Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída

Qualquer um dos dois desde que eu esteja com você!

Narração por Paloma:

Medo. Era o que eu via em seus olhos. Minha expressão não era uma das melhores também, estava receosa de que houvesse acontecido alguma coisa que ele precisava me contar. Ele se aproximou de mim me fazendo estremecer, queria saber o que estava acontecendo ou então iria acabar enlouquecendo. Vitória parecia neutra à tudo aquilo e tinha um ar que iria soltar a bomba a qualquer momento se Marcos não dissesse antes.

- Será que vocês podem me dizer alguma coisa? - passei a mão pelos meus cabelos desesperada.

Marcos deu um passo a frente e fez um gesto com os dedos, como se estivesse mandando Marcos fazer alguma coisa que não entendi. Seu olhar simbólico passou mais uma vez por mim e eu senti que as coisas haviam mudado entre nós desde aquela madrugada no navio. Sabia que não éramos amigas mas também não éramos rivais com sede de vingança.

- Acho que não tenho mais nada para fazer aqui. - ela indaga totalmente relaxada e depois lança um último olhar para Marcos. - Conte logo antes que seja tarde! - alertou sem dar ênfase a nada e saiu em passadas rápidas.

- Paloma...

- Olha Marcos eu não sei o que está acontecendo e se eu ficar sem saber vou arrancar meus cabelos de tamanho desespero. Me diga logo, por favor! - ele levemente concordou e abaixou o olhar para seus pés.

Ele parecia ainda um pouco duvidoso quando voltou a me fitar. Talvez estivesse vendo a melhor forma de me dizer seja lá o que fosse me dizer. Marcos respirou fundo e passou os dedos pelos cabelos drasticamente bagunçados.

- Meu pai quer que eu volte para Argentina amanhã. - ele solta as palavras rapidamente vendo cada expressão do meu rosto.

Mesmo sendo uma coisa que eu não esperava, algo me dizia que aquilo não era tudo. Qual era a razão para a Vitória estar tão preocupada que eu soubesse disso? Mas isso não vem ao caso agora, pelo menos eu acho que não.

- E você vai?! - meu questionamento sai mais como uma exclamação lamentável.

- Não tenho escolhas Pah, a empresa da família precisa de mim e preciso bancar o filho responsável!

Eu não quero que ele vá, ainda mais agora que falta poucos dias para nossa viagem acabar, queria aproveitar todo o tempo que me restaria com ele. Sei que será difícil para nós quando voltamos para Argentina e preferia pensar que desfrutaríamos desse curto momento que teríamos sossegados aqui. E o que eu faria sem ele aqui comigo? Não seria a mesma coisa. A não ser que eu... Uma ideia bateu em minha mente fazendo meu cérebro raciocinar que aquilo daria certo.

- Eu vou com você! - digo sem mais nem menos.

Marcos abriu os olhos no mesmo instante como se estivesse surpreso pela minha súbita e precipitada decisão e levemente balançou a cabeça em negação, como se aquele gesto fosse me impedir. Mas ninguẽm me impediria, eu voltaria com ele para Argentina mesmo ele não querendo. Minha viagem agora não tem sentido nenhum sem ele.

- Não quero que você perca seus últimos dias aqui por problemas da minha família. - ele diz tentando me convencer à ficar.