Adianto-lhes que este conto será mais um lindo e belo conto, como aqueles com uma engenhosa moral e um espetáculo desenrolar. Neste, a história se passa na fazenda do senhor Leôncio em uma sociedade não muito diferente da nossa, porém formada de porquinhos, cada um com sua função. Tem os porquinhos machos e as porquinhas fêmeas, entre os porquinhos havia variáveis tarefas, e entre as fêmeas, bom, tinham basicamente a função de dar à luz à fortes leitõezinhos e lindas leitoas. Havia também entre os machos, os porquinhos governantes, os porquinhos ricos que continham os bens, os porquinhos lamacentos que por mais pobres, viviam felizes se banhando em densas poças de lama, haviam eles de fazer todo o trabalho, e os porquinhos sábios, estes eram poucos e detinham de todo o tipo de conhecimento, de exatas, humanas e lógico. Todos viviam a certo tempo em perfeita harmonia, porém com alguns anos as coisas mudaram, e eles começaram a se voltar uns contra os outros, machos contra fêmeas, ricos contra pobres, governantes contra alguns sábios. Para entendermos melhor e finalmente dar início à esta história, vamos acompanha-los mais de perto.
Eram 18h da noite, a brisa leve e quente de dezembro espalhava-se por toda a fazenda, nesta hora todos estavam dormindo, apenas o porquinho presidente, conhecido como General, junto com seus exclusivos, estavam em meio a uma reunião importante. Ele começa dizendo:
- Já é de conhecimento público que passaremos em breve por uma delicada situação, nosso país, bem como a Fazenda, passará por uma crise, com o retorno ao mapa da fome – General diz em tranquila voz. Ele é daqueles que é amado por poucos e odiado por muitos, ainda é misterioso sua eleição ao cargo. Depois de sua fala, ouve-se murmúrios de medo pela pequena sala, a maioria originando-se do setor dos porcos ricos.
- Oh, senhor! O que há de fazer? – Diz um porco rico.
- Penso na solução mais óbvia, tal que nem é necessário as mentes brilhantes dos porcos sábios.
- Que solução tão brilhosa seria esta?
- Afirmo que um pouco extrema, mas necessária. – continuou com postura que tal posição lhe exigia – Havemos de exilar, todos aqueles porcos de pouca importância de nossa Fazenda, só assim restará recursos para aqueles porcos de honra, porcos superiores. – Ao dizer isso, os porcos sábios se entreolham, discordando silenciosamente de tal declaração irracional.
- Quem seria esses porcos de honra? – pergunta o porco rico.
- Todos que se encontram nessa sala, porcos ricos, governantes e alguns sábios.
- E quanto aos porcos inúteis?
- Os porcos lamacentos e as fêmeas, pois estes não têm juízo algum, nem nenhuma outra habilidade significativa.
- Concordo – dizem os porcos governantes.
- Concordo – dizem os porcos ricos.
Nada dizem os sábios.
- Assim será. Amanhã ao meio dia, irei pronunciar publicamente a decisão de hoje. Peço-lhes que mantenham o bom comportamento e acalme os revoltosos, quero que esse exílio ocorra o mais breve possível. – diz com ênfase o General.
Ao final, todos se encaminham para suas palhas e dormem.
O dia amanhece com mais frescor que a noite quente, e todos os porquinhos realizam suas tarefas, os que não têm muitas tarefas aproveitam o tempo para passear, relaxar e cair em altas conversas. Como prometido, ao meio dia General sobe a um bloco alto de palha e se pronuncia, requirindo a atenção de todos.
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Porcos como a gente
Short StoryQuando uma fazenda de porcos está em crise, seu governante toma uma medida extrema e terá de arcar com as consequências de seus atos e preconceitos.