A tela de meu celular mostrava as horas. 01:45. Não conseguia dormir. Era mais um dia daqueles, aquele sentimento, aquela angústia. Eu não sabia o motivo. Eu nunca sei. Parecia ser tudo, tudo que estava errado, e ao mesmo tempo nada, apenas essa sensação dentro de mim.
De repente ouço o som da notificação. Uma mensagem sua.
— Oi, estou na frente do seu prédio. Desce aqui.
Olhei sem acreditar para as palavras escritas na tela brilhante do meu celular. Um pouco daquele aperto no coração que eu sentia pareceu subitamente diminuir. Era incrível o que apenas uma mensagem sua fazia comigo.
— Estou indo. — Te respondo. Não acreditava que você estava na minha porta à essa hora, e também não entendi o motivo. Essas e outras perguntas rodavam em minha cabeça enquanto trocava de roupa e saía do apartamento o mais silenciosamente possível (minha mãe me mataria se me visse sair nesse horário).
Entrei no elevador. Tinha colocado um moletom, uma calça preta, e o meu eterno all star converse, ele podia estar completamente surrado e velho, mas eu não saía sem ele, não importava aonde eu fosse.
Quando cheguei ao térreo te vi atrás dos brancos portões de grade. Você estava de calça jeans, com seu moletom da NASA que eu sempre achei perfeito e seus cabelos escuros embaixo do capuz. Seus all star incrivelmente brancos não cobriam suas meias coloridas, que cada dia eram de uma cor diferente. Naquela noite eram vermelhas, assim como os meus tênis.
No momento em que você me viu, aquele sorriso tão único e maravilhoso que sempre faz meu coração bater mais rápido iluminou seu rosto. Independentemente de qualquer sentimento ruim que eu estivesse sentindo você estava ali, sem nem saber que eu não estava bem naquela noite, e só isso por si só me deixou feliz. Sorri de volta pra você, abrindo o portão para te deixar entrar.
— O que você está fazendo aqui tão tarde da noite assim? Sabe que horas são? Eu poderia estar dormindo! — Eu disse, desfazendo meu sorriso e fingindo estar brava. Mas acho que não funcionou, pois seu sorriso apenas aumentou ainda mais. Eu amo esse sorriso.
— Boa noite pra você também — você falou, sem responder à minha pergunta.
Revirei os olhos, mas foi impossível impedir o sorriso de voltar a aparecer em meus lábios.
— Vamos! Eu quero te mostrar uma coisa. — Você continuou, pegando minha mão e me arrastando para dentro do prédio onde eu morava.
— Para onde estamos indo? — perguntei, enquanto ria um pouco daquela situação.
— Se eu te contar não vai ser uma surpresa — você disse.
Estava muito curiosa, mas resolvi me deixar levar pelo mistério que você estava criando, era um clima bom.
Entramos no elevador e você apertou o botão do último andar. Sua mão ainda segurava a minha, a sensação era tão boa, me fazia me sentir segura. Algo simples, mas ao mesmo tempo incrível e inexplicável.
Chegamos ao último andar e subimos as escadas até chegarmos ao telhado do prédio.
A noite estava fria, e podíamos ver as inúmeras luzes da cidade no horizonte, milhares de pontinhos brilhantes, luzes amarelas e brancas se intercalando, um eventual vermelho ou verde se juntando a esse show de luzes da madrugada, algo tão comum, mas ao mesmo tempo tão mágico se olharmos com os olhos certos.
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Sob as estrelas .°☆•
Romance"Você sempre me conheceu tão bem... era incrível como sabia que algo estava errado comigo simplesmente por saber [...]" uma música, um abraço, e as estrelas brilhando no céu. (apenas uma one-shot de algo que eu imaginei)