Livro 2 - Ar : Capítulo 9 - Imprudência

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Meelo

Mira me olhou com os olhos vermelhos. Eu realmente não sabia o que podia ser feito. Eu só sabia que a UCG era uma organização terrorista contra o governo.

— Eu tenho que ir atrás deles. Eu vou vasculhar essa cidade mas vou encontra-los e eles irão pagar amargamente. –Mira disse um pouco duro demais.

A melhor alternativa seria falar com a polícia, acho que eles teriam informações sobre a UCG, ou pelo menos suspeitas.

— Por que não vamos até a polícia, eles devem ter algum tipo de informação.—Disse com jeito.

— Polícia? A polícia considera o meu pai um traidor também, você acha que eles se importariam?

Ela tem razão. Se o pai dela é considerado um traidor eles não farão nada.

— Mas o que podemos fazer? Como podemos encontrá-lo então?

— Eu já fui até a sede da UCG uma vez, eu estava vendada. Mas eu me lembro dos rostos de algumas pessoas, e se a encontrarmos?

— Acho que é o único jeito.

Minha cabeça ainda estava meio longe flashs de quando eu morava desse lado da cidade me perseguiam. Mas ver a aflição dela me fez acordar.

Mira olhava para a madrasta com certo desprezo.

— Você pode me dizer o que realmente aconteceu? – Ela falou na direção da mulher ferida.

— Nós estávamos bem em casa, não nesse barraco, mas na nossa casa.

Enquanto a mulher falava Mira apertava o maxilar. Ela estava a ponto de explodir.

— Seu pai chegou muito aflito. E me mandou arrumar as crianças por que iríamos voltar para cá. Nós discutimos muito antes de vir, mas ele estava muito nervoso. No fim ele me convenceu a voltar. Mas quando chegamos aqui eles estavam nos esperando. A porta estava aberta. Assim que seu pai entrou, homens mascarados o pegaram. Ele lutou, mas eles ameaçaram os gêmeos, eu tentei evitar, mas eles me bateram e me esfaquearam. Seu pai não teve escolha e aceitou ir com eles, mas eles não desistiram de também pegar os gêmeos, para que seu pai não tentasse nada.Por fim eles atearam fogo nessa casa. Eu não sabia o que fazer, tentei apagar o fogo e me escondi. – A mulher disse entre soluços.

— Como você sabia que eles eram da UCG? – Mira perguntou. Seu olhar estava estático ela não parecia tão afetada pelas palavras da mulher.

— Seu pai me disse. Ele falou que se o plano não desse certo a UCG viria atrás dele.

— Você sabia o que ele ia fazer? O que a UCG queria que ele fizesse? – Mira a confrontou

— Não, mas ele me disse que isso iria mudar esse país.

— Mudar o país? Você acredita mesmo nisso? Ele iria se explodir no festival, um ataque terrorista que iria matar centenas de inocentes!

— EU não sabia.

— Você nunca sabe de nada. Você se esconde nesse disfarce de boa esposa mas é um megera fraca e imprestável.

Mira estava sendo dura, a mulher que já estava aflita ficou aos prantos.

— Você não acha que está sendo dura demais? – Eu falei tentando acalmar os ânimos dela.

— Dura? Você acha que eu estou sendo dura com ela? Eu estou me retraindo por que seu eu fizesse o que eu estava pensando, eu ser dura seria o menor dos problemas para ela.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora