01: we're slowly getting closer.

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Dedico esta fanfic àqueles que possuem dificuldade em verbalizar suas emoções e que por isso criam as mais belas obras de arte aos nossos olhos e ouvidos, passando a dizer o que sentem com o coração ♡

Boa leitura!

🖌️₊˚.༄

CORES PRIMÁRIAS, secundárias e terciárias. Gigantes amarelos e azuis celestes como a calçada borbulhante da praia à beira do mar sigiloso. Pontas finas, grossas e medianas. Corpos macios e duros, causas de relaxamento ou tensão de mãos habilidosas; um verdadeiro colírio para os olhos e fadiga para um coração cansado de um mundo incolor. O universo de Lee Minho era assim, composto pelos tons e materiais mais bonitos; pelo resultante de uma obra digna de apreço próprio e reconhecimento popular.

Ele gostava da brisa, da calmaria, do universo colorido que denominou de lar quando seus olhos passaram a enxergar preto e branco ㅡ para não dizer desbotado. Ter dezessete anos às vezes era muito complexo. Uma força sobrenatural para mover um único lápis, mais ainda para despertar o corpo numa manhã sonolenta. Toda a maldade do mundo parecia pesar seus ombros com peso imaginário. Peso este que deveria, inicialmente, ter carregado no coração.

Mas esse era o mais prejudicado do projeto, pintado de cores e misturas desordenadas. Amarelo, azul e talvez um pouco de vermelho; uma junção de nobreza, harmonia e paixão, respectivamente. Por que só de vermelho se pintam os corações? Seria a paixão a única a proteger os vossos ocultos? A paixão de Minho se difundia sobre todas as coisas aprazíveis aos olhos e ouvidos, desde a queda da cascata salgada até a brisa inaudível que recorria seu quarto à noite, impedindo-o de manter um sono de duração mínima e decente.

Por outro lado, Han Jisung era uma mistura de cor e poesia, sempre tocando a música diligente do seu coração mais a fundo, assim como dominava as cifras de sua música predileta, responsável pela sua entrada nesse mundinho artístico e recluso. Ele vivia saltitante pelas ruas movimentadas da cidade com seu precioso violão nas costas. Poderia enxergar as notas musicais se quisesse ㅡ um dom singular que intrigava amantes e não amantes. Tamanha singularidade capturou o olhar curioso de Minho todos os dias sobre si, inclusive naquele mesmo dia.

Ele não soube desde quando, mas houve um momento em que se viu completamente rendido pelo violonista de sua escola que, curiosamente, tomava suas memórias boa parte do dia proveitoso e da noite ociosa. Queria tanto conhecê-lo, só não sabia como. Nome? Idade? Onde morava? Queria tanto saber as respostas dessas perguntas, mas era tímido demais para lhe dirigir um cumprimento cordial, quanto mais uma palavra ou frase. Observar seu objeto de contemplação preferido de longe era tudo o que poderia fazer.

─ "Oi, meu nome é Minho. Eu estive o observando durante todo esse tempo e fiz um desenho seu. Você gostaria de ser meu amigo?" ─ leu as palavras que anotou no papel para dizer, mas logo que caiu em si, pensou que fosse explodir de tanta vergonha. ─ E se ele me achar um stalker?

─ Mas você é um stalker ㅡ Seungmin disse.

Kim Seungmin era seu melhor amigo, na melhor das hipóteses. Havia quem dizia que ele estava mais para um inimigo disfarçado, que não pôde ir contra e se juntou. A questão era que até ele estava cansado da hesitação de Minho para chamar a atenção do garoto desconhecido, isso porque nunca nem mencionou a hipótese de ele chamá-lo para sair, senão Minho morreria de tanta vergonha de vez e não realizaria nem o primeiro passo: trocar uma única palavra com o indivíduo.

Minho suspirou, seguido de Seungmin, que expeliu o gás necessário mais pesado ainda. O dia estava quente, não aquele calor insuportável, do tipo que nem uma brisa sutil aliviasse seus rostos. Mas seu peito queimava constantemente, talvez pela angústia descrente de que nunca conseguiria falar com ele.

seventeen ★ minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora