Impossible

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Agora só encontrava-se eu e Suga na sala do clube, tentando arrumar a metade da bagunça que Nishinoya e Tanaka causaram. Fazia tempo que eu e Suga não ficávamos sozinhos, desde o dia em que Suga se assumiu para mim e Asahi.

– Tem certeza que você não quer ir pra casa? Consigo terminar isso sozinho -- Ele aparentava estar cansado e me sentir mal, por tê-lo forçado a ficar até mais tarde.

– Não tudo bem, parte da culpa é minha, só queria me divertir um pouco com os garotos, não achei que fariam tanta bagunça -- abriu um sorriso e voltou-se para mim.

– Estamos falando de Tanaka e Nishinoya, é claro que fariam bagunça -- começamos a rir, enquanto eu guardava o esfregão -- Pronto. Quer que eu te acompanhe até em casa?

Sua feição se fechou, e só agora que percebi o quanto Suga parecia abalado e triste. Como não percebi? Ele é literalmente a pessoa que mais observo, apesar de estarmos um pouco distante.

– Você 'tá bem? Sabe que pode contar comigo e com os meninos pra tudo.

– Eu não quero incomodar ninguém com meus problemas -- falava enquanto pequenas lágrimas escorriam.

– Você não está incomodando ninguém, vamos, estou aqui pra te escutar -- digo, sentando e o chamado para sentar-se também.

– Meus pais não aceitaram muito bem essa coisa de gostar de garotos. Eles já tavam um pé atrás desde que dei meu posto ao Kageyama, isso foi apenas o estopim. Agora eles passam a ignorar minha existência como se eu ñ fosse o filho deles, eu estava esperando até a formatura para sair de casa. Mas ultimamente eles vem falado como eu sou um fardo, então estou evitando ficar em casa -- ele estava chorando e eu caindo em desespero, por não saber o que fazer.

– Por que não passa a noite na minha casa? -- o que eu disse mesmo?

– Eu já disse que não quero incomodar-- diz fungando

– Eee.. Você não vai estar incomodando -- digo desconcertado.

×××

No início, nossa caminhada tinha sido silenciosa, mas comecei a fazer piadas, afim de fazer Suga esquecer seus problemas. 

– Sua casa é bem cheia de flores - diz analisando o jardim.

– Minha mãe gosta de plantar -- digo tirando meus sapatos e adentrando a casa -- MÃE CHEGUEI

– NÃO PRECISA GRITAR QUE EU NÃO SOU SURDA -- ela estava mexendo nas panelas, terminando o jantar -- aaa Suga, aquando tempo querido, que bom que veio jantar aqui parece mais magro -- ela estava o analisando dos pés à cabeça.

– Mãe o suga vai dormir aqui, tudo bem? -- pergunto, já puxado suga para o quarto

– Claro, só não extrapolem -- ela me olhou com uma cara estranha e me deu uma piscadela -- afinal eu e seu pai estamos em casa -- tapei os ouvidos do Suga, enquanto ficava envergonhado.

Fechei a porta e respirei fundo, pensando no que aquela velha tarada tinha comentado.

– O que.. -- o interrompi antes que pergunta-se algo que nem eu mesmo sei.

– Tome uma toalha, pode usar essa roupa minha -- peguei qualquer coisa e o empurrei dentro do banheiro.

Cai de cara na cama, esperando Suga acabar. O que ela quis dizer com "não extrapolem" ?! Eu posso gostar de como ele sorri, do seu cabelo bagunçado antes de uma prova, de como ele fica irritado e começa a me bater, como grita com os meninos. Eu fico pensando em tudo que me agrada nele, eu estava nas nuvens.

– Daichi, Daichi, DAICHI -- levanto da cama depois do grito e do tapa que eu levei -- Pensei que tinha morrido, já saí a mil anos do banho.

– Desculpa acho que cochilei -- sigo pro banheiro, e começo a digitar meus sintomas no grupo dos capitães, talvez aquelas cabeças de vento soubessem o que era.

"Oikawa: ui ui ui parece que o senhor coxas gostosas está apaixonado"

Apaixonado essa era nova. Apaixonado por Suga, não era uma coisa ruim, ele era doce e se dava bem com crianças. E esse cara estava no seu quarto. Onde tinham muitas provas para que Suga pensasse o contrário.

Desligou o chuveiro, vestiu sua roupa, saindo com violência.

– Para quer tanta pressa, Sugawara não consegue comer tudo aquilo sozinho -- então ele já estava na cozinha.

×××

O jantar tinha sido agradável. Tínhamos arrumado um futon para Suga, mesmo que eu quisesse ele dormindo na minha cama. Decidimos assistir uma série juntos.
Apesar que nenhum de nós está concentrado na TV. Eu ainda estava surtando e Suga parecia pra baixo. 

– Daichi -- Suga toca na minha mão, chamando minha atenção -- Eu agradeço sua intenção, mas você nunca se perguntou como eu soube que eu gosta de garotos? -- eu estava intrigado -- Foi você Daichi, eu gosto de você, eu me sentia ridículo vendo você com a Michimiya, e meu coração não consegue entender que isso é impossível. Talvez se você me der um fora, ele consiga entender.

– Quem disse que era impossível? Já faz um tempo que eu e Michimiya não estamos juntos, então pra que remoer o passado? Eu gosto de você também, então seu coração estava certo em não desistir -- sorri pra ele esperando um abraço ou até um beijo, mas ele me deu um soco, bem no estômago. 
– Falando assim você me deixa envergonhado -- parei de fingir dor, e o beijei. Ficamos lá nos pegando por muito tempo -- Por que não dormimos juntos, hoje?

 Ficamos lá nos pegando por muito tempo -- Por que não dormimos juntos, hoje?

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