Medicina por amor ou com amor

Avenida Paulista

(PELA VISÃO DE MARIA LÚCIA)

Por fim, liguei para Alice e a chamei para assistirmos juntas as noites, mesmo, alguns capítulos, às 20h, pois, no dia seguinte era segunda-feira. Tínhamos compromissos.

Fiquei em dúvida se fazia um jantar, ou pedia algo. Optei por pedir uma pizza e um vinho, pensei em pegar um vinho muito caro, porque era uma ocasião especial, mas, ela conhece vinho muito bem, como iria explicar que consegui aquele? Decidi por um bom e barato, Trapiche Cabernet Sauvignon.

Meu pai tinha dito que era um apartamento simples, pra mim era chique demais, mas, entendo que ele não sabe o que significa simples há um tempo. Apesar, de ele ser um homem simples, na maneira de falar, se portar, muito humilde, muitas pessoas se espanta quando ele fala que é Tadeu Meier.

Estava ansiosa, para chegada de Alice, faltavam uns 10 minutos, deixei a mesa pronta, o vinho estava na adega, eu estava com roupas simples, um conjunto de moletom.

Alice chegou às 20h em ponto.

- Olá, seja bem-vinda, pode entrar.

- Obrigada.

Dei passagem para ela entrar no apartamento, assim que entrou a cumprimentei com um beijo na bochecha. Ela estava mais cheirosa e linda ainda.

- Estou pensando em pedir uma pizza para assistirmos e tomarmos um vinho. O que acha?

- Perfeito. Eu gosto de mussarela.

- Eu também, sinto que as clássicas são as melhores.

Enquanto a pizza não chegava, conversamos amenidades, demos uma risada. E pra mim, aquele era o som mais lindo do mundo.

A campainha tocou e era o moço da pizza, dei uma gorjeta pra ele.

- Prefere comer como?

- No sofá, ou com pratos e talheres?

- Sim, isso.

- Podemos comer no sofá mesmo.

Então, sentamos perto e colocamos play na série, enquanto tomávamos vinho e comíamos a pizza.

Alice se levantou para levar as coisas na mesa de jantar, eu respirei fundo e tomei coragem, a puxei pela mão e segurei em sua cintura. Dei um beijo nela. Ela não se afastou, mas, aprofundou o beijo, ali percebi que ela queria aquilo tanto quanto eu.

Eu não queria fazer amor com ela, não ali. No meu coração parecia que eu ira explodir de felicidade, mas, minha mente insistia que eu estava magoando-a e infringindo a carreira dela renomada.

- Desculpa, eu não posso. Eu quero, mas não posso.

- Me desculpa.

- Acho melhor só assistirmos.

- Eu já vou embora, está ficando tarde.

- Te vejo amanhã na aula.

- Fica?

- Não posso. Melhor não. Eu posso, mas, não ficarei você sabe por quê.

- Compreendo. Desculpa

Minha mente estava confusa demais, eu queria beijá-la mais uma vez, como se fosse a última coisa que faria da minha vida. Mas, não queria desrespeitá-la. Beijei sua bochecha e a deixei ir. E me senti despedaçada, por deixá-la atravessar aquela porta.

(PELA VISÃO DE ALICE)

Maria Lúcia me chamou para ir até a casa dela às 20horas, resolvi seguir o conselho da Callie e dar essa chance.

Assim que a vi, parecia que meu coração iria pular pra fora, ela estava radiante, cheirosa, minha sanidade estava lutando com meu corpo, para não beijá-la ao vê-la.

Pedimos pizza, bebemos vinhos, conversamos amenidades, rimos, e aquele som. Era música para meus ouvidos, a risada da Malu.

Fui deixar as taças na mesa, e ela me puxou. Beijou-me. Eu quis tanto aquilo, e eu queria mais, mas, ela cortou, parecia que ela não queria tanto. Hora que olhei para os olhos dela, havia desejo, mas também medo, eu fiquei confusa. Ela estava com medo de mim? De eu não gostar?

Sussurrou com uma voz rouca e extremamente sexy, se eu queria terminar de assistir, mas, sem beijarmo-nos. Preferi ir embora, não queria prejudicá-la, ela disse pra mim que queria tanto quanto eu, mas não sabia o que fazer.

Nos despedimos, ela beijou minha bochecha e eu queria segurar ela e amá-la pela noite inteira. Não podia. Então, disse que nos veríamos amanhã na aula.