primeiro homem caia ao mar, era o tenente deles, outros que estavam no navio ficaram horrorizados, até que me declarei o novo capitão daquele navio e consegui abater todos os homens dali. Longe ao mar e com as vestes de um marinheiro, eu comemorava com meus companheiros a vitória e minha capitã ofereceu parte da tripulação para seguir a minha jornada, segundo ela já não fazia mais sentido me prender ali. Esse foi a história de como me tornei capitão do meu próprio navio, chamo de labaredas do mar, em sua homenagem.Carinhosamente,
Elliot Argrance.PS.: Ainda me deve uma noite com o seu vinho favorito e muita comida quando eu chegar.
PS.2: Feliz aniversário, espero que tome muito vinho que tanto ama!
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Conjuto de cartas de Elliot Argrance
AdventureCartas produzidas por um pirata para sua amada, ele sempre teve o gosto pela escrita e decidiu descrever suas histórias para alguém que fosse ler, nunca esperando uma resposta, já que nunca estava parado em algum lugar.