ItaSasu - Além de um sonho - ABÔ - (one shot)

one

Parece que minha salada está me encarando, algo me diz que ela sabe o que fiz hoje mais cedo entre meus travesseiros, ou eu só estou sendo paranóico mais uma vez nessa semana. Ultimamente tenho me sentido culpado pelo meu subconsciente que insiste em me trazer sonhos eróticos toda noite, isso até poderia ser considerado normal na juventude de um ômega se não fosse o fato de todos os sonhos meu irmão mais velho estar envolvido. Eu me recuso a me tocar e isso se torna um problema pois tenho que me trancar no meu banheiro até me acalmar. Me pergunto quando isso vai parar, ainda não tive meu primeiro cio mas me sinto uma cadela todas as vezes que acordo duro por sonhar com meu irmão me tocando.

— Sasuke? Você está bem? — levantei minha cabeça para encarar meu irmão que está tomando café tranquilamente, mas eu sequer consigo o olhar nos seus olhos por dez segundos, meus pensamentos voltam para as cenas gravadas na minha mente na noite passada, minhas bochechas começam a esquentar e eu simplesmente travo. — Ei, você não parava de encarar sua comida... algum problema? Você dormiu bem?

Não posso negar que meu irmão é um alfa bonito, eu sempre me inspirei nele e o admiro desde criança. Mas toda noite meus pensamentos me traem, não quero deixar isso afetar na relação que temos, muito menos ter que relatar isso aos nossos pais.

— Eu estou bem, só com um pouco de sono. — falei voltando a comer meu café da manhã sem desviar meu olhar da comida.

— A mãe e o pai estão preocupados com você. — quase me engasguei quando ouvi as palavras dele, não era possível eles desconfiarem de algo já que meu pais ficam a maior parte do tempo fora de casa trabalhando, mas de qualquer forma ainda me deixa com um certo temor. — Eles estavam discutindo sobre aquele assunto.

— Eu... não quero apressar isso, Itachi. — dei um longo suspiro, detesto esse assunto pois meus pais vivem colocando pressão em mim, ter um cio significa ter um alfa ou um beta, meus amigos já tem seus próprios parceiros e deixar a escolha nas mãos dos meus pais é tudo que menos quero, por quê esse inferno tem que acontecer tão cedo? — Queria que eles fossem mais pacientes comigo.

— Você sabe como eles são, só querem ter certeza de que não tem nada de errado com você, irmãozinho. — ele disse se levantando para deixar a xícara de café na pia. — Mas parece que você não quer que esse dia chegue. Por quê?

— Porque eu não confio em ninguém... e isso tudo é um saco. — tirei meu prato da mesa, no fim acabei ficando sem fome por causa desse assunto desconfortável. — Você não entenderia.

Ele tirou o prato das minhas mãos e colocou sobre a pia, com o olhar que ele me lançou eu já entendia o que viria após aquilo, todas as manhãs temos o costume de nos abraçar, na verdade quem começou isso foi Itachi e hoje não seria diferente então ele logo me puxou pra um abraço apertado, o cheiro dele parecia mais forte que o comum. Ele ergueu meu rosto segurando no meu queixo, o sorriso gentil e cheio de ternura aquecia meu coração todo santo dia, eu nunca irei cansar de vê-lo sorrir.

— Não se preocupe irmãozinho, eu vou cuidar de você. — sinto ele deixar um beijinho na minha testa e me soltar do abraço. — Não posso mentir, também não confio em ninguém. Você é muito frágil para deixar nas mãos de outras pessoas.

Ao contrário dos meus pais, meu irmão me entende perfeitamente, é bom saber que a pessoa que me sinto seguro gosta de me proteger. Não posso perder ele por causa dessas bobagens, e principalmente preciso parar de lembrar daqueles sonhos enquanto estou perto dele, fico com tanta vergonha de mim mesmo que tenho vontade de correr pra longe do meu querido irmão. Irei tentar ignorar até que isso acabe de uma vez.

— Você é o melhor irmão do mundo, Itachi! — por impulso o abracei mais uma vez, às vezes não consigo esconder o quanto o amo, Itachi deu uma risada e segurou nas minhas coxas me impulsionando para cima, segurei firme nos seus ombros circulando minhas pernas no quadril dele. — Pensei que você estivesse velho demais pra fazer isso.