Ghost - Sasunaru

O começo

P.v Naruto

Era madrugada, a lua estava quase indo embora para dar lugar ao sol e o único barulho que eu ouvia eram os tic's e tac's do relógio. Ah, e claro, o meu mais novo fantasma.

— Vai continuar me ignorando até quando garoto? — reclamou o fantasma.

— Até você ir embora. — respondi já irritado.

Já faziam cinco dias desde que o fantasma dessa senhora idosa apareceu para mim pedindo para que eu matasse o marido dela, que era um homem cruel e violento, parece. Cinco longos dias os quais tentava evitar ela ao máximo. Aí você se pergunta: mais Naruto, não é seu trabalho ajudar as pobres almas penadas a encontrar seu descanso? Faça isso por sete anos e verá sua disposição para resolver cada assunto inacabado de cada fantasma filho da mãe.

— Mas que ser mas insolente! Ora seu...

— Chega! Eu não vou matar ninguém por você, eu já falei! — interrompi já de saco cheio. A fantasma me olhou indignada e desapareceu no ar, levando consigo sua aura maligna e melancólica, que me sufocaram até agora. Espírito maldito.

Suspirei cansado. Sua aura aterradora fora embora, mas aquele vazio e tristeza ainda estavam presentes em meu ser. Me levantei pesaroso, sabendo que não conseguiria mais dormir. Quando você consegue dormir?perguntou uma voz na minha cabeça. Nunca, respondi.

Me dirigi até o banheiro, evitando me olhar no espelho, pois nunca gosto do que vejo refletido nele. Não demora muito para retirar cada peça de roupa e adentrar no chuveiro quente, sentindo a água percorrer meu corpo fazendo com que os cortes recentes em meus pulsos ardam. Sorrio ao sentir aquela dor, mas logo depois desabo, o sorriso se transforma em uma careta ao passo que meus olhos se enchem de lágrimas e o ar me falta. Apoio as costas na parede atrás de mim e enlaço meus braços ao meu redor com a intenção de espremer toda aquela dor para fora, em vão, ela nunca vai embora, ela sempre está aqui, sempre constante abaixo de meus ossos, entranhada em meus órgãos vitais e roubando minha vida de mim pouco a pouco. Um soluço escapa de meus lábios, e tampo a boca com uma mão, para logo em seguida morder a mesma com toda força para evitar gritar.

Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui.e tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui.e tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui. Me tire daqui.

Repito essa oração mentalmente para qualquer deus que esteja me ouvindo. As lágrimas continuam a rolar livremente, e sinto meus joelhos baterem no chão molhado com um baque ruidoso. Me dobro sobre mim mesmo e encosto minha testa no chão, mudando minha prece.

Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate. Me mate.

— ME MATE POR FAVOR! — grito sem querer.

Ouço uma porta se abrindo sei que agora Kakashi deve estar de frente para minha porta se perguntando se deve entrar ou me dar espaço. Ele não entra. Eu não o chamo.

Não sei por quanto tempo fiquei ali encolhido até finalmente reunir coragem para sair dali. Volto para o quarto nú, e visto uma calça jeans negra, meu all star Laranja e meu usual casaco preto e laranja. Quando desço para tomar café vejo Kakashi com seu avental branco fazendo panquecas e as depositando em um prato. Sorri grato mesmo sabendo que ele não podia ver.