Sobre dragões e Gigantes

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  Em mundo onde tudo era grande havia um pequeno dragão verde, incrivelmente pequeno e igualmente verde. Há quem achasse esse fato um tanto engraçado, afinal não era comum que em um mundo tão grande houvesse um ser tão pequeno, mas devemos concordar que o mundo não é feito de acontecimentos óbvios, pelo contrário, as surpresas que ele revela são o que tornam a nossa jornada encantadoramente empolgante.
  Nesse mundo de grandes coisas é realmente difícil ser tão pequeno, pensava o Dragão, ele queria explorar a vida de outros ângulos e em outras formas. Queria ver de cima, pois, até então ele só conhecia um lado da história.
  Nas montanhas azuis muito além das colinas vívidas de tahr onde se encontravam os dragões, um velho gigante observava solitário tudo a sua volta, sentado à beira das pedras recém tocadas pelo sol poente ele fitava o Horizonte pensando em tudo que nele havia, parecia tudo tão pequeno e, ao mesmo tempo, de uma grandeza inimaginável.
O velho gigante atrapalhado imaginava como devia ser bom conhecer todos aqueles lugares, sentindo todos os cheiros e provando todos os sabores, nem mesmo o grande teixo que se exibia satisfeito no alto da montanha era grande o suficiente para o velho gigante e, nem mesmo as folhas majestosas e amareladas pelo outono confortavam o coração da criatura. Como poderia? Nós queremos o que queremos não há explicação, é uma verdade tal como o ardor do fogo e o frio do gelo.

Chuva
Capítulo 2.

Foi no fim da tarde, quando o dia trazia os seus últimos ventos e seus últimos sussurros que do alto do teixo uma folha tanto vermelha quanto amarela se soltou e foi levada pelo vento para terras novas e desconhecidas. O gigante atento seguia a folha com seu olhar curioso medindo o seu caminho.
— A verdadeira liberdade nasce com as folhas.
— Um dia serei eu uma simples folha e viajarei para longe de minha árvore e verei com meus olhos de folha os quatro quantos do mundo, o mar e o firmamento.
Naquela noite houve uma tempestade como ninguém jamais havia visto, ventos fortes vindos do norte chicoteavam as árvores com uma força descomunal, os troncos se dobravam e se esticavam em uma dança violenta os galhos se quebravam e as folhas se partiam ao serem arrancadas com o impacto da chuva.
O vento furioso sibilava como uma cobra enraivecida e urrava como um urso pego em uma armadilha, o rio transbordava e as plantas das suas fronteiras não eram capazes de segurar a água.
Nessa tempestade fervorosa que durou um dia e uma noite ninguém ousou sair de casa e.  quando tudo finalmente se acalmou veio o orvalho madrugueiro e com ele a primeira luz do dia.
  No  alto da montanha a enorme árvore foi tocada pelas gotas de água e pela luz matinal e suas folhas se alegraram chacoalhando ao som do vento agora calmo, os pássaros saiam de suas tocas e se aproximavam do teixo foi quando o céu se abriu e já não era mais orvalho que enfeitavam as folhas ... mas sim gotas douradas perfeitamente redondas e delicadas que se desmanchavam ao escorrer pelo tronco nodoso e caiam no chão explodindo em cores e dando forma a um fruto que refletia o céu e as nuvens em sua casca dourada.
   O fruto tinha propriedades mágicas até então desconhecidas e, no primeiro mês ninguém arriscou comê-lo, então no segundo mês corriam boatos sobre sua magia e os habitantes próximos à montanha já olhavam para tais histórias com curiosidade se perguntando quais mistérios ele guardava.

   Já no terceiro mês o povo se agitou, uns diziam que se tratava de um presente dos céus e que dava a quem comesse o direito de viver entre as nuvens, outros diziam que a sua casca era de puro ouro e dentro havia toda a sorte de prêmios desde raras pérolas azuis a incríveis rubi-olho-de-dragão e quem o possuísse seria a mais rica de todas as criaturas. O fruto proibido como passou a ser conhecido encantava a todos, os feios queriam a sua beleza, os fracos a sua força e os pobres a sua riqueza. Porém, entre eles haviam duas almas que não desejavam beleza, nem riqueza e, nem força. O velho Gigante e o pequeno Dragão, duas criaturas de igual grandeza, mas que não conheciam a própria magia.

