Choices

Capítulo 1

-Mãe eu vou me atrasar, vamos!- grito do andar de baixo olhando em meu relógio vendo que já estou atrasada.

-Filha paciência, afinal vamos perder nossa filhinha- minha mãe diz fazendo bico e vindo me abraçar.

-Não vão me perder coisa nenhuma, estou apenas me mudando, não é como se estivesse morrendo- digo revirando os olhos e rindo da expressão de raiva de minha mãe em minha direção.

Minha mãe sempre foi assim, apegada aos filhos e muito emocionada me lembro da despedida de Laura ter sido da mesma forma, tenho uma irmã mais velha que saiu de casa a dois anos com o mesmo objetivo que o meu, minha mãe como sempre chorou e ficava listando coisas que ela poderia ter esquecido de colocar nas malas mas eu não reclamo de minha mãe não sei oque seria de mim sem ela, desde que me entendo por gente minha mãe foi minha melhor amiga, mesmo que eu tenha cometido o pior erro possível eu sei que posso contar com sua ajuda, afinal isso é papel de mãe mas com minha mãe é diferente.

Meu pai sempre foi o tipo conservador, não me lembro de quando tivemos uma conversa duradoura um com o outro, mas não o julgo ele teve uma infância com um pai difícil, o amo do mesmo modo, ele é o tipo de pai que deixa claro desde cedo que sexo é apenas depois de casar e do tipo que se eu aparecer gravida ele me bota pra fora, mas sei que isso não irá acontecer comigo, afinal tenho consciência de meus sonhos que seriam atrapalhados com um bebe no momento.

-Isabella deixe sua mãe ela sempre exagera em despedidas, não é mesmo querida - ele olha em sua direção rindo- afinal você está se mudando para um bem maior, sua carreira!

Isso é verdade estou me mudando para Londres afim de conseguir minha liberdade tanto pessoal quanto profissional, sou autora, passo a maior parte do meu tempo em ideias criativas e com a cara enfiada em livros. 

Depois de colocarmos todas minhas malas no porta-malas entramos e vamos direto ao aeroporto.

Nesse momento estou a caminho pra deixar méxico, sempre gostei de viver aqui mas de uns tempos pra cá tenho me sentido presa, me sentindo como um pássaro preso em uma gaiola e agora nesse carro estou quase destrancando essa gaiola para voar.

[...]

Na despedida estava tudo como esperado minha mãe chorando como sempre e meu pai me dizendo novamente pra ter juízo, depois de dar um abraço demorado nos dois entro no avião.

Estou um pouco nervosa confesso, nunca havia andado de avião e com todas essas noticias de acidentes acabam me deixando mais nervosa, como seria meu primeiro voo pego a primeira classe pra me sentir mais confortável, encontro meu lugar ao lado de outro vazio em frente de dois homens vestidos de preto.

Guardo minha bagagem de mão e me sento em meu lugar já soando frio com medo do que possa acontecer, decido então colocar meus fones e fingir por um momento que não estou prestes a deixar uma vida que vivi por 20 anos pra trás.