capítulo único.

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o elfo já se cansará da fadinha persistente. fazia semanas que o de olhos felinos berrava nos ouvidos do cara de esquilo. era pela manhã, em seu despertador, escrito nas torradas, durante o caminho do trabalho, quando iam a cidade do sol, enquanto tomava banho, em sua playlist e até na hora de dormirem! tudo isso por causa do objetivo que minho não abria mão, queria que o namorado lhe desse um coelhinho.

tudo começou no natal do ano passado, foram passar a data festiva fora da cidade natal, e ai minho travou os olhos vivos nos coelhinhos encantados. ele achava incrível a forma que seus focinhos brilhavam e como suas asinhas eram felpudas, ele queria um amiguinho voador assim como ele. todos riram com a admiração do lee, não levaram à sério o desejo deste por um bichinho tão comum.

e agora? ninguém lhe daria o coelhinho desejado. pediu a mãe, ela disse que ele já era uma fada grande pra isso, suas amigas riram de si e lhe mandaram produzir mais pozinho mágico. quem seria se não fosse seu amado elfo? tudo bem que ele não era tão amável, mas com um beijinho ali e outro aqui, teria com certeza o seu bebêzinho em mãos. achou errado. só faltava implorar de joelhos ao ser místico de gênio forte, e nem um "vou pensar " lhe dizia.

ah, minho estava furiosos, bravissímo. tão bravo que se pôs a chorar enquanto fazia biscoitos.

- por que eu não posso ter o maldito coelhinho? - encarava o forno rosado com os olhos marejados, praguejando os biscoitos. os tirou do forno com raiva, os batendo na mesa e saindo da casinha vermelha, pra bem bem longe. todos estranhavam o lee naquela tarde de segunda-feira, nariz vermelho, cenho franzido, punhos cerrados e sem responder saudações.

marchou tanto que se perdeu entre o jardim de flores, e quando se tocou, era noite e estava longe. sentiu o coração palpitar rápido e as mãos formigarem, como voltaria pra casa? se encolheu pertinho da margem do rio cristalino, iluminado por uma colméia de abelhas cintilantes e amigáveis. a fadinha do fogo aos pouquinhos ia esfriando, e dos olhinhos quase se fechando escorriam lágrimas brilhosas e solitárias.

de longe viu alguma lanterna mágica se aproximar, mas morreria de vergonha de gritar e o civil lhe ver, como uma fada burra que se perdeu na própria vila. então escondeu o rosto entre as folhas, deixando que a pontinha dos pés acabassem por ficar expostas.

- fadinha, é você? - a voz anasalada tranquilizava o aflito minho. se levantou num pulo, caindo de bruços no riachinho, saindo com o vestido transparente todo emcabulado. agarrou o amado nos braços, selando o bico que conhecia bem.

- jisung, jisunggie. - dizia cantante, por mais que há segundos atrás estivesse em pleno desespero. - eu acabei me perdendo.. eu tinha vindo dar uma voltinha.

- você não veio dar um volta, lino. - minho engoliu seco. - eu vi os biscoitinhos na bancada e fiquei assustado, eram pra ser corações confeitados como sempre faz, mas eram como musgos de água venenosa, credo. - o lee gargalhou. - você ficou bravo por algum motivo, hm?

ele concordou com as orelhas agudas vermelhas, abraçando os ombros do amado, que riu por conhecer bem o mais velho. e foram assim, ombro a ombro até chegar no acolhedor cogumelo, o lar de ambos. a lareira se mantinha acessa, tinham cobertas nos sofás e uma toalha pendurada na porta, era como se jisung já soubesse onde a fadinha afoita havia se metido.

- biscoitos novos, você fez! - aplaudiu o elfo enquanto comia sem pedir licença os biscoitos que pareciam apetitosos, se acomodando em algum agasalho.

jisung ria calorosamente. a vida monótona que vivia até há uma primavera atrás havia acabado desde de que o verão veio, trazendo o seu sol. acomodou o rosto nos ombros pequenos, inalando o cheiro encantado que sua fada tinha. minho tinha achado o elfo chatonildo numa plantação de uma escola de vôo, e desde de então seu coração nunca mais se sentia incompleto. presenteava o "amigo" com seus melhores biscoitos, usava sua melhor roupa e penteava cinco vezes cada ladinho dos cabelos. pra no fim, han se apaixonar pelo minho energético e de cabelos bagunçados.

- eu tenho algo pra você. - ele dizia tentando esconder o sorriso pelas gracinhas de sua fada miúda, que agora lhe olhava com atenção. tirou a caixa debaixo da mesa, deixando que o coelhinho pulasse no vestido branquinho de minho.

- meu coelhinho, que elfo esperto!

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𝖼𝗈𝖾𝗅𝗁𝗂𝗇𝗁𝗈 | 𝗺𝗶𝗻𝘀𝘂𝗻𝗴.Onde histórias criam vida. Descubra agora