Dear Victoire

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NOTA DA AUTORA:  Olá, pessoas lindas!!! Tudo bem com vocês? Bom, estou de volta com mais uma fanfic focada na família Delacour-Weasley e essa é bem sobre relacionamentos familiares. Antes de mais nada, quero agradecer às organizadoras do Delacour's Month por esse projeto feito sob medida para me deixar muito feliz e recomendar que passem vocês passem na página do DM no Twitter (@delacoursmonth), porque só fanfic maravilhosa. Enfim, espero muito que gostem dessa história! ♥

OBSERVAÇÃO: Essa fanfic foi inspirada pela música Dear Theodosia do musical Hamilton.

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{dear victoire}

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A garotinha chorava, quando o homem a pegou no colo, tomando todo o cuidado e sentindo uma pontada – já familiar – de terror. Ainda era estranho para Bill Weasley ter em seus braços um ser humano tão pequeno e frágil. Ele já havia carregado bebês antes, é claro, sendo o mais velho de sete irmãos seria impossível não ter cuidado dos caçulas. Ainda assim, isso acontecera há algum tempo, quando ele era mais jovem e destemido. Ginny, a mais nova, já tinha 18 anos, afinal. Além disso, antes ele era apenas um irmão e a responsabilidade maior pertencia aos seus pais. Se algum problema acontecesse, Arthur e Molly estariam ali em um segundo para interferir. Agora ele era o pai e a vida daquela menininha dependia inteiramente dele (e de Fleur). Isso tornava tudo muito diferente e qualquer um que não se apavorasse diante a tal perspectiva seria um tolo.

— Shiii — Bill pediu, enquanto embala a garota — Você não quer acordar a sua mãe, não é Vic? Ela precisa descansar.

A mãe em questão o censuraria se o ouvisse usando apelidos "vulgares" na filha de menos de um mês. Victoire, no entanto, era um nome muito grande para uma criaturinha tão pequena. "Era um nome muito bonito", ele podia ouvir Fleur retrucando em sua mente. Podia até mesmo imaginar a expressão de superioridade em seu rosto e o modo como empinaria o nariz e o queixo. O pensamento o fazia sorrir. Tudo sobre Fleur o fazia sorrir. De qualquer forma, a mulher estava certa, era um nome bonito. Victoire. Vitória. Um nome bastante apropriado também, visto que a primogênita havia chegado ao mundo em 02 de maio. O dia em que venceram o Lorde das Trevas. O dia que marcava o fim da Segunda Guerra Bruxa. O dia que sempre despertaria sentimentos conflitantes em Bill e que agora ganhava mais um motivo para lhe soar contorcido e agridoce.

Era o dia em que vira bons amigos morrerem Era o dia da morte de Fred. Uma data que nunca poderia ser totalmente feliz, porque algumas dores duravam para sempre e algumas ausências seriam eternamente sentidas. O luto pelo irmão fora suficiente, no ano anterior, para eclipsar qualquer alegria que pudesse vir com o aniversário do triunfo sobre as trevas. Ele vira pessoas comemorando nas ruas e sentira uma vontade imensa e irracional de gritar com elas. Às vezes, Bill ainda achava estranho que pudesse existir risadas em um mundo sem Fred. Às vezes parecia errado demais que qualquer coisa pudesse existir em mundo sem Fred.

Nesse ano, no entanto, tudo se alterou. Porque Victoire Weasley escolheu justamente o dia 02 de maio para vir ao mundo. Ele e Fleur não haviam planejado ter filhos naquele momento. Era algo que ambos queriam, porém, uma ideia para o futuro. Para quando o mundo ao redor dos dois estivesse mais estável, para quando fossem um pouco mais velhos e sábios, para quando o momento parecesse mais adequado. Adiar os planos, de qualquer forma, não lhes tivera qualquer serventia. Fleur acabou engravidando mesmo assim. Um acidente. Um lindo acidente do qual nenhum dos dois conseguiria se arrepender.

Victoire, afinal, era um pequeno raio de luz. Ela se parecia com a mãe. A pele de porcelana, os cabelos prateados, o mesmo nariz e a mesma boca. Sangue veela correndo inquestionavelmente por suas veias. Porém tinha os mesmos olhos – de um azul intenso e escuro – do pai. E Bill se sentia um pouco orgulhoso disso. Não necessariamente do fato de compartilharem os mesmo olhos, mas de saber que tinha ajudado a dar vida àquele ser humanozinho. De saber que algo dele vivia nela. Era uma sensação diferente. Uma sensação que ele ainda não conseguia traduzir em palavras.

Dear VictoireWhere stories live. Discover now