23 Cap: Confissões assustadoras

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Taylor

Meu corpo ainda emanava o delicioso ardor do prazer; minhas unhas cravavam na coxa dela, ainda erguida na altura da minha cintura, sentindo a sua pele queimar as minhas mãos, nossos lábios semi-encostados um no outro se acariciavam de leve, a respiração ofegante, o peito acelerado... olhos nos olhos, quando ela falou palavras desconexas, as quais eu quase não consegui entender, ou não quis entender.

“Tay... Eu tenho um tumor no cérebro”, disparou sem piedade, me fazendo perder o chão sob os pés.  

Pensei que eu iria desfalecer, minhas pernas fraquejaram, as vistas ficaram turvas... minhas mãos foram desgrudando da pele de Sofia  em câmera lenta... sua perna escorregou pela lateral do meu corpo, enquanto meus pensamentos mergulharam numa retrospectiva fatigante. Ouvi a voz de Demi  soar na minha cabeça: “Acho que a Miley  tá com câncer”, “Eu... terminei com ela”, “não tenho estrutura para segurar a barra, entende?”... O ar me faltou de repente, mas eu logo me nortei, porque ao olhar novamente para Sofia , percebi o quanto ela estava abatida. Me senti culpada pela minha reação, na verdade, eu me senti como quem migra de um sonho para um grande pesadelo, me senti como Demi  deve ter se sentido quando Miley  falou da sua suposta doença.

 Aproximei-me de Sofia  que estava sentada na cama, mãos nos joelhos, lágrimas nos olhos... Meu coração estava tão apertado quanto palitos dentro de uma caixinha de fósforo... Ajoelhei-me na sua frente, ela baixou a face, eu lentamente ergui o seu queixo com a ponta dos dedos...

 -   Por isso eu não podia continuar vendo você. – falou num fio de voz. Eu deslizei, com carinho, os meus dedos pela sua face, contendo suas lágrimas.

-   Eu... nunca sofri tanto com um fora de alguém... – engoli em seco – Pensei mil coisas, mas nunca imaginei que...

-  Que eu estivesse condenada? – falou dura, quase cruel.

-  Você já... sabe se é... – respirei fundo – Câncer?

-  Não... ainda estou fazendo uns... exames.

-  Sofia ... – segurei forte as suas mãos.

 -  Eu não podia morrer sem te ver mais uma vez, e explicar os motivos...

-  Ei! Você não vai morrer... – sentei-me ao seu lado na cama, abracei-a, neste instante eu não resisti e o silêncio que nos envolveu em seguida fora interrompido pelo soluçar do meu pranto – Não vou deixar você sair da minha vida.

Ela olhou os meus olhos molhados com os seus também molhados.

-  Se for câncer...

-  Se for câncer a gente vai vencer! – falei dona de uma certeza e coragem que eu nunca pensei que pudesse ter.

-  A gente, quem?

-  Já disse que não vou deixar você sair da minha vida! – olhei-a firme, afaguei seus cabelos – É injusto! Eu nunca me apaixonei dessa forma... Não aceito te perder, Sofia ! Vou brigar com Deus, mas você não vai me deixar...

 Agarrei-a forte pela camisa, puxei-a pra mim...

 -  Eu tenho uma amiga... ela achou que tava com câncer, mas... não era! Pode...pode ser a mesma coisa com você.  Eu ligo pra ela, vocês conversam sobre isso... – falei cheia de esperança – A gente vai consultar vários especialistas...

-  Tay, Tay... – tentou me fazer parar de falar – Eu já tenho um médico... vou fazer os exames necessários, e... Se acontecer o pior... – uma breve pausa para os nossos olhos se encontrarem com serenidade -  Te conhecer já vai fazer a minha vida ter valido a pena.

 -  Olha aqui... – pensei na última conversa que eu tive com Miley , e na dor que ela sentiu quando Demi  a deixou, devido a doença  – Eu não vou te abandonar, prometo! Prometo pela minha paz... Não sei porque isso tá acontecendo comigo, mas desde que você apareceu eu tenho andado totalmente louca, só penso em você... não consigo imaginar a minha vida longe de você.

-  Tay... eu quero te pedir uma coisa.

-  O quê?

-  Eu não sei como as coisas vão ficar... quero que você me faça feliz nesse fim de semana, depois eu volto pra São Paulo e a gente vê como fica, tá?

  -  Tá, mas... eu não vou ficar longe...

-  Xiiii... – colocou o dedo nos meus lábios. – Eu quero te abraçar, beijar... te sentir inteira perto de mim. – sussurrou – A gente não tem tempo a perder.

 Fechei os olhos, inclinei-me e a beijei devagar, sentindo todo o meu corpo reagir as mãos de Sofia  que passeavam pela minha pele, encaixando as mãos nas curvas do meu corpo, me excitando, me puxando para deitar sobre ela... minha boca deslizou pelo seu pescoço, alcançou os seios... sua pele queimava, ela se contorcia, me implorava para faze-la feliz... eu a desejava como jamais desejei uma mulher em toda a minha vida, e me rendi, aspirei o seu cheiro, degustei o seu mel...

 
Dormimos abraçadas, saciadas depois de horas e horas fazendo, enfim, amor!

 Acordei com a sensação de que tudo o que Sofia  tinha me dito sobre o tumor não passara de um terrível pesadelo. Em meu corpo estavam as marcas das unhas dela, na minha boca o gosto do seu sexo, na minha pele o cheiro do seu suor... Mas não era pesadelo, e eu me sentia perdia diante do desconhecidos.

 
-  Bom dia. – ela disse ao notar que eu já estava acordada.

-  Bom dia, dormiu bem? – perguntei.

 -  E a gente dormiu? – falou debochada.

-  Um pouquinho... – apontei o relógio – São meio dia e meia.

 -  Meu, então já é boa tarde! – concluiu divertida. Não entendia como ela conseguia ser divertida diante do que estava passando.

Eu a beijei, puxei o lençol que cobria a sua nudez... deitei-me sobre ela.

-  Quero te levar para almoçar na minha casa – falei brincando com as ondas dos seus cabelos.

 -  Na sua casa? – perguntou surpresa.

-  É, oras! – beijei-a no canto dos lábios – Minha irmã quer te conhecer.

-  Sua... irmã sabe de mim?

-  Desde a primeira postagem...

-  Não... sei se é uma boa ideia ir a sua casa.

  -  Por quê? É tão medrosa assim?

-  Não... tô preparada para um compromisso sério, Tay! – falou sorrindo, me provocando.

-  Quem disse que é um compromisso... sério? – deslizei as mãos pela sua coxa, ela fechou os olhos excitada – Só quero que você saiba onde me encontrar... – a penetrei devagar - ... quando quiser, se divertir.

-  Ai, Tay... hummm... – mordeu os lábios me atiçando inteira.

-  Tem certeza de que não quer... – mordi seu pescoço, deslizei os lábios perto da sua orelha - ... um compromisso sério?

Ela gozou demoradamente nos meus dedos...

-  Não quero te perder! – disse se deixando abraçar pelos lençóis da cama.



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Prévia do próximo capítulo

Eu tinha me preparado psicologicamente para o pior. Na minha atual circunstancia, tudo o que se imagina é sempre o pior, mas o que eu não esperava era que Tay me confortasse daquela maneira e me passasse tanta força com apenas uma palavra, um gesto de carinho. Não sei bem ao certo porque as coisas acontecem na vida, mas embaixo da água quen ...

ՏOTᗩY ✓   Kɴᴏᴡɴ SᴛʀᴀɴɢᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora