Capítulo 5 - Capítulo V

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Atenas, Grécia, 330 a.C


A Grécia vivia seu período clássico. Filosofia e cultura dominavam as ruas de Atenas, e a cidade prosperava. Atenas possuía diversos teatros, e em um deles, um jovem ator de cabelos vermelhos se preparava para fazer Prometeu, na tragédia Prometeu Acorrentado. Sozinho no palco do teatro vazio, ele ensaiava seu último ato.

A terra põe-se a tremer...

O soturno ronco já se faz ouvir...

Turbilhões de poeira se erguem...

Todos os furacões desencadeados parece que estão contra mim!

Contra mim, Júpiter desfecha tão horrendo cataclismo!

(ajoelhou-se ao chão)

Ó minha augusta mãe...

Divino, éter que cerca o universo da luz eterna...

Vede que injustos tormentos me fazem sofrer!

Terminou a fala com lágrimas nos olhos. Completamente distraído com sua própria dramaturgia, até ouvir algumas palmas por detrás do palco.

- Quem está aí? - perguntou olhando pra trás

Viu um homem que sorria satisfeito para si.

- Quem és tu, e porque me espionava? - perguntou o de cabelos vermelhos

- Perdão. Sou novo neste teatro. Sou artesão e faço máscaras. Não pretendia espioná-lo. Apenas fiquei admirado com tua atuação, e me distraí observando - ele disse sorridente

O homem de cabelos ruivos olhou para ele. Era alto e forte, mas de cabelos negros e pele bronzeada. Com certeza era um metecos.

*Metecos: estrangeiros residentes de Atenas, que não tinham os mesmos direitos dos cidadão gregos.

- Qual seu nome? - O ruivo perguntou curioso

- Leonidas - respondeu - Mas de onde venho me chamam de Lee

- Lee... mas que nome mais divertido - disse com desdém

- Ora essa... E tu como te chamam?

- Sou Nicolaus Segundo. Não me reconheces? Sou ator - disse com certa soberba.

- Eu não sou tolo. Eu vi que é ator! - ele respondeu

- Ora... pensei que era um fã. Se não é, porque estavas me espionando? Ainda não respondeu - disse olhando em seus olhos

Leonidas sorriu lascivo para o ruivo, enquanto caminhava em direção a ele.

- Fiquei espionando porque estava admirado com tua beleza. Nunca tinha visto ninguém tão belo.

Nicolaus sorriu devasso para o moreno à sua frente. Ele também era uma figura encantadora. Exótico. Alto, musculoso de pele morena. Olho negros e intensos e cabelos tão escuros quanto. Era pouco peculiar, é verdade, mas Nicolaus gostava. Mordeu os lábios conforme o outro ia chegando cada vez mais perto.

- Tens lindos olhos - disse o moreno

- Não tão lindos quanto teus lábios - o ruivo disse admirando-o

- Se gostou dos meus lábios, me deixe beijá-lo com eles - o moreno sussurrou perto de seu rosto

- Mas eu mal o conheço... - respondeu o ruivo, fingindo inocência

Nove Vidas (Gaalee)Onde histórias criam vida. Descubra agora