36 Cap: De volta a vida...

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Sofia

Eu sabia que alguma coisa muito de errado estava acontecendo entre a Taylor  e a minha mãe. Conhecia a pecinha que havia me criado e com toda a certeza nada seria fácil para a mulher por quem eu havia tido vontade de viver. Minha cabeça pesada não me permitia raciocinar direito. Poxa! Seria tão bom se elas ficassem bem... Talvez até ajudaria na minha recuperação, mas eu já tinha aquela mulher maravilhosa do meu lado e tinha me livrado de morrer em uma mesa de cirurgia. Pedir uma mãe mais maleável era brincar com a sorte.

Taylor  passava cada minuto que podia do meu lado, me acarinhando e mimando. Eu sei bem a barra que ela estava enfrentando. Taylor era uma mulher guerreira e corajosa. Cada vez que a via entrar no quarto com um sorriso imenso, meu coração se desfazia. Eu queria ela para sempre ao meu lado. Nem minha mãe impediria isso.

Os dias no hospital após a cirurgia foram angustiantes. A única coisa que me aliviava era a presença de Taylor. Minha mãe estava se mostrando muito tensa e nervosa quando encontrava com ela. Não diziam nada, mas dava para ver em seus olhos como aquilo a afetava.

O dia da minha alta chegou e eu ainda não fazia a mínima ideia de onde ia ficar; se na casa da minha mãe ou na casa da Taylor. Ainda me confunde essa transição. Não sinto a casa dos meus pais como a minha, afinal a Taylor não está lá. Já a da Taylor não é minha casa porque minhas coisas não estão lá. Eu só sei que eu estaria onde a mulher que eu amo estivesse.

- Bom dia filha... – escutei  minha mãe falar ao entrar no quarto – Como está se sentindo hoje?

- Bem – respondi com um sorriso – louca pra sair desse hospital...

- Vou te levar pra casa...

- Eu só vou onde a Taylor estiver, mãe. Não vou mudar minha decisão.

- Com o tempo você esquece essa besteira... Arruma um namoradinho...

- Mãe... Socorro, mãe... Eu já tenho idade o suficiente para saber o que eu quero da minha vida e eu quero ficar junto com a Taylor. Não vai mudar... Pode vir o Brad Pitt com a Angelina de brinde que eu não quero. Eu quero a Taylor.

- Eu conversei com o seu pai. Ele ficou revoltado também. Não a queremos em nossa casa.

- Então sinto muito. Eu vou para a casa da Taylor.

- Quando você vai parar de ficar bancando a rebelde Sofia ! Você não tem mais idade pra isso. Uma moça...

- Mãe não! Para! Eu não posso ficar nervosa. Respeita pelo menos minha cirurgia!

- Desculpa Sofia... Você consegue me tirar do serio. De verdade... Quando o medico te der alta da recuperação quero ela fora de casa.

- Pode deixar mãe. Eu também estarei fora da sua casa.

- Não vou discutir com você agora... Depois conversamos sobre essa loucura...

Minha mãe parou de falar ao ouvir a porta se abrindo. Eu, com satisfação e um enorme sorriso, vi Taylor entrar carregando um buquê de flores. O sorriso que ela mantinha se apagou ao ver minha mãe ao lado da cama.

- Oi Sofia... – falou meio sem graça se aproximando.

- O que aconteceu com o linda? – perguntei incentivando-a a não se deixar intimidar pela presença da minha mãe – oi meu amor... cadê meu beijo?

- Eu vou falar com o medico Sofia... – falou minha mãe saindo porta afora.

Assim que vimos a porta se fechar Taylor se abaixou sobre meu corpo beijando meus lábios. Adorava aqueles lábios macios e a forma delicada com que ela me beijava. Como se não quisesse me machucar... Era incrível.

- Trouxe pra você. Nem acredito que vai sair desse hospital...

- Nem eu. To agoniada. Você e minha mãe não se bicam mesmo né? – perguntei cheirando o buquê. O aroma era delicioso.

- Não é nada demais anjo... O importante é você sair daqui inteira e só pra mim.

