Maratona 1/7
E uma tarde fria e sombria de terça-teira. Exausto, eu me apoio na chaminé da
velha mina e fico observandoo mar. O céu está escuro e sinistro, e sinto um
vento córnico cortante.Há uma tempestade se formando e as ondas batem contra os penhascos abaixo, furiosas, o som aumentando e ecoando pelo prédio
em ruínas. Os primeiros pingos congelantes de granizo da tempestade que se
aproxima atingem meu rosto.Quando crianças, Kit, Maryanne e eu costumávamos brincar dentro e ao
redor das ruínas daquela mina de estanho no limite da propriedade Sprouse.
Kit e Maryanne sempre eram os heróis e eu, o vilāo. Que adequado. Já era um
estereótipo naquela época. Sorrio com a lembrança.Uma fortuna considerável foi feita em cima daquelas minas, e os lucros
incharam os cofres dos Sprouse ao longo dos anos. Mas elas foram fechadas
no final do século XIX, quando se tornaram menos lucrativas, e os trabalhadores
emigraram para lugares como Austrália e Africa do Sul, onde a indústria de
mineração ainda tlorescia.Pouso a mão na pedra desgastada da chaminé, fria e áspera ao toque, mas ainda de pé depois de tantos séculos.
Como os Condes de Trevethick...Minha visita foi um sucesso. Oliver acertou ao insistir que eu visitasse as duas
propriedades. E estou começando a reavaliar minhas dúvidas em relação a ele,
que não fez nada além de me orientar na direção certa.Talvez realmente preze pela manutenção da prosperidade da linhagem Sprouse. Agora os funcionários sabem que podem contar comigo e que não quero fazer mudanças
radicais. Descobri que sou um detensor da teoria de que "em time que está
ganhando, não se mexe".Dou um sorriso triste. Também sou preguiçoso demais para ser qualquer outra coisa, por ora. Mas a verdade é que, sob a
autoridade e a gestão hábil de Kit, as propriedades Sprouse estavam
prosperando. Espero conseguir mantê-las assim.Mas me deixou cansado ser líder e otimista nos últimos dias e de ouvir todo
mundo. Não estou acostumado a despender tanta energia positiva. Conheci
muita gente ali e em Angwin, Oxfordshire. Pessoas que eu nunca tinha visto e que agora trabalham para mim.Frequento os dois locais desde criança e nunca tive a menor ideia de quanta gente havia nos bastidores. Foi exaustivo conhecer todo mundo. Muita conversa, muita atenção, muito incentivo, muitos sorrisos, sobretudo quando não estava com vontade de sorrir.
Olho para a trilha que leva até o mar e penso em Kit e eu quando crianças,
correndo até a praia lá embaixo. Kit sempre ganhava. Sempre. Mas, também,
ele era quatro anos mais velho do que eu.E então, no final de agosto, armados
com potes, baldes e qualquer outra coisa que servisse, éramos três crianças
colhendo amoras das amoreiras que cercavam o caminho, com as quais nossa
cozinheira, Jessie, preparava crumble para a sobremesa do jantar. Também
levava maçã, e era a favorita de Kit.Kit. Kit. Kit.
Era sempre ele.
O herdeiro. Não o resenva.
Porra.
Por que correr nas pistas escorregadias em uma noite gelada?
Por que? Por quê? Por que?
E agora ele está sob a ardósia fria e dura da cripta dos Trevelyan.
A dor fecha minha garganta.
Kit.
Chega.Assovio chamando os cães de caça de Kit. Com o comando, Jensen e Healey,
dois setters irlandeses, retornam de suas brincadeiras e vêm correndo em minha
direção. Eles têm nomes de carros. Kit era obcecado por todo tipo de veículo
com quatro rodas, especialmente os mais rápidos.Desde muito pequeno, desmontava um motor e o remontava em um piscar de olhos. Era um cara realmente versátil.
Os cachorros pulam em mim e faço carinho em suas orelhas. Eles moram na
Mansão Tresyllian, na propriedade Sprouse, e quem cuida deles é Danny, a
caseira de Kit.
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Mister | Sprousehart
Fanfiction[+18] Londres 2019. A vida tem tratado bem de Cole Sprouse. Com a sua beleza, dinheiro e relações privilegiadas, nunca teve de trabalhar e raras vezes dormiu sozinho. mas tudo isso muda quando, na sequência de uma tragédia, ele herda a riqueza, as...