Livro 2 - Ar : Capítulo 23 - Por outras vidas

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Mira

Isso é muito mais do que uma coisa do mundo físico. Eu sinto abalos espirituais a todo o momento desde que aquele garoto, Ren, apareceu.

Há muito mais do que Saira está dizendo, e agora com a situação de Nari isso fica mais evidente. Mas agora eu tenho que chegar ao deserto, depois disso eu vou, eu prometo que vou ajudá-la.

Saira parece um pouco cansada. Eu não a conheço direito mas isso tudo parece muito pessoal para ela. Mas Meelo, está bem pior.

— Saira, quanto antes chegarmos ao deserto, melhor será para Nari, não é?

— Sim. – Ela concordou abatida.

Riku estava com energia total, e muito indiferente em relação a tudo.

Meelo carregou Nari como um bebe. Os lábios de Nari estavam roxos e sua pele mais pálida que o normal.

Saira nos levou pelos becos daquela cidade caótica. Tudo estava muito movimentado, sirenes iluminavam a rua e policias passavam pela via principal.

Chegamos em frente a uma casa grande, que ficava distante de todos o problemas. Ela estava escura, somente a iluminação da rua nos ajudava a enxergá-la.

— O dono dessa casa nos levará até o deserto. Ele é o único que pode.

Ela bateu com força na porta de carvalho escuro. Ouvimos móveis sendo arrastados antes de a porta entreabrir. Olhos escuros e curiosos nos encararam.

— O que vocês querem? – A voz era arrastada e preguiçosa.

— Senhor Dek?

A porta se abriu mais, e um senhor de barba comprida nos olhou com desdém.

— Saira? O que você faz aqui. A cidade está caótica.

Saira suspirou.

— Eu sei. Eu estou envolvida.

Os olhos dele se arregalaram.

— Entrem, agora.

Apressadamente nos adentramos na casa.

Eu tossi, havia muita poeira no lugar. A casa estava com móveis acumulados em todos os cantos. Tudo estava escuro e de repente iluminado por uma luz azul, olhei para o Riku. Uma labareda ofuscante pousava em sua mão.

O homem velho olhou para ele com choque e depois olhou para Saira.

— Você tem problemas sérios, garota. – O senhor falou.

— Eu sei, por isso preciso de sua ajuda. Temos que ir até o deserto de Sonar. Ren fez de novo.

Ela pediu para Meelo se aproximar com a garotinha nos braços.

O velho suavizou o olhar e eu pude notar um pouco de empatia.

— Certo. Vou ligar para eles. Se preparem o caminhão sai as seis da manhã.

Fomos acomodados naquele cômodos gelados. Logo que eu me deitei não consegui pensar muito. Todo o cansaço desses últimos dias pesaram e eu logo adormeci.

— A vida é imprevisível, mesmo para o Avatar.

Fui despertada por essa frase. Quando eu me levantei não estava mais naquela casa gelada. O céu estava escuro, mas a lua estava enorme.

— Korra? -- Eu disse para a mulher que me olhava com um sorriso.

— Mira. O céu não está bonito? -- E ela encarou o céu novamente.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora