Quem é vivo sempre aparece, certo ? Perdoem a demora, mas eu realmente estava travada em questão de escrita, entretanto, acho que se não tivesse demorado não tinha ficado do jeito que eu queria.
Eu escrevi esse capítulo várias vezes e em nenhuma delas eu fiquei feliz, acho que não era o momento mesmo. Mas eu estou muito contente com esse aqui, acho que ele retrata a verdadeira essência da história.
Phoenix agora é 2K, mal posso acreditar que cresceu tanto, obrigado por estarem fazendo essa fic crescer. Vocês não tem noção alguma de como ela é importante pra mim💛
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❛❛ O toque que ele escolhia para dar-me era sempre cálido como uma sinfonia que acalma a alma, e doce como um pedaço de nuvem.
Eu consegui sentir pela primeira vez em minha vida que finalmente pertencia, não à algum lugar, e sim a alguém...
À ele.❜❜
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Sua respiração estava o deixando aos poucos. Quase podia vislumbrar ela parada ao longe; ela abanava as mãos lentamente enquanto um sorriso breve desenhava seus lábios à medida que se afastava cada vez mais, como se estivesse se divertindo com a despedida. Talvez algo de si estivesse finalmente dizendo para ele simplesmente ir, para ter coragem e passar por aquilo sozinho sem que precisasse se segurar em algo.
Mas não conseguia.
Quando a voz grossa sussurrou perto de si, dizendo-lhe alguma coisa que não conseguiu entender, um arrepio correu por todo o seu corpo e seu momento de alucinação foi quebrado. Finalmente voltou para onde estava, e com quem estava. A casa de banho que costumava ser enorme passou a encolher gradativamente quando a observou outra vez, seus olhos velozes e amedrontados correram até parar em frente à banheira de cerâmica, ela era de um tom azul marinho bem escuro e continha algumas manchas pretas espalhadas pelo material.
Tinha certeza que se lembraria dela mais tarde, os detalhes que seus olhos capturavam enquanto estava anestesiado de angústia costumava permanecer por longos dias o atormentando. Como a pequena janela de vidro do porão da sua casa, ela era bem alta e tinha uma pequena parte onde o vidro havia sido quebrado, provavelmente algum pedaço de gelo que caiu sobre ela durante uma chuva de granitos a destruiu. Quando o seu pai ficava furioso demais costumava lançá-lo ali dentro, junto da irmã do meio, e os dois arrastavam um grande caixote de madeira dura até embaixo de onde ficava a velha janela, era difícil subir em cima dele para alcançá-la, mais era ainda mais difícil ficar encarando as paredes sujas e escuras cobertas de poeira e aquele ar fúnebre, então se esforçavam o máximo que podiam, mesmo com o corpo dolorido da surra, para subir em cima do caixote e aproveitar uma brecha do espaço lá fora com um pouco de luz solar.
Lembrava-se que ficava cada um de um lado da janela empoeirada, e ele sempre do lado do vidro quebrado, não sabia bem o porquê, mas era sempre assim. Não podiam sentar ou então não a alcançavam, mas não se importavam com aquilo, era melhor do que estar no escuro. As vezes uma brisa gelada escapava por dentro da parte quebrada e surrupiava o ar até bagunçar seus cabelos, então Taehyung mirava o rosto de Dahyun para ver se o vento também a abraçava.
A resposta era sim, a brisa balançava seus cabelos castanhos e bagunçados e também acariciava seu rosto machucado com alguns vergões roxos, as vezes com um pouco de sangue seco, e então ela o encarava de volta com aqueles olhos vazios onde existia uma escuridão infinita. Taehyung não tinha medo de sua fisionomia ou dos seus olhos perdidos, pois alguma coisa lá no fundo dizia que ele era muito parecido com ela.
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Phoenix
RomanceEm uma época extremamente conservadora, Taehyung é criado por uma rígida família que prega que o único dever de sua vida como ômega é casar e servir um alfa. Não admitia, mas lá no fundo desejava uma vida longe das agressões que sofria, apesar de nã...