Paul nunca sentiu a sensação de conforto, esteve vivendo no escuro por muitos anos. Entretanto, o cheiro de morango o arrebentou, foi necessário apenas que a dona do aroma desse um sorriso para que uma luz iluminasse seu mundo.
Rose Swan, a prima m...
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WASHINGTON Condado de Clallam– Forks
Rose Swan
Despertei com meu corpo sendo sacudido pelo movimento do carro; minha testa havia batido contra o vidro. Sente-me assustada, por um momento esquecendo o que estava fazendo ali. Apesar do tempo que fiquei adormecida, o céu ainda estava claro, com o sol encoberto pelas nuvens. Suspirei antes de olhar para o meu tio, que dirigia o automóvel ao meu lado.
Perguntei-me quantas horas a viagem havia durado. Já havia perdido a noção do tempo há muito, desde que peguei o segundo avião para Washington, D.C. Nem me esforcei para verificar o horário no celular.
Notei que havia uma manta sobre o meu colo e suspirei ao ver uma pequena nuvem de vapor saindo dos meus lábios. Nunca fui muito fã do frio, e a temperatura de Forks fazia questão de me lembrar do desafio que seria enfrentar a vida daqui para frente. Mas me mantive determinada, focada em coisas boas. Eu preciso me manter firme, pela vovó e por mim.
Tio Charlie realmente estava se esforçando. Ele manteve uma conversa comigo desde que eu despertei no carro, e fiz questão de continuar o assunto até chegarmos ao nosso destino. Eu odiava ficar em silêncio com outra pessoa; era desconfortável. Mas Charlie fazia parecer tão fácil conversar, como se eu tivesse crescido morando perto dele.
— Sabe, Rose — disse Charlie, com os olhos focados na estrada molhada. — Vai ser bom para a Bella ter uma garota por perto, principalmente sendo você. — suspirou tio Charlie, e eu o olhei com mais atenção.
Apesar de morarmos longe uma da outra, eu sempre considerei Bella minha melhor amiga. Havia algum tempo que não nos falávamos, mas eu sabia que, no momento que nos víssemos, seria como se nada tivesse mudado.
— Ela anda estranha, entende? — continuou tio Charlie. — Antes, estava sempre com aquele namorado esquisito. Agora que ele foi embora, ela mal sai do quarto.
Fitei o vidro molhado enquanto tentava processar o que acabara de descobrir. Eu não sabia que Bella tinha namorado. Na última vez que conversamos, ela não me contou nada sobre ele.
— Ele morreu? — perguntei, tentando entender o estado deprimido da minha prima.
— Antes fosse — a voz de Charlie carregava uma certa mágoa. — Ele teve que se mudar com a família para outro lugar, algo assim. Ela não me contou nada, claro.
É claro que não contaria. Bella sempre foi muito reservada.
— A cidade é pequena, e a notícia corre. — continuou Charlie, e eu me arrepiei de medo de me tornar fofoca. — Não foi difícil descobrir depois de um ou dois dias.
Minha cabeça latejava um pouco. Bella não entrou em contato comigo nem quando minha avó faleceu; eu não recebi uma mensagem de pêsames vinda dela. Me perguntei se a razão para tal atitude seria a partida do namorado, e o quanto isso a teria afetado.
