𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 𝓾𝓶, 𝓟𝓻𝓸𝓵𝓸𝓰𝓸

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Você já se olhou no espelho e não sabia para quem estava olhando? Um estranho... Uma pessoa totalmente diferente do que costumava ser.

É o que eu vejo todas as vezes que me olho no espelho e no fundo dos meus olhos, então eu me pergunto.

Quando foi que eu me tornei uma assassina?

Acho que eu posso responder essa pergunta por mim mesma, pode ter sido quando eu massacrei um clã inteiro junto do meu irmão mais velho...

   Bom, tudo começou quando eu tinha cinco aninhos de idade, vivia com minha mãe, meu pai e meu irmão. Minha mãe e meu pai administravam um dos mais famosos bares do México inteiro, na maioria das vezes eu ficava sob os cuidados de meu irmão, Keita.

   Uma família perfeita por assim dizer, não? É claro que não. No México, nem tudo que se vê é o que realmente é. Um simples bar durante o dia para fazer um almoço completo com a família nos finais de semana assistindo ao futebol na TV do local, ou um grupo de amigos intercambistas que saem para comer em algum lugar e se empanturrar de gorduras e lanches que o local oferece, com sorrisos por todo canto dos garçons e baristas é apenas a máscara do lugar. A noite, o bar é totalmente tomado pelas luzes coloridas, música alta e fumaça. Quando se entra no tal bar, você não consegue distinguir se a fumaça é dos cigarros, da maconha ou apenas a fumaça artificial que é jogada pelas máquinas.

   O lugar estava mais para um cabaré do que uma lanchonete, strippers por vários cantos do bar para chamar a atenção do público e entrete-los. O bar era tomado por um grande grupo de pessoas, sejam eles motoqueiros, adolescentes em busca de diversão e burlar o sistema conservador dos pais ou apenas pessoas comuns em busca de arejar a cabeça depois de um dia cansativo de trabalho. Hora ou outra indo até a bancada do bar e pedindo bebidas especiais, ou seja, vodka misturado com energético e suco de uva ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica junto de alguns comprimidinhos coloridos também conhecido como ecstasy, um pozinho cristalizado que pode ser diluído no álcool ou qualquer outro tipo de bebida ou usado de baixo da língua até que ele se degenere muitos conhecem por MD.

   É claro que outros tipos de drogas também eram vendidos como cocaína, maconha, heroína e muitas outras porções de substâncias tóxicas. O lugar era bastante frequentado por ter seus famosos jogos de azar, que eram totalmente ilegais em várias partes do mundo, mas do mesmo jeito que as drogas também são. Qualquer tipo de jogo que você pensar o bar tinha a oferecer como entretenimento, poker, canastra, bingo, loteria, obviamente apostando boas quantias de dinheiro.

   Se você não for apostar mais de mil ienes, provavelmente nem deveria jogar.

   Agora você entendeu por que o bar é tão famoso, certo?

   Pois é, meus pais eram donos desse incrível bar juntamente de gangue de motoqueiros que fornecia a droga pra eles em troca do local para jogar e beber a vontade. Um bom lugar para duas crianças se criarem, não?

   Meus pais quase não ficavam por perto ou davam atenção, por isso ficava sob os cuidados do meu irmão, era ele o qual me levava para a escola, fazia a comida para almoçarmos e jantarmos, me ajudava com as lições escolares. Keita tinha 10 anos, e cuidava de mim como se fosse meu pai, uma incrível maturidade para uma criança. Mas a maturidade não era sua única virtude, ele era extremamente inteligente em tudo, certa vez jogou um dos jogos de azar contra um homem e deu orgulho aos nossos pais quando conseguiu ganhar cinco mil ienes, tendo o dinheiro foi totalmente transferido aos nossos pais, responsáveis legais.

   Tudo corria perfeitamente bem, meus pais administrando e cuidando de seus negócios financeiros enquanto eu e meu irmão tentávamos ao máximo ficar longe desse tipo de coisa, até um certo dia.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐎𝐁𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐕𝐎, 𝐬𝐮𝐧𝐚 𝐫𝐢𝐧𝐭𝐚𝐫𝐨𝐮 Onde histórias criam vida. Descubra agora