O quarto mal iluminado tinha o ar tenso, o cômodo pintado de preto havia passado a noite abafando os gemidos do casal que agora se movia com força em cima da cama, o que fazia ela bater contra uma das paredes cheias de pôsteres.
Os meninos estavam tão entretidos que não viam os raios de sol começarem a surgir pelas frestas da cortina, o que também significava que a senhora Park estava para chegar.
Jimin tinha uma das mãos apertando com toda sua força uma banda da bunda de Jungkook, o dono do sorriso de coelho mais bonito que ele já havia visto.
Ele mantinha nos lábios um sorriso de lado não tão aberto já que a mesma região segurava seu cigarro.
- Está feliz? - disse Jungkook, ele agora já não quicava no colo do mais velho e apenas rebolava. Sua voz estava rouca, falhando em certos momentos, mas o de cabelo azul era capaz de entender.
- Muito. - Os dedos curtos retiraram o cigarro de sua boca enquanto ele liberava a fumaça. Para Jeon, a cena de seu amante batendo de leve com os dígitos no fumo para que as cinzas fossem de encontro ao cinzeiro era de extrema beleza.
- Posso saber o motivo?
- Porque você 'tá aqui.
Soltou um gemido alto, sua cabeça foi jogada para trás, ele tinha sentido uma fisgada intensa abaixo de seu umbigo. Quando a intensidade da situação se amenizou, o cigarro voltou ao seu local de origem.
Jeon se debruçou sobre o corpo suado para alcançar a boca alheia, entendendo a mensagem Jimin afastou o cigarro de seus lábios para liberar a fumaça dentro da boca do mesmo. Os olhos do loiro se reviraram por trás de suas pálpebras, ele não fumava, porém era incapaz de dizer que a sensação não era extremamente boa.
O azulado sorriu de forma larga e em seguida seu coelhinho - como ele gostava de o chamar - o acompanhou. O sorriso de Jungkook não durou muito, ele sufocou um grito ao que o quadril do outro bateu de forma agressiva contra sua bunda. Ele iria gozar e sentia que o Park também estava quase lá, por conta disso não se surpreendeu ao ser virado na cama e com a força dos movimentos que se iniciaram no minuto seguinte.
Os gemidos de ambos voltou ao tom alto que possuía há umas horas antes.
Ao terminar seu cigarro e deixar a bituca dele de lado, com as mãos livres agarrou os quadris do mais novo e os elevou, o que fez com que ele fosse puxado para fora do travesseiro onde estava apoiado. Na nova posição as estocadas eram mais fundas e isso deixava tudo ainda mais prazeroso.
Nenhum dos dois conseguiu segurar o orgasmo, vieram em gemidos arrastados enquanto Jimin mantinha os movimentos para prolongar a sensação.
Os corpos se estiraram um ao lado do outro, as respirações pesadas tinham um som alto. Jimin soltou uma risada nasal, ele estava verdadeiramente alegre pela noite e amanhecer que eles haviam tido juntos.
O corpo longo e malhado lutou contra seu cansaço, também teve que lidar de forma preguiçosa com a diferença de tamanho, para conseguir se deitar com a cabeça em cima da caixa torácica do homem ao seu lado. Ele queria ouvir o coração daquele que disparava o seu.
- Vai ficar tudo bem, não é?
- Vai, meu amor. Ela é uma boa pessoa e te trata muito bem.
- É. - Ele queria que aquilo não fosse verdade.
Um tempinho depois os dois se levantaram para irem se banhar. Tomaram o banho juntos, mas nenhuma carícia foi trocada, eles apenas queriam a companhia um do outro.
Jimin acabou o banho primeiro, foi ao quarto arrumar a bagunça que podia e colocar roupas limpas. Foi só nesse momento que ele se deu conta do cheirinho de café que a casa exalava.
Desceu com a roupa de cama suja em mãos, quando chegou na cozinha viu a mãe sentada na mesa, ela deu a ele um sorriso meio triste. Ele falaria com ela, porém, antes precisava colocar aquilo tudo para lavar.