Qual é o meu nome?
Capítulo 3

   Em um dia ensolarado, o teixo brilhava imponente coroado pelos feixes de luz e pela brisa calma e o gigante que dormia a seus pés acordou de supetão quando sentiu que alguém havia subido a montanha. Levantou rapidamente e passou os olhos a sua volta a procura do invasor... mas não teve sucesso então voltou a adormecer apoiado ao tronco da árvore.
O guardião então ouviu novamente
— Crac crac!  É rastejar, pensou ele...

— Perdoe minha intromissão, mas seria o senhor quem guarda a árvore?
O gigante levantou assustado tentando descobrir de onde viera a misteriosa voz e então bradou:
— Para que eu possa responder primeiro mostre se viajante.

— Certamente, devo me apresentar com as devidas maneiras. Sou Kaw de Tahr, mas a todos sou conhecido como pequeno Dragão.
— Ainda não posso vê-lo, mostre se e decidirei se é amigo ou inimigo. Replicou o gigante.
— Não procure ao redor alguém tão pequeno guardião, olhe para as pedras e me verá.
Ele então olhou para as pedras e se deparou com uma criatura pequena e verde que se confundia com os ramos que nasciam entre as rochas e as raízes.  Ele se apoiou sobre um dos joelhos e curvou se para lhe falar.
  — Olá Kaw de tahr! Vejo agora que faz jus a seu nome.
— Agora que pode me ver e que conhece meu nome pode me dizer o seu caro amigo?
— Não tenho nome conhecido pelos homens! Pensativo o Dragão indagou ao homem desmedido.
— Do que devo chamá-lo então?
— Me chame de guardião, pois, é o que sou e o que tenho sido até estes dias. Agora quanto a ti Kaw de Tahr, conte-me o que deseja do grande teixo.
  O gigante se levantou com as mãos altivas e se aproximou da árvore correndo seus dedos sobre o tronco. E continuou a falar.
- Eu estava aqui como sempre estive quando os primeiros frutos nasceram, eram muito maiores do que são hoje e muito mais dourados, desde desse dia então todo ano a árvore presenteia a nós com seus frutos e pessoas de todos os lugares vêm em busca de riquezas lendárias. Beleza, fortuna… e o Maior deles a vida.
—  Não é beleza ou dinheiro o que eu desejo, muito menos mudar o tempo que me foi dado. O que eu quero seu fruto ou sua árvore não podem me dar, mas eu ouvi sobre o guardião e sobre a sua sina e até mesmo o grande teixo é pequeno perto do senhor.
Então eu o procurei para ver com meus próprios olhos tal gigante e ouvir com meus próprios ouvidos as suas histórias.
— De fato, mas devo dizer meu amigo que não terei histórias para contar, nasci sob a montanha e então fui seu guardião, no inverno senti o frio, na primavera vi florescer as árvores, no outono vi suas folhas partirem e no verão senti como nunca o calor do sol. Ciclo após ciclo eu estive aqui e isso é tudo que conheço.
Kaw pareceu um pouco decepcionado, ele esperava que uma criatura tão grande carregasse consigo grandes histórias de bravura e coragem. 
Mas viu que assim como ele o gigante se sentia pequeno.






Olhos de folha.
Capítulo 4

  Enquanto o gigante discursava uma folha em algum canto do mundo circulava harmoniosa respeitando o ritmo do vento, girava e rodopiava tocando as nuvens e o céu. Abaixo podia ver a grama verde e os campos de lavanda, e também outras folhas de outras árvores que viajavam com ela, subindo e descendo como uma ninfa de pés graciosos ela parou diante do pôr do sol e se não fosse apenas uma folha, qualquer um poderia jurar que ela sentia a beleza daquele fim de tarde e o apreciava.
   No pé do grande teixo, o gigante viu que já era tarde e então decidiu se recolher. O pequeno Dragão fez o mesmo e os dois despediram-se brevemente já aguardando o próximo dia. No dia seguinte, assim como o sol nascente, a folha também se levantou e seguiu o vento rumo a novas paradas.

