Capítulo 2

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LOS ANGELES, 05:03 DA MANHÃ.

Abri os olhos assim que senti o avião pousar, olhei no monitor à minha frente, que marcava que tínhamos acabado de pousar em Los Angeles.

O céu estava começando a clarear, eram pouco mais de cinco da manhã, Gui estava completamente pilhado ao meu lado, acho que ele tomou café demais enquanto eu dormia. Assim que conseguimos descer do avião, mandei uma mensagem pelo instagram de Calum com o wi-fi do aeroporto, afinal eu não tinha sinal, meu chip ainda era do Brasil.

Gui mexia no seu cabelo enquanto esperávamos nossa mala na esteira, suas olheiras fundas denunciam que ele não dormiu direito durante a noite, nossas malas não demoraram muito a chegar, cada um tinha duas malas enormes, minha mala era quase maior que eu, foi o que conseguimos trazer por agora, o principal, o resto vai vir junto com toda a mudança.

Gui foi atrás de um suco de laranja para mim enquanto esperávamos Calum vir nos buscar, abri meu instagram e fui ver os stories que as meninas postaram na festa na piscina na casa do Lucca ontem, ele estava com o rosto visivelmente triste em todas as fotos e vídeos, aquilo me cortou.

A última vez que vim para Los Angeles foi assim que meus tios se mudaram para aqui, coincidentemente também foi a última vez que vi Calum, há dez anos, eu tinha quase sete anos e ele oito, hoje tenho quase dezessete e ele dezoito, o tempo voou, senti a falta dele todos os dias desses últimos dez anos.

Assim que tirei meus olhos do celular, olhei para a porta principal do aeroporto, no mesmo segundo reconheci aquela silhueta, mesmo de longe e após dez anos sem nos vermos, eu sabia que era ele, me levantei correndo do banco, largando as malas e meu celular para trás e corri o mais rápido que pude até meu primo.

Quando nossos corpos se encostaram, eu pulei nele, o abracei o mais forte que consegui, seu abraço continua sendo o mesmo abraço reconfortante de que eu me lembrava, só que agora um pouco mais forte.

— Cá, que saudade! — Calum disse com a cabeça enfiada no meio dos meus cabelos enquanto nos abraçávamos.

— Meu deus, eu esperei tanto tempo que agora que finalmente aconteceu eu tenho medo que seja um sonho — disse chorando, descendo de seu colo enquanto colocava minhas mãos em seu rosto.

Seu rosto mudou tanto, mesmo que nos falemos todos os dias por facetime, é diferente ver a pessoa na sua frente, ele está tão alto, antes eu que era mais alta que ele, hoje estou batendo em seu ombro.

— Não é, besta! — Calum disse e me puxou para outro abraço.

Escutei a voz de Gui atrás de mim, falando com Calum, incrivelmente até ele está mais baixo que nosso primo.

— Tá gatão hein, Calum! Nunca achei que você ficaria mais alto que eu! — Gui disse enchendo o saco de Calum, o abraçou logo em seguida que eu soltei.

— Você não muda mesmo, ? — Calum disse rindo.

— O seu português ainda é bom, você não fala inglês por aqui? — Gui perguntou curioso.

— Em casa a gente praticamente só fala português, mas somos todos fluentes em inglês — Calum disse pegando uma de minhas malas.

— A Mali canta super bem em inglês, abençoados sejam os Hoods! — disse rindo enquanto tentava abrir meu suco ao mesmo tempo em que levava a mala.

— A Carol é boa em comer, fora isso nada de novo! Os Hoods são bons do lado daí, por que do lado daqui continuam desastrados — Gui disse fazendo todos rirem.

Andamos alguns minutos até onde o carro de Calum estava estacionado.

— Estou devendo uma apresentação pra Carol, na primeira semana de aula vai ter tipo um evento para as voltas as aulas e minha banda vai tocar no colégio, finalmente vou conseguir te apresentar para eles — Calum disse enquanto abria o porta-malas.

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