Meu celular vibrava desesperadamente em cima da penteadeira e eu sinto que é o Calum. Não sei que desculpa inventar por ter fugido daquele jeito, se tem uma coisa que eu odeio fazer é mentir!
Mas dessa vez não tem jeito, o que vou falar? "Desculpa Cal, estou com um crush em um dos seus melhores amigos desde o dia em que esbarrei nele e ainda não trocamos nenhuma palavra"?
Claro que não, ele vai achar que eu sou uma louca ou algo assim, principalmente ele sabendo do meu jeito e de todos meus rolos com o Lucca.
Deixei o celular vibrando e fui tomar um banho demorado, quando saio de toalha do banheiro dou de cara com Calum sentado na minha cama com os braços cruzados e uma feição de bravo. Que situação!
Seus olhos pararam em minhas pernas de fora da toalha e eu entrei atrás da cadeira, realmente não somos mais crianças.
— Como você entrou aqui? — disse assustada.
— Se sua porta da varanda estivesse trancada eu não estaria aqui — Calum respondeu seco.
— Você podia ter me visto pelada, você sabe, não é? Há quanto tempo você está aqui? — disse brava.
— Eu estava preocupado, você resolveu fingir que não tem celular! Pode me explicar porque saiu daquele jeito? — Calum disse se levantando e aproximando-se.
— Sai daqui, deixa eu me trocar primeiro! Isso já está estranho demais — disse empurrando Calum para fora do meu quarto.
Troquei-me o mais rápido que pude, abri a porta enquanto penteava meus longos cabelos molhados, Calum estava claramente irritado, sua feição fechada não escondia isso.
— Agora você pode me dizer o que aconteceu ou vou ter que ligar pra sua mãe e falar que você faltou na aula hoje? — Calum disse cruzando os braços na minha frente.
— Calum, eu te amo, mas você não manda em mim — disse fazendo birra e também cruzei meus braços.
— Não mando em você, mas eu me preocupo com você, em um segundo você estava sorrindo, no outro fechou o rosto e saiu correndo — Calum disse num tom de voz amigável.
Ele me coloca na parede fácil demais, preciso pensar em uma desculpa rápido antes que ele me encurrale mais e eu acabe falando, não sei agir sob pressão e ele sabe muito bem disso.
— Emergências femininas... — disse rapidamente e desviei rapidamente meu olhar.
— Conta outra, me fala o que realmente aconteceu — Calum disse sem acreditar.
— Não estou mentindo, é o que aconteceu — disse séria.
— Que emergência, Carolina? — Calum disse arqueando a sobrancelha.
— Menstruação, Calum! Sangue desceu pela minha vagina e sujou toda minha calça, ainda está lá no banheiro, quer que eu busque pra você ver ou você acredita agora? — disse elevando a minha voz e fingindo que iria até o banheiro atrás da roupa suja.
Exaltei-me tanto com essa desculpa, dei tantos detalhes que até eu estou começando acreditar que realmente foi isso que aconteceu comigo, se ele não acreditar depois dessa eu desisto.
— Tudo bem, eu acredito! Não precisava de tantos detalhes — Calum disse com os olhos arregalados.
— Você me forçou a isso, me irritou! — disse enquanto sentava na cama.
Calum me pediu desculpas por ter ficado tão desesperado atrás de mim e eu pedi desculpa por ter preocupado tanto ele, prometi que não ficaria mais sem responder as chamadas e mensagens dele.
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City Of Angels
FanfictionCarolina é uma garota de 16 anos, aos olhos de muitos uma sortuda, ao dela, uma azarada. Por conta do trabalho do seu pai, acabou se mudando para Los Angeles, sua única animação era por voltar a ver seu primo, Calum, que não encontra ha alguns anos...