Livro 4 -Fogo : Capítulo 23 - Extremos

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Riku

Esse cara está me enrolando. Já demos voltas e voltas e esse lugar não chega nunca. Ele não me conhece, por isso estou tentando reunir toda a paciência que eu tenho. Porém ela está se esgotando.

– Quando vamos chegar? – Eu pergunto transparecendo um pouco de raiva.

– Estamos quase lá.

– É a terceira vez que passamos por essa rua! – Eu grito.

– As ruas aqui são muito parecidas. Você deve te confundido.

– Eu decorei todos os buracos dessa porcaria de estrada. Eu sei que já passamos por aqui. Se você não for me levar lá. Me deixe ir sozinho. Se não... Eu posso não ser muito paciente da próxima vez.

Ele olhou para o relógio no pulso.

– Você consegue aguentar por cinco minutos?

– Eu não estou muito confiante nisso.

Ele parou o carro e suspirou.

– Vou ser franco com você. Eu estou te ajudando, mas é por que eu preciso da sua proteção.

– Minha proteção?

Eu não conseguia entender o que ele queria dizer com isso.

Ele suspirou e olhou para trás.

– Eu já te falei sobre as facções. A relação entre elas costuma não ser muito amigável. Muitas vezes resultando e retaliações, e com isso execuções. Ao investigar o que o Zunder queria com vocês, eu soube de informações muito importantes. Quando eu te encontrei eu tinha acabado de ser descoberto. Eu só estou vivo por que você ainda está comigo. Estamos sendo seguidos desde que entramos naquele restaurante.

– Isso não é problema meu. – Eu disse sem ao menos pensar.

O olhar divertido do homem vacilou. E um desespero genuíno surgiu no seu rosto.

– Eu só posso te levar até a casa dos Dragões vermelhos se eu estiver vivo. E mesmo sozinho você nunca irá encontrar. Eles já perceberam que estamos andando sem sentido. Pelo que eu descobri em alguns relatórios. Você não é o tipo de pessoa que foge de um conflito.

Isso era verdade. Eu realmente estava precisando me soltar um pouco.

– Ninguém irá me impedir?

– Existe uma regra não escrita aqui na união do Fogo. Não se envolva em briga de facções. O único que tinha poder para isso está morto.

Aquela ansiedade que eu sinto quando estou preste a entrar em uma batalha voltou com um força descomunal. Eu podia me sentir tremer. Contei algumas vezes até 10. Só que a sensação não passava. Isso é um retrocesso no meu tratamento. Porém eu estou cada vez me importando menos. Ela foi sem mim. Foi escolha dela me deixar lá. Ela sabe muito bem do que eu sou capaz. Por isso não tenho obrigação nenhuma de me segurar. Nem por ela, nem por ninguém.

Era isso que eu vim buscar. – Uma voz familiar que estava cada vez mais distante ficou um pouco mais alta.

Um carro atrás de bateu levemente na nossa traseira.

– Eles usam que tipo de arma? – Eu perguntei.

– Pistolas, espadas... Mas, não se preocupe, nada de muita qualidade.

Saímos do carro nos fingindo de desentendidos. Três pessoas saíram daquele carro. Elas não pareciam muito amigáveis. Um broche roxo em seu uniforme chamou a minha atenção. Aquele era um acessório que eu só havia visto em uma pessoa. Zunder.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora