Juntos pelo acaso

Como se meter numa fria maior ainda

O céu estava estrelado e as ruas bastante movimentadas, algo comum vindo de Tóquio, uma das cidades mais badaladas do mundo, que ficava situada no Japão.

Mas ainda assim, era uma noite bastante rotineira e até então tranqüila comparada aos padrões "normais" daquela cidade, tranqüila... até o presente momento.

- Que música mais chata!

Resmungou uma jovem garota que circulava pelas ruas, apertando o botão do rádio do carro com o dedo indicador mudando a estação, enquanto a outra mão permanecia no volante. Com força apertou o botão do aparelho por dez vezes seguidas, mas nenhuma música lhe preenchia os ouvidos, dando-se por vencida desligou o rádio já impaciente.

Concentrada no trânsito, ela parou o veículo em um semáforo vermelho.

Neste momento seu celular começa a tocar, tirando sua concentração, olhou a tela do smartphone e viu que se tratava de sua mãe, meio a contra gosto ela atendeu.

- Eu acabei de sair daí.

Disse a garota assim que atendeu a chamada.

- Por Kami, Rin! Como você é resmungona! E eu achando que um dia passeando juntas e um carro temporário iriam melhorar o seu humor, devo ter me enganado?

Ironizou a mulher do outro lado da linha.

- Como você é dramática, mãe! – A garota riu – Eu estava brincando, vai.

Amenizou a garota.

- Humpf!Tudo bem. Ouça filha, avise-me quando chegar em casa, está bem? E por favor, alimente-se direito dessa vez, nada dessas porcarias industrializadas ou batata frita, mas sim comida de verdade.

- Eu sei mãe...

Resmungou, a garota então chamada Rin apenas respondia "sim" e "eu sei" para tudo que sua mãe dizia, pois eram perguntas e avisos que ela sempre fazia, então Rin já havia decorado e se cansava de responder às mesmas coisas sempre.

- O sinal vai abrir Hahaue, eu preciso ir, Falamos depois, certo?

Rin disse, já despedindo-se de sua mãe.

- Está bem mocinha, não quero você falando ao celular enquanto dirige, mas avise-me quando chegar!

Pediu-lhe, arrancando um risinho de Rin.

- Está bem, mãe. Eu aviso, agora vou desligar, te amo.

- Também amo você, meu bem.

Elas se despediram e a ligação foi encerrada, o sinal ficou verde e a jovem que anteriormente falava ao celular deu a partida.

Essa era Nakamura Rin, uma jovem japonesa de 20 anos de idade, morava sozinha em Ueno, vez ou outra visitava sua mãe em Nikko. Rin era formada em massoterapia, exercia sua área em um pequeno consultório em Shibuya, que devido a diversos fatores precisou fechar as portas, E Rin acabou por ser dispensada. Quieta e pensativa, ela dirigia tranquilamente, após virar uma rua, logo fixou seus olhos em um luxuoso bistrô que havia ali, funcionava normalmente, vez ou outra as portas de vidro se abriam revelando clientes que saíam sorridentes e tagarelando dali.

O estômago da jovem Rin logo protestou, só de sentir o leve cheiro que emanava daquele estabelecimento.

- A comida daqui parece tão gostosa...

Sussurrou para si mesma imaginando poder desfrutar de um banquete ali.

- Não Rin, esse dinheiro é para amenizar suas dívidas! Não pode se dar ao luxo de comer num lugar caro desses, não agora!