Passava das nove da manhã quando Sakura finalmente acordou.
Talvez acordada não fosse o termo apropriado para o estado em que a garota se encontrava: sonolenta, espreguiçou-se na enorme cama de casal da melhor amiga, encolhendo-se novamente nos edredons quando o frio costumeiro da manhã colidiu contra sua pele. Expirou forte e obrigou-se a abrir os olhos, procurando ignorar a sensação nostálgica que trouxe lembranças: quando, há uns dez anos, quase toda noite a Haruno adormecia no sofá e amanhecia na cama.
Balançou a cabeça para se livrar daqueles sentimentalismos matinais e a sensação incômoda de pressupor que um certo Hyuuga havia carregado-a até ali em algum momento; Sakura olhou à sua volta, imaginando se Hinata e Naruto já tinham chegado, e seu coração falhou uma batida quando seu olhar fixou-se no relógio que repousava sobre o criado mudo: eram nove e dez da manhã! Suas aulas! Por Deus, ela estava muito atrasada e havia perdido o seminário de cardiologia.
— Puta que pariu! — Gritou, esfregando rapidamente os olhos, mas o horário continuava ali: agora eram nove e onze.
Num salto, saiu da cama e procurou as próprias sandálias, calçando-as enquanto pegava a mochila e passava apressada pela porta.
— Puta merda, vou matar aquela víbora filha da puta! — Xingou ao sentir o estômago revirar: a Haruno sentia tanta fome que parecia ter levado um soco e suas pernas estavam fracas. De repente, lembrou-se que, no susto do plano mirabolante que lhe tinha sido revelado, ela não comera.
Decidiu que precisava comer quando sentiu o cheiro atraente de café e, atirando a mochila no sofá e marchando desajeitadamente para a cozinha, assustou-se quando encontrou no cômodo o primo arrogante de Hinata. O que aquele garoto estava fazendo ali, parecendo tão despreocupado? Estava há, no máximo, um período à frente de Sakura e com certeza também estava atolado até o pescoço de aulas e trabalhos. A Haruno revirou os olhos para aquela atitude presunçosa, enquanto o Hyuuga olhava para si com visível curiosidade, e continuava sentado, saboreando um farto café da manhã.
— Eu ia mesmo te chamar daqui a pouco. — Informou ele, enquanto ela puxava uma cadeira e se sentava. — Bom dia.
— Daqui a pouco? Deveríamos estar na faculdade há horas. — Falou, pegando a garrafa de café para abastecer a xícara que havia sido colocada na mesa para si. — Bom dia.
— E porque deveríamos estar na faculdade há horas? — O Hyuuga questionou, observando-a passar a patê nas torradas e não evitando um risinho.
— Porque temos aula? — A Haruno respondeu, revirando os olhos para ele antes de avisar. — Perdi o Seminário de Cardiologia e a aula da professora Shizune, estou atrasadíssima e só estou nessa cozinha porque esqueci de comer ontem.
— Sakura, hoje é sábado. — Sentenciou, observando a expressão de choque da rosada. — Você tá bem?
Silêncio na cozinha. Neji comeu outra torrada enquanto observava a garota, que levou a mão à nuca e expirou num claro sinal de impaciência.
— Tô. — Rebateu, o tom irritadiço evidenciando a mentira. Ela bebericou o café e pegou alguns dos biscoitos recheados da cesta. — Estou ótima.
Ótima?! Tudo o que Sakura não estava era ótima. A Haruno praticamente fumegava, a raiva fluindo em ondas por todo o seu corpo. Estava puta, puta com tudo: consigo mesma, por ser tão tola e fraca, com a situação pra lá de constrangedora, com sua atualidade, com seu ex idiota e com aquela proposta ridícula e infantil. Mas o que mais a irritava era que, mesmo que negasse a si mesma, estava tentada a aceitar. Não porque Hinata estava pressionando-a, mas porque tinha vontade de aceitar.
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Qᴜᴀɴᴅᴏ (Nãᴏ) Cᴏɴᴛʀᴀᴛᴀʀ Uᴍ Nᴀᴍᴏʀᴀᴅᴏ ᴅᴇ Aʟᴜɢᴜᴇʟ, NᴇᴊɪSᴀᴋᴜ
FanficSem querer "ficar por baixo" naquele feriado, Sakura acaba rendendo-se ao plano mirabolante da melhor amiga, Hinata Hyuuga, no qual deveria contratar um namorado de aluguel irresistível que pudesse roubar todas as atenções, inclusive a de Sasuke Uch...