Livro 2 - Ar : Capítulo 13 - Segredos

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Meelo

Havia uma movimentação estranha na ilha, mas não podia ser diferente, depois do que tinha acontecido.

Alguns homens de terno que eu nunca havia visto falavam nos seus celulares, eles me olhavam desconfiados. Como o meu pai permitiu isso? As coisas estavam realmente feias.

— O pai está te procurando!

Olhei para trás e avistei Kindar. Ela parecia cansada e angustiada.

—Sim, ele deve estar. – Falei um pouco desanimado.

Invés de ir rapidamente ao encontro dele resolvi ir tomar um banho, comer e descansar um pouco.

Fiz o caminho contrário do escritório principal, aonde ele deveria estar.

— Você não vai vê-lo? – Kindar me perguntou.

Suspirei.

— Agora não, eu preciso me recuperar antes, imagino que ele não vá ser tão compreensivo.

Kindar não disse nada, apenas me deixou em paz.

Tomei um banho quente, e coloquei minha melhor túnica. Como islar disse, Juno havia feito um ensopadode molusco. Não era o meu preferido, mas o cheiro estava tentador. Peguei uma porção escondida, e comi vorazmente.

Eu ainda sentia muito sono, mas eu não podia mais evitar o confronto com o meu pai.

Fui para o escritório principal, antes de abrir a porta eu ouvi muitas pessoas conversando, meu pai não estava sozinho.

A porta foi aberta, Aarion me olhou de cima abaixo, mas não disse nada.

Meu pai estava sentado, rodeado por vários tipos de pessoas, consegui reconhecer dois conselheiros e o diretor na minha escola. A respiração do lugar estava pesada, eu podia sentir a tensão.

Engoli em seco e me aproximei dele e sua respiração se suavizou

— Eu não vou te culpar pelo o que aconteceu. Iria acontecer mais cedo ou tarde.

— Mas a culpa foi dele – Aarion começou a falar e como consequência todos da sala começarama cochichar

— Não culpe um garoto de 14 anos de iniciar uma guerra. A culpa foi exclusivamente da União do fogo. Ela sequestrou nossas crianças! O mínimo que podíamos fazer era resgata-las, mas nem isso fizemos. Duas crianças fizeram o que nos deveríamos ter feito.

— Maspodíamos ter resolvido isso de outra forma. – Um dos conselheiros disse.

— Que forma? Fomos hospitaleiros em recebê-los para o festival e eles nos traem dessa forma. Já deveríamos ter declarado guerra faz tempo.

— Pai, você não está seguindo os preceitos dos monges do ar. – Aarion tentou acalmar meu pai, ele já estava ficando vermelho e sua voz já estava falhando.

— Eu tento seguir os nossos preceitos, mas essa passividade é irritante e desnecessária.

— Você sempre foi estourado, Meelo.

Todos olham quando ela se aproxima, é a minha tia Jinora.

Com seu cabelo grisalho e suas feições delicadas e frágeis, ela não deve ser subestimada e as pessoas que estão aqui sabem disso.

Meu pai fecha a cara como uma criança mimada.

— Eu não sou estourado. Eu só não suporto tudo isso.

Ela riu.

As pessoasa respeitavam muito. Tia Jinora era a pessoa mais sábia que eu conhecia. Ela era a fundadora do conselho, mas logo se desvinculou dele quando a influencia do conselho aumentou. Ela tem somente um filho, Arceu, um dobrador de ar que eu nunca conheci por estar sempre viajando.

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