Sumiço

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Depois que o Paul pediu para que fôssemos dormir pela milésima vez, peguei o celular e tentei me afastar deles, queria me despedir sem que os garotos me ouvissem, sentia meu rosto queimando
-e então?- perguntei tentando não soar tão ansioso, acho que falhei
-eles são ótimos, acho que foi melhor do que eu pensei- concordei dando um sorrisinho, meus amigos haviam gostando muito dela, dava para ver pela cara de decepção quando peguei o celular de volta
-pode vê-los pessoalmente algum dia-
-quem sabe quando as estrelas da música voltarem pra casa- um silêncio pairou entre nós, mas não como aqueles desconfortáveis, realmente parecia que eu a conhecia a muito tempo
-você...- Mariana ergueu o olhar para me encarar, desviei e pigarriei antes de continuar, não sabia direito como falar, por que me sentia tão bobo?
-você vai querer me ver, certo? Digo...- ela sorriu e todo o meu nervosismo desapareceu, parecia que tinha tirado um peso das costas, eu realmente estava agindo como um idiota
-óbvio, Z, você não quer?-
-quero sim, queria te ver logo...- falei novamente sentindo meu rosto esquentar, os meninos deram risadinhas no cômodo ao lado, eles estavam ouvindo, malditos
-tá mais perto que longe, eu vou pagar o sorvete dessa vez-
-vou pensar sobre isso, boa noite, M-
-boa, amanhã a gente conversa- olhei feio para os garotos que estavam ouvindo a conversa e eles saíram correndo para suas camas. Enfiei a cabeça no travesseiro sentindo uma sensação maravilhosa, eu estava apaixonado? Como isso era possível? Não devia ser isso tudo, talvez só uma quedinha, não importa o que seja, espero que ela esteja sentindo o mesmo, por favor, que ela esteja sentindo o mesmo.

Mais duas semanas haviam se passado, a minha rotina permaneceu a mesma com exceção de que a Mariana havia sumido a uns cinco dias, eu estava preocupado e não parava de pensar no que tinha feito de errado, talvez tenha falado algo que não devia ou brinquei demais com a risada dela, nem era estranha de verdade, eu pagaria um milhão para ouví-la agora
-voltamos pra Londres em alguns dias, não devia estar feliz?- Paul perguntou sentando ao meu lado no sofá, assenti jogando o celular no sofá do outro lado do cômodo, sei que não posso depositar tanta confiança em algo, devia ter aprendido nesse tempo que nada que costuma vir para mim acaba em alguma conexão verdadeira, estava me sentindo péssimo
-ela sumiu, não sei o que fiz de errado, mas deve ter sido algo sério-
-como assim?-
-Mariana não fala comigo a dias, não responde e muito menos atende-
-não fica chateado, deve ter alguma explicação- neguei com os olhos cheios de lágrimas, merda, estava me segurando a dias para não chorar. Paul colocou a mão no meu ombro e eu me joguei no seu colo, não era a primeira vez que eu chorava na frente dele, Paul era um pilar de sustentação para mim e para os meninos, mas era a primeira vez que eu chorava por causa de uma garota
-sinto falta dela-
-eu sei que sente, vamos descobrir o que houve, tudo bem?-
-como?- perguntei erguendo meu rosto para o encarar enquanto secava as lágrimas que desciam pela minha bochecha
-posso passar na casa dela quando chegarmos-
-eu vou junto- o homem negou com a cabeça, eu sabia que ele não me deixaria ir mas não me importava muito agora, queria que ela me dissesse cara a cara que não ligava a mínima para mim e que nunca mais queria falar comigo
-relaxa, certo? Vamos resolver-

Tentei fazer o que o Paul disse, mas não funcionou, tinha que me segurar para não mandar mensagem e muitas vezes falhava, o que estava acontecendo? Por que ela havia sumido de uma hora para outra? Tentava afastar esse sentimento, por que estava cobrando tanto dela? Vai ver eu exagerei, talvez não significasse um terço do que ela significa para mim, será que fui rápido demais? Será que eu a pressionei de algum jeito?
-Z, colocou o ponto? Vamos entrar em 5 minutos- Niall disse e eu neguei, meu celular começou a tocar no bolso, andei rápido em direção a saída de emergência, não era ela, óbvio que não, por que seria?
-o que tá rolando?- Liam perguntou descendo as escadas com os pés apoiados no corrimão, bati o celular na mão antes de guardá-lo no bolso de trás da calça
-você anda estranho esses dias, brigou com a namorada?-
-ela não tá falando mais comigo-
-por que?- Payne arregalou os olhos enquanto me limitei a dar de ombros, falar aquilo em voz alta me deixava muito triste, não pretendia chorar antes de um show
-vamos, hora do show- falei o abraçando por cima do ombro, Liam me parou antes de passarmos pela porta
-estamos aqui se precisar conversar-
-eu sei disso, vocês são minha família, depois podemos falar sobre isso- o mais novo tocou meu rosto e concordou com a cabeça.

Dei o meu máximo no show, os fãs pareceram especialmente receptivos. Depois nos reunimos na sala, Louis havia pedido pizza e a conversa fluia de forma satisfatória
-podíamos fazer algo hoje, não tem nada marcado pra amanhã-
-é, você anima?-
-não sei, o que querem fazer?-
-vamos sair, vou me arrumar- Harry andou animado para escolher uma roupa, estava cansado, mas talvez fosse bom, não tinha motivo para estar tão triste assim, era ridículo. Chegamos em uma balada lotada, Paul nos acompanhava orientando os outros seguranças, era para ser uma entrada furtiva, mas Niall tropeçou e todos tivemos uma crise de riso
-vocês não conseguem mesmo-
-foi culpa do irlandês, Paul- Liam disse secando as lágrimas que desciam pelo seu rosto, minha barriga estava doendo
-vão aproveitar, não desçam do camarote-
-sim, senhor- falei indo em direção ao bar, Louis e Harry passaram o braço ao redor do meu ombro e seguimos juntos, virei algumas doses e logo me senti melhor
-de onde vieram essas garotas?- perguntei no ouvido do Liam que deu de ombros, Niall estava vermelho enquanto uma menina conversava com ele
-meu Deus, o Zayn- virei na direção contrária e duas loiras se aproximaram de mim, elas eram bonitas
-se não tiver se sentindo bem me avisa- Payne falou baixo alguns segundos antes delas estarem me cercando, sorri agradecido, mas eu ficaria bem, tinha que ficar
-Zayn, você é muito mais bonito pessoalmente-
-obrigado, qual seu nome?-
-Ashley, e essa é a Grace-
-tá tudo bem com você?- a tal Grace perguntou com as sobrancelhas erguidas, a amiga bateu o cotovelo na sua costela tentando repreendê-la
-tudo, apenas cansado-
-vamos te ajudar a relaxar, certo?- a loira perguntou para a amiga que confirmou com a cabeça, sorri em resposta, por que me sentia tão mal? Eu iria aproveitar e me divertir, como sempre fiz.

Não sei, eu apenas amo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora