Imagine - Kyojuro Rengoku [Em Hiatus]

Borboleta cínica

  Como uma exterminadora de onis, sempre imaginei que minha morte seria no campo de batalha, salvando a vida de alguém ou fazendo algum ato heróico, não encurralada contra a parede por um maníaco forjador de espadas.

  Momotaro-san usava sua máscara de palhaço Hyottoko, mas não havia nada de cômico em seu semblante ameaçador e assassino, principalmente por conta das facas que segurava em ambas as mãos.

  Provavelmente estava gritando, mas não sou capaz de ouvir nada. Pelo menos enquanto estiver fazendo seu discurso de ódio para uma surda, serei capaz de sobreviver por mais alguns segundos.

  É sério que ele conseguiu acompanhar a minha velocidade por toda a Mansão Borboleta e ainda foi capaz de me encurralar? Pessoas movidas pela raiva são realmente assustadoras.

  Momotaro-san acabou com o seu sermão e levantou uma das facas para arrancar os meus olhos. Por acaso é essa a parte em que eu me jogo para o lado para desviar do ataque?

  Eu... acho que não. Meu ferreiro congelou no lugar onde estava. A faca nunca atingiu seu alvo, no caso eu, e ainda por cima a lâmina chegava a tremer um pouco.

  O que diabos está acontecendo?

  Espiando por cima do ombro de Momotaro-san, pude ver uma Shinobu completamente enfurecida. Sorria, mas algumas veias saltavam em seu rosto e possuía uma aura realmente escura ao seu redor. Eu devo sentir mais medo da minha amiga ou do ferreiro?

  Isso não era o que eu estava esperando, mas minha heroína, obrigada por me salvar.

  O ferreiro assustado rapidamente afastou-se de mim e guardou suas facas. Acho que finalmente poderei receber a minha nichirin.

  Acenei com a cabeça para Shinobu a fim de agradecê-la, e segui Momotaro-san para fora daquele quarto no qual havia desesperadamente arrombado para fugir. Espero que a Pilar do Inseto não me crucifique por ter destruído a porta no processo da minha fuga.

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  Momotaro-san me escreveu uma carta extremamente longa dizendo como estava enfurecido por ter quebrado a sua preciosa espada (que na verdade pertencia à mim) e que se partisse a lâmina em duas novamente, mesmo que fosse um acidente, teria os meus ossos quebrados em inúmeros pedaços.

  Após mais algumas ameaças com facas e um quase estrangulamento, o ferreiro entregou minha nova nichirin.

  O cabo da espada era cinza escuro, detalhado com losangos brancos. O guarda-mão possuía inúmeros anéis prateados interligados. Ao desembainhar a nichirin, o fio da espada prateada logo tomou uma cor de creme. A superfície da lâmina era totalmente impecável, era praticamente impossível apontar algum defeito no trabalho daquele ferreiro. Perto do cabo era possível ver os kanjis para a palavra "coragem".