Pássaro de luz
Capítulo 5

  - No começo de tudo antes que o mais antigo teixo desabrochasse um grande pássaro voou até o ponto mais alto da terra e sobre uma montanha adormeceu… suas asas eram tão majestosas que cobriam o sol e assim que ele pousou, a terra escureceu.
- Todos os animais das matas cochicharam, as árvores pararam de caminhar e os pássaros migrantes deitaram suas asas sobre o chão, então tanto as árvores como todos os habitantes da terra adormeceram um sono profundo.
-Sempre que o Pássaro batia suas asas sobre a montanha, um vento percorria cruzando o céu chacoalhando as folhas nas copas e as águas nos lagos fazendo a floresta cantar, a música acalmava as feras e fazia os homens sonharem. Tal pássaro era tão branco e puro que as águas tremeluziam sob a sua luz e os barcos seguiam as ondulações que o seu coração causava nos mares.
-Quando o pássaro enfim despertou, alçou voo e deu lugar ao sol que aqueceu a terra e acordou todos que nela dormiam, a partida do pássaro entristeceu o céu que mostrou sua dor colorindo a abóbada com todas as cores, as mesmas cores que anunciaram a sua chegada, pois o céu sabia assim como todos ali que o pássaro retornaria e com ele animais e árvores poderiam do Dragão que escutava atento reparou que enquanto o gigante contava ele olhava o horizonte com uma atenção admirável, na verdade, o velho sempre o olhava... Como quem quisesse partir.  Kaw então indagou o gigante:
—Sempre o pego viajando mesmo sem sair do lugar.
— Esse é o dom que foi dado a nós contadores de histórias, podemos viver mil vidas, lutar mil batalhas e conhecer mil maravilhas sem mover os pés.
— Nunca se perguntou o que existe depois do horizonte?
O Gigante sorrindo disse
-Todos os dias!
  Os frutos rolavam pelas raízes ao pé do tronco, as folhas antes verdes agora escureciam até que então caiam lentamente, a cada folha que tocava o chão o gigante abaixava a cabeça revelando tristeza, mas também compreensão. Ele mostrou a kaw tudo o que ele via no horizonte, todas as diferentes luzes coloridas que passavam apressadas parecendo perseguir o tempo.
— Estas são as estrelas! Dizia ele. Apontava para o outro lado onde animais voadores brincavam nas nuvens saltitando entre elas como se fossem feitas das penas mais macias e as árvores que há muito tempo andavam entre nós com seus próprios pés agora erguiam-se adorando o céu! Mas isso é história para outro livro.
  Cores e mais cores explodem por todos os lados, o vento cantava e as folhas eram seu coral mais que esforçado e Kaw pensou que nunca vira nada tão bonito e pela primeira vez não se sentiu pequeno, mas único. Já era entardecer novamente, tão rápido o sol se foi e os vagalumes apareceram que Kaw adormeceu ali mesmo ao pé do teixo, sonhando com tudo que havia visto.

Colhendo os frutos.
Capítulo 6

   A manhã chegou depressa, talvez o sol também estivesse ansioso por mais uma história, nasceu como de costume e sentou-se sobre os campos muito além daquela montanha. O guardião estava sentado sobre uma pedra, sempre observando o infinito sem nunca dormir… Naquele instante começou a contar:
— Muito antes dessa vila crescer ao redor da montanha, eu tenho guardado essa árvore gabou-se o gigante.— Os vejo nascer e apodrecer quando seu dourado dá lugar a um cinza-escuro e sem vida até que vire pó. Amei o meu trabalho e me satisfiz em fazê-lo até que os anos se passaram e a velhice me alcançou… e assim como os frutos eu me senti cansado e cinza e me perguntei o porquê de algo tão belo não poder ser visto.
  -Por que esconder do mundo algo tão maravilhoso? Então guardar a árvore parecia não fazer mais sentido e eu esperei todos os dias para que alguém viesse vê-lo, para que eu não fosse o único a partilhar de sua visão e você veio.
— Então eu finalmente entendi! A árvore não traz fortuna, ou beleza nem mesmo tira de você os anos que o tempo lhe deu.
— Mas sem pedir nada em troca a doçura da fruta alimenta quem sente fome, a sombra dos seus longos galhos abraçam quem está cansado e as suas folhas trazem vida a quem adoece e essa é a verdadeira riqueza! A sua aparência ou fortuna não importam porque o coração dela a tornou especial.
— Porque mesmo que ninguém veja…se somos verdadeiros continuamos a ser especiais.



As folhas que caem, os galhos que ficam.
Capítulo 7

  Aquela mesma folha que há pouco contemplava o pôr do sol agora tocou a água criando desenhos imaginários, levantava se dobrava e voltava a se levantar. Pela manhã era amarela, a tarde ficava tão Vermelha como uma maçã e a noite azul, como um pedaço do céu que se soltou. Ela andou com as fadas e com os gnomos, correu com a brisa e se deitou com a chaminé. Percorreu todo o continente e agora... Voltava para casa.
   E na montanha o pequeno Dragão se preparava para mais uma história, se ajeitando sobre a grama e se enrolando entre as raízes muito maiores que ele. A árvore havia derrubado quase todas as suas folhas formando um tapete convidativo.
   O gigante ajeitou sobre a pedra afastando as folhas e os ramos, sentou-se calmamente e se pôs a falar. — Hoje, Lhe contarei duas histórias de uma única vez! A primeira é sobre um pequeno Dragão e a outra sobre uma grande árvore.
— Todos os tons de azul se encontravam ali, pingentes de gelo transpareciam a luz reconduzindo os feixes por todo o chão do lugar enquanto retângulos brilhantes feitos de raios solares douravam o gelo, também havia um lago tão profundo que nele se podia ver o passado e se chegasse mais perto… Talvez o futuro! As montanhas altas envolviam o lago como o abraço de uma mãe águia zelosa e em meio a paisagem isolada um Dragão também azul olhava para o lago sem saber quem era.
— Ele perguntava para o lago..., mas não ouvia resposta apenas a mesma brisa que acariciava seu pêlo todas as manhãs. Todos os dias ele perguntava e todos os dias não havia resposta.Foi quando uma gota derreteu escorrendo do alto do teto de gelo e caiu no lago que espirrou sobre o Dragão. No lugar onde a gota desapareceu um ovo surgiu, era verde água e manchado de frio… E de dentro do ovo… nasceram um par de magníficas asas.
— Sim! Eram asas incríveis! Você deveria ter visto... Ela tinha sete cores tão vibrantes que à primeira vista o Dragão se assustou. Ele então as vestiu e se pôs a voar… Voou e voou cruzando o céu e atrás dele outros dragões se juntaram, a cada bater de asas, arco-íris se formavam e todos se encantavam com sua beleza. Mas ainda havia algo de errado e mesmo no céu o Dragão não era capaz de voar verdadeiramente, as asas escureceram e ele caiu.

   -O rei dos magos recebera dois presentes dos céus, mas as nuvens disseram, apenas um poderá escolher.
— Um baú de couro que não tem fundo e dentro dele todo o ouro que jamais sonhara em ter, mas sempre que gastar uma dessas moedas, alguém perderá uma parte do seu próprio tesouro.
-Saberão eles da existência do seu baú e irão desejá-lo. Caberá a você protegê-lo até o fim da sua vida.— O outro é uma simples semente, seus frutos são deliciosos e sua sombra se compara ao sabor, mas terá que regá-la todos os dias e esperar que floresça. Ao contrário do Ouro um dia a árvore terá fim, mas dos seus galhos mortos outra árvore surgirá e assim por diante.
- O rei pediu às nuvens que tivesse três dias para escolher o presente e assim lhe foi dado. No primeiro dia o rei mago viajou para a cidade e andando pelas vielas viu um nobre que ostentava sua riqueza passeando em uma carruagem de ouro, no topo da carruagem uma chama brilhava, um rubi avermelhado que iluminava o caminho do homem. O mago pensou:
   -Esta carruagem levará o homem ao mesmo lugar que qualquer outra, e assim como a carruagem de madeira suas rodas também são manchadas de lama.
No segundo dia, o mago ao andar pela cidade viu um menino pastorear uma rosa que com toda a dedicação era cuidada por ele regando e podando suas folhas para que crescesse mais forte. Mas mesmo com delicadeza, os espinhos ainda o feriram.
O mago pensou:— Dia e noite ele cuida da Rosa sem lhe pedir nada em troca e é pago com espinhadas.
    No terceiro dia porém ele revisitou a cidade e ao passar por um campo ele viu uma anciã que depois de um dia cansativo no campo sentou se aos pés de uma árvore aproveitando a sombra e comendo seus frutos, os quais aguardou por todo o inverno. Já era hora de escolher o presente então o mago voltou a subir a montanha para falar com as nuvens.
As nuvens perguntaram novamente ao Rei mago com uma voz estrondosa típica dos céus.
— Qual dos presentes escolhe mago?
— A semente! — disse ele.
— É a sua última resposta? — Bradaram as nuvens... Então assim será.
—Nessa hora o céu se abriu e uma semente caiu na terra florescendo tudo a sua volta.

