Don't you remember. Part 1

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"I know I have a fickle heart, and bitterness, and a wandering eye, and a heaviness in my head."

A chuva estabeleceu um jogo de trégua com o sol, despiu suas ultimas gotas e adormeceu por entre as nuvens. O cinza preencheu o dia e acordou as árvore, enquanto o vento zelava pelo sono dos corpos cansados.

É melhor trancar a porta do quarto!

Camila levou sua "inimiga" para casa noite passada, carrego-a para a cama e tratou devidamente de cada ferida em seu corpo. Dormiu no chão, ao seu lado e esperou por alguma melhora.

Depois de se arrumar para mais um dia de aula e fazer o desjejum, voltou para o quarto e deparou com uma cena pouco comum e extremamente perturbadora.

– MORRA, NESS!_ gritava sua avó, investindo sua fiel bengala contra as costelas de uma Jauregui inconsciente.

Meu Deus!

– VOVÓ!_ tentou tomar o objeto dela. – Pare! Ela não é o monstro do Lago Ness!

– Não?_ abaixou a "arma" e olhou-a confusa. – Mas parece muito!

Como a latina não sabia como o monstro se parecia, preferiu não argumentar e deixar esse assunto de lado. Era mais saudável para sua sanidade.

– Quem é ela então?_ perguntou vovó Abby.

De repente a latina se arrependeu de tê-la contrariado, talvez fosse melhor deixá-la pensar que Lauren era qualquer outra pessoa ou coisa do que ela mesma.

Agora era tarde.

– Preciso te contar uma coisa!_ falou baixinho.

Iniciou uma sessão de histórias que continham: sangue, lobos, crianças e chuva. Todos os acontecimentos foram relatados e minuciosamente apresentados a sua querida parente.

– Quer dizer que ela salvou sua vida ontem?

– Foi._ terminou Camila.

– Acho que gosto dela!_ colocou os dedos sobre o queixo e analisou a menina desmaiada. – Ela parece um leão dormindo!

Os olhos chocolates examinaram o corpo inerte esparramado em seus lençóis, os cabelos negros pendiam bagunçados por cima das pálpebras e seu peito subia e descia seguindo o ritmo de sua respiração suave.

Não se parecia em nada com a menina que a sequestrara erroneamente.

– Parece mesmo._ riu ao constatar que sua avó estava certa. – Vovó! A senhora não pode contar para ninguém que ela está aqui, ok?

– Não se preocupe minha neta! Vou cuidar dela até você chegar!

Camila só esperava que esse "cuidar" não tivesse relação alguma com sua bengala, senão muito provavelmente não haveria um "leão" dormindo quando ela voltasse.

___________x_____________

A pele fria tateou o tecido fino que a envolvia. Uma ardência incoerente abaixo das costelas lhe dava bom dia e seu corpo gritava de preguiça.

Onde eu estou?

A alienação se fez presente. Abriu os olhos milimetricamente e focalizou um cômodo abarrotado de livros. Havia uma coleção incontável de papéis encapados, distribuídos de forma aleatória pelo chão e estantes.

Eu dormi na biblioteca?

Lauren tocou o chão com a ponta dos pés. Levantou, se equilibrando nas paredes. Deu uma boa olhada em si mesma e constatou algumas marcas e machucados atípicos desenhados em sua pele.

21™ ⏭ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora