Meelo
Eu e Suni ficamos na sala enquanto Mira falava com a senhora. Percebi que Suni estava incomodada. Ela olhava constantemente para o caixão fechado no centro. Acho que ela nunca havia visto um velório. Eu não lembro se eu já havia visto um, mas essa cena era extremamente familiar.
Mira finalmente voltou. Ela estava com uma expressão estranha. Ela abraçou a senhora e sussurrou alguma coisa no ouvido dela.
Ela se aproximou.
— Já podemos ir, eu já sei onde meu pai está. – Ela disse baixo.
A senhora nos levou até a porta. Seu olhar antes cansado tinha certo brilho. Fiquei curioso, mas eu não perguntei nada.
Quando chegamos perto da cancela de saída, havia guardas ao redor do carro que viemos. Eles usavam um uniforme diferente, provavelmente eram guardas particulares da Airo. Eles estavam visivelmente nos esperando. Mira não fez cerimônia. Não escondeu que nós havíamos invadido esse distrito.
— Vocês podem nos deixar passar? – Foi o que ela disse quando estávamos mais próximos.
Havia três homens. Um deles era muito alto e não tinha uma expressão muito amigável no rosto.
— Vocês vão ter que nos acompanhar. – O alto disse.
— Não mesmo. Tenho coisas muito mais importantes para fazer. – Mira disse.
Um deles riu.
— Invadir um distrito particular depois do toque de recolher e quebrar a cancela? Você acha que deixaríamos vocês irem embora assim?
Pelo jeito eles não reconheceram a Mira.
— E quem vai nos impedir? Vocês? – Mira zombou.
— Suni, mostre para eles por que eles não vão nos impedir.
Suni pisou forte no chão. O lugar onde estávamos começou a tremer e blocos de pedra se desprenderam do chão.
Podíamos ter resolvido isso de outra forma. Mas com essas duas sempre é assim. Dois dos homens se afastaram rapidamente. Eles sabiam no que estavam se metendo. Só que o alto riu mais um pouco.
— Isso é uma incrível coincidência. Uma jovem dobradora de terra? Sabe como está difícil encontrar pessoas como nós?
— Nós? – Suni perguntou.
Ele repetiu o feito, a terra tremeu e alguns postes chegaram a balançar.
O que está acontecendo conosco? Como temos tanto azar? Acho que andar com o avatar tem dessas coisas. Nós atraímos dobradores e pessoas perigosas. Mas, não temos tempo para isso.
Antes de qualquer outro movimento do homem. Eu faço o que é necessário. Respiro fundo e faço uma rajada de vento cortar o ambiente. Uma das mais fortes que eu já fiz. O homem cai de joelhos no chão.
— Mira, agora!
Ela já estava preparada. Um cano estoura e Mira faz a água envolver as pernas do homem e com precisão ela congela.
Agora ele parece surpreso. E não faz nenhum esforço para se livrar do gelo.
Corremos. Ignoramos o carro e pulamos o que resta da cancela.
Corremos até perder o fôlego. Paramos já longe da entrada do distrito.
— Você viu a cara dele no final. – Mira ri.
Ela havia recuperado o humor. O que será que a senhora disse para ela?
— Mira. Para onde vamos agora?
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
AventuraO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...