Prólogo

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O passado nos torna quem somos hoje, não podemos fugir dele ou nega-lo por mais desastroso que seja, pois seus acontecimentos são o que nos moldam, cada comportamento seu é consequência daquilo que viveu, nem sempre são fardos ruins, as vezes se t...

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O passado nos torna quem somos hoje, não podemos fugir dele ou nega-lo por mais desastroso que seja, pois seus acontecimentos são o que nos moldam, cada comportamento seu é consequência daquilo que viveu, nem sempre são fardos ruins, as vezes se tornam prazerosos, e se você estiver dentro da minoria, quer dizer que a vida tem seus preferidos, te escolheu para que ela seja plena e sem inseguranças, o que é claro não foi meu caso, já que estou a 9.312 km do meu lugar de origem e também conhecido como fonte de todos meus problemas.

Família, quando pensamos nessa palavra vemos as pessoas que estão conosco desde o nascimento, aqueles que tem nas veias o mesmo sangue que nós, que cuidam e protegem, mas para mim, família significa destruição, ódio, luxúria e poder, pois foi tudo que me ensinaram e plantaram no meu coração desde de criança,eu fui criado para ser um herdeiro, e para alegria de meus queridos pais, eu me tornei exatamente isso, eles só não esperavam partir tão cedo.

Não é fácil crescer sem alguém para te amparar, e vendo aqueles que deveriam te amar te menosprezando, você começa a aceitar migalhas, e se desespera pela mínima demonstração de atenção, esquecendo totalmente de enxergar aquilo que está na frente de seus olhos, e acaba com seu coração partido no fim da história. Sem amor e sem família, encontrando alguns amigos que se tornam a coisa mais importante da mísera que chamamos de vida.

Sim, com amigos. E como eu agradeço por isso.

Dean e Matteo são mais do que qualquer palavra descritiva, são tudo que me restam de mais importantes, é por eles que eu luto todos os dias e me lembro que nunca estarei sozinho enquanto eles existirem, os únicos capazes de me amarem mesmo que sem um coração em nossos peitos,mesmo que nossos demônios nos atormentem diariamente, somos a força um do outro.

—Covardes Luccas, nós somos covardes.—Matteo diz entrando no meu quarto e se jogando em cima da minha cama—Não se sente assim?

Avalio a pergunta por alguns segundos, vendo o desespero em seus olhos e o medo de ter tomado a decisão errada vindo para cá, mas quando olho em meu reflexo no espelho não sinto nada, no fundo a há uma pontada de alívio por não ter mais a sensação de ser reconhecido pelas ruas e ser enchido de perguntas, ou o peso da culpa que carrego por ter sido igual ao monstro que me criou.

—Merecemos um recomeço, não o teríamos lá.—respondo convicto

—Somos sujos demais para estar aqui Luccas, sabe que não merecemos viver em paz.—no fundo sei que Matteo não queria vir, ele vivia em um ciclo de punição todas as noites e sentia que precisava disso, agora ele não pode ter mais isso, e o mundo parece mais puro, nos tornando indignos de estar aqui, fazendo com que o caos orbite perto das pessoas ao nosso redor.

—Seremos só nós três, não há porque temer que machuquemos alguém.

—Você sabe que é improvável que isso aconteça.

O Caos Que Nos DestruiuOnde histórias criam vida. Descubra agora