- Eu sou só sua – falei me sentando na cama – Tava conversando com a minha mãe agora e... Bom, ela disse que você pode ficar lá em casa.

- Eu vou ficar onde você estiver...

- Eu sei. Taylor de verdade. Isso não vai dar certo. Eu conheço a mãe que eu tenho. Ela vai fazer da sua vida um inferno. Vai encrencar com qualquer coisinha que você fizer. Não quero que você fique recebendo olhares feios o dia todo.

- eu aguento Sofia. – Falou Taylor pegando minha mão - Nada vai ser importante até que você esteja bem. Eu não quero fazer isso com você... Não posso fazer isso com você.

- Você quer o que? Que eu me afaste e só volte a ter ver daqui a um mês? – falou Taylor soltando minha mão dando voltas pelo quarto – eu não quero ficar longe, eu não posso ficar longe...

- Tava pensando em outra coisa...

- O que?

- Ir pra sua casa... Mas ao mesmo tempo eu não quero ser um fardo pra você. Sei que tenho cuidados especiais e vindas direto ao medico. Quando penso nisso...

- Você jamais seria um fardo para mim Sofia! Meu deus! Não percebeu ainda o quanto eu te amo? Que eu faço qualquer coisa só para te ver bem?

- Eu sei Taylor... E eu fico tão feliz com isso que você não faz ideia, mas cuidar de uma pessoa doente requer cuidados que...

- Sofia você poderia estar encima de uma cama, sem falar, sem se mexer... Eu faço tudo por você pelo simples fato que eu te amo... Eu te amo...- repetiu me abraçando apertado.

Como resistir àqueles olhos que me passavam tanta emoção e verdade? Eu não podia fazer ela passar por aquela provação por minha causa. Eu a queria bem e ela não estaria bem do lado da minha mãe. Mais uma vez senti sua boca sobre a minha, mas a entrada do medico não permitiu que continuássemos.

- Sofia ... Interrompo alguma coisa?

- O que você acha doutor? – perguntei rindo – pode entrar.

- Pronta pra sair?

- Com certeza. Ansiosa.

- Eu já conversei com a sua mãe e só vai faltar algumas coisas a ser preenchidas e você tem alta do hospital, mas não do tratamento. Que isso fique bem claro.

- Sim senhor!

- Você vai seguir a dieta que eu vou te passar e a medicação. Nada de dormir do lado da cirurgia, exercícios, baixar a cabeça.

- Pode deixar que vou fazer essa moça aqui se comportar doutor. – falou Taylor apertando minha mão. A felicidade estampada em seu rosto era quase palpável.  

- E você, Taylor, pega leve com ela... Se é que me entende...

Rimos da colocação do medico. Estava louca para que ela não pegasse leve, se é que entendem... O medico saiu algum tempo depois de aumentar a lista de restrições. Minha roupa já estava separada  e com a ajuda de Taylor tirei aquela camisola medonha do hospital. Ela aproveitou para tirar uma casquinha, roçando a mão em meu seios, apertando levemente meu bumbum, beijando meu pescoço. Me esqueci que estava com a cabeça  operada indo respondendo aos seus toques, mas ela cuidadosa, me lembrou desse detalhe. Respirei fundo e falei para a periquita sossegar enquanto Taylor terminava de amarrar meu tênis. Nos sentamos juntinhas na cama esperando o medico voltar.

- Taylor... O que eu estava te dizendo continua valendo... Não quero que você fique mal junto com a minha mãe...

- Não vamos mais falar sobre isso... Você vai ficar na cama se recuperando e eu vou dar um jeito na sua mãe.  Eu vou cuidar de vocês duas só que o tratamento da sua mãe vai ser diferente.

- Diferente como? 

- Espere e verá.



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Prévia do próximo capítulo

Finalmente Any estava em casa. Eu só lamentava não ser a minha, sim porque, desde que eu coloquei os pés na casa daquela mulher – minha sogra -, ela deixou claro de que dificultaria a minha vida ao máximo e mais: iria me fazer ir embora e largar a filha dela em pouco tempo. ...

ՏOTᗩY ✓   Kɴᴏᴡɴ SᴛʀᴀɴɢᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora