Havia uns dias desde a última vez que falei com pessoas legais. Essa semana passei a semana toda refletindo e tentando não explodir com ninguém por causa da minha TPM.
Eu evitei contato com a any, evitei contato com meu pai, com minha tia que ainda está aqui.
Eu simplesmente me isolei.
Hoje eu estava afim de sair um pouco disso, até porque eu tenho provas bimestrais para fazer e se eu não fazer no final do ano vou me fuder.
Minha rotina matinal foi a mesma, tirando as chatices da any que por minha alegria, nem ela, nem minha tia estavam em casa.
Como gosto muito, de ir para a maioria dos lugares de bicicleta, não hesitei em usar minha bicicleta.
Sentir o vento batendo em meus cabelos, a brisa maravilhosa do sol sobre meu rosto, fez-me ficar mais positiva.
Chegando na escola, coloquei a bicleta no bicicletário logo passando uma corrente pelo ferro e pelo pneu da bicicleta para prender ela alí, evitando que a roubem.
Comecei a andar até dentro da escola e tirei meu casaco pois já estava sentindo calor. Meus braços já não estavam tão machucados, faziam dias que eu não me cortara.
Deixo minha bolsa no armário, pegando apenas o livro necessário, o estojo e caderno. E fui para a sala de aula.
— Senhorita Soares. — a professora chama minha atenção ao eu entrar — por que tem faltado tanto nas minhas aulas? Você vai saber responder a prova?
— vai ser eu e sorte, e eu tenho faltado por um motivo que eu não preciso te explicar. Bom dia — disse simples e fui a cadeira do meio sentando e pegando o livro para dar uma revisada antes da prova.
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Assim que o sinal toca, todos desesperadamente saímos da escola. Eu caminho até o bicicletário e tiro a bicicleta, mas logo que me viro tenho a surpresa de um garoto com um gorro na cabeça cobrindo seus cabelos castanhos e um skate sendo segurado por sua mão.— como você sabe onde estudo?
— só imaginei que seria aqui.
— o que faz aqui?
—falar com você. As vezes conversar com você me faz se sentir bem.
— agora? — o garoto assente — mas eu tô com fome!
— a gente vai em alguma lanchonete.
— você paga! — esclareço e ele rir.
Caminhamos juntos e conversando poucas coisas até a lanchonete mais próxima. Ao chegar no local pedi um sanduíche e um milkshake e fiquei esperando enquanto conversava com ele.
— eu estive me sentindo tão mal esses dias, sempre que eu saia do quarto meu pai sempre reclamava comigo. — ele dá uma pausa — eu até tentei ir para o dormitório, mas o babaca do may ficou me irritando.
— eu também tive dias ruins.
— garanto que os meus foram piores. Meio que, eu vou ter que morar em New York por um tempo.
— por que? — pergunto surpresa.
— meu pai quer que eu fique cuidando da empresa de lá, para pegar experiência.
— é longe...
— pois é...logo quando eu estava tendo amigos, ele me envia para essa merda de New York.
— não xinge a cidade, a cidade é uma maravilha, xinge seu pai.
— na minha mente eu já o xingei de todos os nomes possíveis.
Ele da uma pausa, enquanto a moça traz meu sanduíche e o milkshake.
— por que você não desobedece e fica? — pergunto após dar uma sugada no milkshake.
— porque da última vez eu quase fui parar em um internato.
— sinto muito por você. Até que foi legal ter você por perto.
— você é a única pessoa de quem não senti raiva até agora.
— você não me conhece de verdade, se me conhecesse ficaria com raiva por eu sempre chorar quando assisto a morte do Derek Shepard.
— é normal chorar com filmes.
— mas você não entende, eu já assisti umas sete ou mais vezes — ele fica me olhando confuso — e também eu sou insuportável, sou uma babaca imprestável!
— isso faz parte da vida.
— então tá me convenceu eu não sou tão chata o quanto acho — reviro os olhos enquanto sugo o milkshake.
— agora daria uma boa foto para figurinhas do whatsapp. — começo a rir com seu comentário.
Ficamos calados por um tempo. Eu já tinha comido, estava apenas olhando as coisas através da janela.
— foi bom ter meio que um amigo por uns dias. Vai fazer falta. Talvez não nos vejamos nunca mais.
— por que nunca mais?
— se eu me matar — ele me encara — ah, a gente vai se encontrar no inferno se você for um menino mal.
— você não é doida a esse ponto.
— é, não sou — nós dois rimos juntos.
— podemos ir? — ele me pergunta e eu assinto.
— já pagou amado? — pergunto.
— já amado. O que significa amado?
— nesse caso comigo ou com outras meninas é “amada”, é uma giria brasileira — explico pra ele que é usado em deboche e ele compreende.
Ele me acompanha até minha casa, e nos despedimos com um cumprimento estranho que treinamos no meio do caminho.
— tô vendo o sorrisinho — escuto a voz irritante da any e reviro os olhos.
— ah, vai se fuder! — disse simples e vou para meu quarto por uma roupa fresca.
𝐓𝐨 𝐛𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐝...
𝑎𝑚𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑔𝑜𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜💘
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Safe Harbor ⇢ 𝐍𝐨𝐚𝐡 𝐔𝐫𝐫𝐞𝐚
FanfictionSinopse: 𝐒/𝐍 (𝐒𝐞𝐮-𝐧𝐨𝐦𝐞) sofre de depressão por perdas passadas e tem sofrido muito, mas depois de uma noite, quando ela se encontrou com um grupo de drogados e conheceu 𝐍𝐨𝐚𝐡, um alguém que passa por uma coisa semelhante. Started : 0...