Night Ways [One Shots]

The Queen's issue 🍓🍓 (Jacob)

"Onde Jacob e Rika precisam de um herdeiro"

Em um universo alternativo, onde todos as nações ainda vivem como monarquias, o conto de amor de Nobu Rika, da Ásia Leste, e Bae Jacob, da Ásia Oeste, se eternizou por sua simplicidade e delicadeza. Uma das poucas histórias felizes em meio a um mundo de guerras políticas, eles mostrarem que o amor na realeza ainda é possível.

Jacob se tornou rei cedo demais.

Seu pai morreu pois não cuidava da própria saúde. Sendo fumante ávido por anos, acabou sucumbindo a um câncer, que o levou, mesmo com seis meses de tratamentos inúteis e fez o garoto subir ao trono com apenas 16 anos.

Ele se casou com a rainha aos 24 anos. Todos, de fora, pensaram que, como os outros casamentos dos seus antecessores, aquele seria apenas por conveniência, já que estava se casando com a filha do rei da nação vizinha. Mas era bem mais do que apenas uma jogada de poder. Ele amava Rika há anos. Foi o seu amor de infância e adolescência e ainda era o seu amor, agora que era um homem.

Ainda se lembrava de como a conhecera, quando ainda tinham 9 anos de idade. Ela riu quando a peruca de uma das duquesas inglesas que os convidaram ao clássico chá das 17hs, no Palácio de Inverno da Europa. A garota comia macarrão e um fio de espaguete saiu de dentro do nariz dela. As mulheres falaram durante semanas da estadia deles sobre como a japonesa não tinha classe alguma. Ria alto, gritava por nada e jogava bola com um moleque do gueto. Em contrapartida, Jacob se apaixonava ainda mais por ela. Não trocaria nada no jeito da garota e, sem dúvida, suas gritarias e suas piadas eram o que a tornava única.

Ele sabia que, apesar do luto pela morte do pai ser algo que levaria para sempre em seu coração, o momento que ela disse sim no altar, vestida com o seu quimono tradicional de casamento, era como um bálsamo para qualquer tristeza que já tivesse vivido. Ele prometeu a si mesmo que aquele seria o seu primeiro dia em busca da felicidade.

E de fato eles viveram por muitos dias sem nenhum desentendimento, cercados de um casamento cheio de amor e companheirismo. Desde que se conheceram, os dois tinham um recorde incrível de jamais terem brigado. Até mesmo quando discordavam, Rika fazia piada com a situação e ele nunca conseguia ficar bravo.

O primeiro desentendimento deles foi ao tentar dar à nação um herdeiro.

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Era uma bela manhã de julho. Eles estavam no Palácio de Verão de Hong Kong. Cada estação, como nômades, a família real se deslocava para diversos cantos do pedaço do continente que governavam. Rika achava ruim no começo, mas acabou gostando de morar em vários lugares, pois conhecia gente nova e coisa nova o tempo todo. E estava com Jacob, o que tornava isso uma aventura.

Eles dormiam embolados uns nos outros. O braço dele envolvia a cintura dela, como se segurasse um baú do tesouro ao invés da esposa, e talvez ela fosse seu tesouro mesmo. Ela dormia de boca aberta, soltando um ronco fraco, mas engraçado. Ele foi o primeiro a acordar e riu do estado que ela estava. Sempre ria. Deu uma mordida leve na orelha dela e ela bateu em sua mão, como se espantasse um pernilongo irritante. Ele mordeu de novo e ela resmungou, se virando para o lado. Na terceira mordida ela acordou, com os olhos semicerrados e resmungando.

"O que foi?", ela sussurrou. "Já é dia?"

Ele pegou os cabelos escuros dela e os prendeu com um dos prendedores que sempre levava no pulso.

"Acredito que se são dez da manhã e o sol está rasgando o céu azul, com certeza é dia, minha rainha."

"DEZ?", Rika gritou e pulou da cama como um condenado escapando da cadeia.