Nove Vidas (Gaalee)

Capítulo 15 - Capítulo XV

[...]

Como Gaara estava em cirurgia, Lee não conseguiu falar com ele pelo resto do dia. Ao fim do expediente, arrumou-se para voltar para casa, quando no meio do caminho encontrou uma figura conhecida, encostada num poste fumando um cigarro. Ele olhou bem para ela, e viu que era a mesma cigana que dias antes, havia se oferecido para ler sua sorte nas cartas. Mas, estava diferente da última vez, ela agora não estava vestida como uma cigana, e sim, como uma pessoa comum, de jeans, camiseta e um suéter largo.

- Olha aqui cara... se está pensando que eu sou prostituta, vai tirando o cavalinho da chuva... - ela disse zangada ao notar que estava sendo encarada

- O quê? Não! Credo!... - Lee disse incrédulo da atitude dela - Eu te conheço! Outro dia eu estava passando por aqui e você perguntou se eu queria saber sobre o meu futuro...

Ela deu uma boa olhada nele...

- Ahhhh! Eu me lembro de você! É o doutor que tinha problemas com o passado - ela disse com um sorriso, lembrando-se de seu último encontro

- Como você... como você sabe essas coisas? - Lee perguntou curioso

- Olha cara, eu não sei de nada. Eu só tenho sensações... Sou assim desde que me lembro. Eu sinto algumas coisas sabe.... Na maioria das vezes eu me aproveito disso para ganhar um dinheiro, mas quando eu te vi... sei lá... senti que te conhecia de algum lugar - ela disse encarando bem seus olhos, tentando reconhecê-lo. Eu não sei, mas tinha muita energia emanando de você naquele dia - ela disse

Lee continuava olhando para ela, tinha certeza de que a conhecia também. Só não sabia de onde.

- Bem, quer saber... acho que, agora eu quero que você faça a coisa de ver o meu futuro... - ele disse

- Ok doutor... mas fique sabendo que eu não estou de serviço hoje, então vai custar mais caro - ela disse levantando a sobrancelha

Lee suspirou frustrado mas aceitou. Estava muito curioso, e sentia que conhecia aquela mulher. Ia dar uma chance ao misticismo, e ver se assim, talvez entendia o que estava acontecendo e o significado de tudo aquilo. A mulher loira o levou até uma quadra à frente, numa lojinha esotérica, meio escondida, onde entrou com ele. Lee entrou ali e o local cheirava a incenso, e era cheio de pedras coloridas, velas e mandalas espalhadas.

- Suzi, achei que estava de folga hoje - disse o homem que ficava no caixa da loja

- Eu estava, mas esse cara precisa de uma consulta - ela disse apontando pra Lee, que sorriu sem graça.

- Nossa... eu sinto uma energia super esquisita vindo de você - disse o atendente - vê se compra uns incensos antes de sair tá - ele disse

Lee apenas sorriu sem graça, ele não estava acostumado com misticismo, destino ou coisa do gênero. Mas agora, se via numa situação em que não entendia. Os sonhos com Gaara eram reais, e eram compartilhados entre os dois. Era algo que não conseguia explicar com métodos convencionais, então, mudaria a abordagem. A mulher loira o levou até uma sala nos fundos, mal iluminada e com cheiro forte de cânfora. No meio da saleta, uma mesa redonda coberta com uma grande toalha roxa brilhante e uma bola de cristal bem no meio. A mulher se sentou em um dos lados da mesa, apontando a outra cadeira para que Lee sentasse de frente para ela

- Você vai usar isso? - ele perguntou apontando a bola de cristal

- O que? Isso?.... Não... - ela disse com uma risada - Isso aqui é só decorativo - Ela pegou a bola e jogou para trás, e Lee pode ver que a mesma era feita de plástico - Sabe.... assim como as roupas e os lenços... É só pra ajudar a compor o personagem - ela disse com uma piscadela e um sorriso sacana nos lábios.