- Oi, príncipe. - A mulher de já uma certa idade esticou os braços para chamar seu eterno bebê para dentro deles.
- Oi, mamãe.
- Como você está? - O menino estava ajoelhado entre as suas pernas com a cabeça sobre seu peito, agarrava sua blusa com tanta força que parecia que tinha medo de que ela fugisse.
- Eu não sei.
Ela ficou calada. Nessa situação, a melhor coisa que poderia fazer era ficar lá acariciando os fios tingidos.
Park Jimin era um garoto problema que morava em uma cidade pequena e extremamente religiosa. Ele e a mãe haviam ido parar lá fugindo de um pai agressivo que fez do psicológico dos dois um lixo.
Apesar de dar trabalho e tomar muitas decisões erradas para a própria vida, ele era carinhoso com aqueles que amava e muito respeitoso com sua mãe, a quem protegia de tudo que podia.
Já a mulher de idade se sentia culpada, foi uma péssima mãe para seu menino durante sua infância e adolescência. Tentava agora consertar as coisas nos 20 anos dele.
Talvez seu maior arrependimento foi ter demorado para defender o amor do filho. Quando chegaram na cidade Jimin tinha 18 e estava na terceira série do ensino médio, naquela época Jeon Jungkook estava na primeira série.
O amor dos dois foi basicamente a primeira briga. Depois disso as coisas se desenrolaram às escondidas, isso até o pai do mais novo descobrir e tomar a decisão que naquele momento era o motivo do choro contido de Park, ele arranjou uma noiva para Jeon bem antes do previsto.
Jungkook simplesmente não podia fugir daquele compromisso, afinal era filho do pastor do local, contudo seu namorado não se importou em ir contra a cidade toda para defender o mais novo. Uma luta que foi perdida.
Enquanto Jimin chorava no colo da mãe, o loiro mexia nos diversos álbuns de fotos que seu bem mais precioso guardava. Eram fotos lindas tiradas pelo de fios azuis, todas tão belas que encontrava dificuldade para escolher uma para gatunar.
Foi quando ele encontrou uma tirada na primeira vez que passaram a noite juntos. Nessa história não existia nada de sexual por trás, apenas tinham passado a noite fazendo carinho um no outro, foi naquele dia que ele descobriu que Jimin só tinha a si - até então - para lhe dar e receber amor.
Foi quando também Jeon adquiriu o hábito de usar protetor labial sabor morango sempre, já que o mais baixo passou a comprar um desses para si toda vez que via para vender. Isso tudo porque acabou mencionando que o seu havia acabado e que era seu sabor favorito.
Seu coração foi ao chão, ele pegou a recordação e colocou dentro da carteira que antes estava no bolso da calça. Respirou fundo 3 vezes antes de se levantar e ir encarar a, a partir daquele momento, ex sogra.
Ao ouvir a madeira da escada estalar, o filho se separou das asas da mãe e começou a se recompor.
- Bom dia, Jungkookie. Como está?
- Bom dia, tia. Vou bem e você?
- Bem.
- O plantão foi tranquilo? - Ela era enfermeira na cidade do lado.
- Foi.
O azulado já não estava mais na cozinha, esperava na sala, quase perto da porta. Não queria assistir a despedida implícita dos dois.
Se manteve forte quando o corpo alto apareceu no seu campo de visão. Fez uma força descomunal para não desabar de novo quando ele lhe deu o último beijo. E toda essa pose se esvaiu quando ao fechar a porta a lembrança de que o mais novo se casaria naquele mesmo dia impregnou sua cabeça.
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Between Strawberries & Cigarettes | pjm + jjk
FanfictionJimin sentiria falta do gosto de morango que os beijos do acastanhado possuíam e Jungkook sentiria falta do cheiro de cigarro que sempre estava impregnado no mais velho. [Aviso de gatilho: Sexo, nudez, uso de droga lícita e casamento forçado. Mençã...