Paixões da juventude

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James soube o exato momento em que Evans colocou os olhos nele. Pôde sentir a surpresa dela de longe, o choque. Ele próprio sentiu-se paralisar por um momento ao notá-la.

Prongs, entretanto, percebeu que ela estava ocupada e apenas seguiu seu caminho. Para tentar fingir que não a viu lá, imediatamente tirou o celular de seu bolso e mandou mensagem para Emmeline, perguntando onde ela estava.

Sua amiga o respondeu logo em seguida, falando que tinha apenas ido pegar um café e já estava voltando. Para esperá-la, James sentou-se num sofá ao canto da sala de recreação, não resistindo à tentação de lançar olhares ocasionais para a ruiva.

Ela levava jeito com crianças. Com sua peruca e nariz de palhaço, realmente contava o conto infantil que lia de uma forma lúdica, em um tom de voz que claramente estava envolvendo os três pequenos. Apesar da tensão da situação de ter Evans ali, não pôde deixar de sentir um quentinho no coração com a cena.

Foi então que Emmeline chegou, equilibrando cuidadosamente uma xícara de café com leite em suas mãos. Sentou-se ao lado do amigo, perguntando onde sua mente andava (pois ele aparentava estar distante), e então tomou um gole de sua bebida.

— É que tá vendo aquela menina ali? A que tá lendo um livro pro Jack, pra Rachel e pra essa terceira criança que não sei o nome.

— O nome dela é Marie. Mas sim, o que tem a garota?

James deu um suspiro profundo antes de explicar para a amiga:

— Ela é da minha escola.

Ele resolveu deixar de fora a parte que ele gostara da menina por todo o ano passado e uma parte do retrasado. Não era relevante para a situação.

Emmeline fez uma careta em simpatia:

— E você não queria que as pessoas da sua escola soubessem, não é?

— Sim, eu não queria — suspirou —, mas acho que agora não tem mais para onde fugir, né? A menos que você tenha uma ideia de mentira que faça sentido.

— Err... Você poderia dizer que veio me visitar?

— Não dá. — Suspirou James — Ela me viu saindo do quarto.

Emme encolheu os ombros, tomando um gole de seu café. Quando terminou, disse:

— Acho melhor você ir conversar com ela, então.

O Potter fez uma careta, mesmo sabendo que a garota estava certa. Emmeline olhou para a expressão dele, revirou levemente os olhos e perguntou:

— Mas que diferença faz se as pessoas da sua escola souberem ou não?

Contrariado por mais alguém estar criticando sua decisão, ele resmungou:

— Já disse, não quero ser tratado de forma diferente.

— Acho que esconder é gastar muita energia.

Eles se encararam por alguns momentos até que James suspirou:

— Você não entende.

Emmeline fechou a cara. O Potter percebeu seu erro na hora, mas já era tarde demais. Em um tom de frustação, ela falou:

— Sim, você está certo. — Sua voz era mordaz. — Não entendo mesmo, já que tô vivendo assim há dois anos e nunca poderia esconder da minha escola, considerando que até agora não pude voltar para lá.

Isso imediatamente calou James, que assumiu um semblante culpado.

— Eu... Nossa, desculpa, Emme. Não pensei direito no que estava falando.

We'll do this togetherOnde histórias criam vida. Descubra agora