A última folha
Capítulo 8

  Após acabar a história o gigante se levantou e parou por alguns instantes… ele sentia o vento e o calor do sol com as folhas que caiam sem pudor, o dragão que observava a tudo muito quieto não interrompeu.
   Foi quando o velho e desmedido amigo apoiou um dos joelhos sobre a grama que nasciam nos intervalos das raízes e estendeu a gigantesca mão em direção a kaw e pediu que subisse, se levantou e então com todo o cuidado carregou o dragão por todo o caminho. Estava tudo tão quieto aquela tarde que até se podia ouvir a água correr ao longe desviando das pedras dos riachos rochosos ao redor da montanha, no lugar onde era sempre primavera e as flores sem descanso embelezavam ainda mais o pequeno paraíso, os pássaros estavam especialmente agitados hoje, cantavam para lá e para cá com empolgação, as árvores os acompanhava na canção, tremiam balançando seus galhos e tocando suas folhas cada uma em uma nota diferente, compassados e cuidadosos os cervos pulavam e dançavam ao redor dos pés do gigante com passos delicadamente orquestrados.

As borboletas e insetos dali pousadas sobre as pétalas alçaram voo colorindo troncos e preenchendo o céu, até os animais dos rios entraram no ritmo, pulavam e batiam as caldas jorrando água por todos os lados e voltavam a mergulhar e assim sucessivamente… Kahr olhou para o céu e viu os dragões das colinas em voos rasantes cortando o céu, verde violeta azul e turquesa, escamas brilhosas que reluziam na sua superfície as cores da aurora e do arco-íris.
   O dia foi tomado por uma melodia harmoniosa e tão sincera que até mesmo as fadas e gnomos saíram de suas tocas e vieram brindar, quando se deu conta Kaw estava na beira do horizonte e podia ouvir o barulho do mar. O gigante o colocou no chão e a melodia foi abrandando até que os cervos pararam, as borboletas e insetos pousaram e os peixes se acalmaram, os dragões agora voavam em círculos em cima de suas cabeças, a melodia continuava agora calma acompanhada apenas pelo burburinho dos galhos e a brisa.O céu ali tinha uma cor diferente, e o mar também. Era a hora de partir…O gigante se aproximou de Kaw e disse:
— Agora meu caro e pequeno dragão vou lhe contar como a história acaba… O dragão enfim percebe que era maior que pensava e que não estava sozinho, e o gigante…O gigante aprendeu com o dragão que a vida é incerta, e a felicidade não está em correr incessantemente atrás de seu sentido, mas sim em ajudar, o máximo que conseguirmos. E se no final de tudo… se fizer a diferença na vida de ao menos um único alguém, então meu amigo você já tem o céu.
   O gigante sorriu, e foi quando as folhas apareceram, de todos os lados elas vinham seguindo o som das flautas das fadas, voavam em volta do gigante que gradualmente também virou folha. Muito longe dali a última folha do teixo que voltava apressada, voou e voou entre os dragões e alcançou os cervos que se sentaram sobre a relva, ela continuou a voar e se juntou às outras até que todas partiram. E nas montanhas azuis onde o teixo havia secado um ramo verde e viçoso floresceu.





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o dragão, a folha, o fruto e o velho gigante.Onde histórias criam vida. Descubra agora