16. Eu não quero o seu dinheiro

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Era chato ter que correr de todas aquelas câmeras em frente à empresa. Eu sabia que a imprensa não deixaria aquilo passar, então me preparei para o que estava por vir. O heliponto dava direto em minha sala, na cobertura, mas o térreo estava tão lotado, que eu não pude deixar quieto, ou atrapalhariam o dia.

Depois, foi a vez dos que trabalhavam para mim me enfornarem com perguntas, e eu estava de saco cheio de respondê-las. Por isso, agradecia imensamente por Paul estar ali para me esquivar de todo mundo, mesmo que não desse tão certo no fim das contas.

– Marion! – chamei assim que vi minha secretária em sua mesa, com um decote para lá de sugestivo e chamativo, e aqueles óculos que a deixavam tão mais sexy caindo em seu nariz – Não quero ninguém, eu disse NINGUÉM neste andar hoje, além de Paul, Felix ou Alfred. Ou minha irmã – ordenei enquanto caminhava, e vi ela confirmar com a cabeça, ao mesmo tempo em que sorriu.

– Na verdade, já tem alguém te esperando em sua sala, Srta. Niehaus! – informou ela, e olhei confusa para Paul. Felix não havia me passado nenhuma reunião, fosse com cliente ou sócios.

Agradeci e caminhei até a porta. Minha relação com Marion estava extremamente profissional, e não passou disso desde o dia em que eu coloquei um ponto final em tudo em sua casa. Assim que entrei, me deparei com a última pessoa que eu esperava ver naquele dia.

– Sarah? – questionei alto, mesmo que a resposta fosse óbvia. Eu não esperava vê-la tão cedo, ainda mais porque ela havia ficado extremamente bêbada quando nos vimos pela última vez e sumiu no mundo – O que está fazendo aqui, sua maluca? – questionei outra vez, recebendo-a em um abraço apertado.

– Tive que vir te ver! Não consegui falar com ninguém nesses últimos dias – disse ela, assim que se desvencilhou dos meus braços – Como você está? – questionou analisando cada centímetro meu, como se procurasse por algum problema.

– Estou bem melhor – respondi dando uma rápida olhada para Paul – Já estava há muito tempo, era desnecessário ficar naquele hospital!

– Entendo. Nunca foi do seu feitio receber ordens – disse rindo, e tive de lhe acompanhar – E você Dierden? – indagou olhando para meu amigo.

– Sarah – limitou-se a cumprimentá-lo.

Paul e Sarah já se relacionaram antes. Sempre ficava um clima tenso quando os dois se viam, e eu me sentia extremamente desconfortável por estar naquele meio, em todas as vezes que acontecia.

– Ótimo, ainda bem que são amigos de novo – ironizei batendo uma mão na outra para chamar a atenção dos dois – Sarah, eu preciso trabalhar agora, mas posso te ajudar em alguma coisa?

– Só vim convidar vocês – disse olhando também para Paul – para ir ao Leda, outra vez. Parece que uma banda muito legal vai tocar lá depois de amanhã à noite, e quero o pessoal reunido para curtirmos um pouco, já você já está bem.

– Isso é ótimo! – respondi animada – Topamos sim, só diga à Marion o horário e eu pego depois, está bem? – ela concordou com a cabeça, e me puxou para outro abraço, daqueles extremamente apertados, enquanto Paul ainda nos olhava.

– Fique bem – disse ela – e não esqueça do nosso compromisso. Volto para casa na próxima semana e quero aproveitar o máximo que eu puder dessa cidade.

– Tudo bem!

Nos despedimos, e em seguida Sarah nos deixou à sós. Rodeei a mesa de vidro, e me sentei em minha cadeira, satisfeita por estar de volta.

– Então, Paul – apontei para que ele se sentasse na cadeira, e ordenei para que Alex isolasse a sala, fazendo com quem nenhuma janela ou porta ficasse destrancada ou descoberta – Me conte tudo o que sabe sobre esse Aldous Leekie Cormier!

Não diga que me amaOnde histórias criam vida. Descubra agora