Nada a perder

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Olá pessoal, espero que vocês estejam bem. Tô super atrasada com os comentários de vocês, minhas notificações estão cheias, mas prometo que de pouquinho em pouquinho vou respondendo todo mundo. Espero que gostem do capítulo, desculpem qualquer erro e boa leitura ;)


Ava observava Michael brincar com alguns carrinhos no tapete da sala, ela havia voltado para casa há uma hora e Sara tinha acabado de ir embora depois de passar o dia tomando conta do pequeno, a ilustradora contou que tudo correra bem e que o menino tinha se comportado feito um anjo. Porém, ela também relatou que o menino sabia sobre o namoro das duas e isso deixou Ava um pouco aflita, ela não esperava ter que falar tão cedo sobre isso com o filho.

— Mickey, a mamãe precisa conversar com você. — Ela se sentou no chão ao lado do garoto, que não tirou os olhos dos brinquedos. — A Sara me contou que você sabe sobre... Bem... Sobre estarmos namorando.

— Sim, eu ouvi vocês conversando ontem. — Michael fez cara de culpado e, finalmente, olhou para a mais velha. — Desculpa, mamãe, sei que é errado ouvir a conversa dos outros, mas é que eu acordei quando a Sara me colocou na cama e demorei um pouquinho pra dormir outra vez.

— Está tudo bem, meu filho, eu não estou brava. — Ela fez um carinho na bochecha de Michael. — Você está bem com isso? Sabe que pode falar com a mamãe sobre qualquer coisa, não é?

— Eu gosto da Sara, e gosto que ela faz você feliz. — Michael, às vezes, mostrava uma maturidade enorme para uma criança tão pequena. — Eu sei que ela não é como a Gideon e nem vai ficar falando pra você que sou um menino mau, ela disse que sempre vai cuidar de mim.

— Eu fico muito feliz que vocês sejam amigos, meu querido. Eu gosto muito da Sara, mas você sempre virá em primeiro lugar na minha vida, nunca duvide disso. — Ava respirou fundo, a raiva começava a tomar conta de seu corpo. Michael tinha deixado escapar uma informação sobre a madrasta que nunca tinha dito antes, ela queria saber mais. — Mickey, como o seu pai e a Gideon te tratam quando você vai para a casa deles?

— Eu não posso falar disso, mamãe. — Os olhos do menino se encheram de lágrimas. — O papai disse que não era pra eu te falar nada.

— Não importa o que o seu pai disse, eu preciso saber da verdade. — Ava puxou o filho para seu colo e secou algumas lágrimas que desciam pelo seu rosto. — Está tudo bem, querido, você pode confiar na mamãe.

— O papai fala que eu atrapalho a vida dele! — Michael exclamou em meio ao choro que se iniciou. — Ele quase nunca brinca comigo, só quando vamos em festas e tiram fotos da gente. A Gideon sempre grita comigo, diz que sou um menino ruim e que não posso ficar perto do meu irmãozinho, que irei machucá-lo. Mas mamãe, eu juro que sempre sou bonzinho quando estou lá!

— Eu sei, querido, eu acredito em você. — Ava abraçou o filho e começou a balançar levemente o corpo, com o intuito de acalmá-lo. Por dentro estava fervendo de raiva, Rip e Gideon eram duas pessoas horríveis para tratar tão mal uma criança tão doce feito Michael. Na verdade, nenhuma criança deveria passar por situações assim. — Está tudo bem, a mamãe está aqui e nunca vai te abandonar. Você é um ótimo menino, não fez nada de errado.

— Mamãe, promete que não vai me largar que nem o papai fez?

— É claro que prometo, meu amor. Nós sempre estaremos juntos, não importa a idade que você tenha nem o caminho que decida seguir.

Foi difícil fazer o menino dormir naquela noite, já era quase uma da manhã quando Ava o colocou na cama e deixou um beijo de boa noite em sua testa. A mulher estava exausta, preocupada, furiosa, muitos sentimentos vagavam pelo seu coração e, mesmo que não costumasse fazer aquilo, decidiu beber uma dose de whisky para se acalmar. Como poderia ajudar Michael a superar tudo o que estava passando? Ela já tinha marcado uma consulta para o menino com uma psicóloga, mas gostaria de poder fazer mais pelo filho.

A Vizinha do Apartamento 202Onde histórias criam vida. Descubra agora