Capítulo 16: provocações.

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Oi meus amores, como vocês estão?

Primeiro de tudo, eu quero imensamente agradecer a todo mundo que participou da gincana e deu o sangue por essa história. Eu sou imensamente grata por tudo que vocês tem feito e por todo o apoio que eu recebo, que muitas vezes acho que não sou capaz de agradecer o suficiente.

Não se esqueçam de votar no capítulo e comentar muito para deixar uma autora que escreveu um capítulo de 14,5k pra vocês e vai liberar mais um no próximo domingo bem feliz com a vida.

Sejam bem-vindos ao início do #CasamentoDoAno, espero que gostem :)

Amber Collins

"Eu amo o cheiro da gasolina
Eu acendo o fósforo para saborear o calor
Eu sempre gostei de brincar com fogo
Brincar com fogo"

O toque irritante do meu despertador ecoa por todo o quarto, fazendo com que eu jogasse um dos braços para fora da cama, tateando a mesinha de cabeceira até encontrar meu celular conectado à fonte do carregador.

Quando, finalmente, o silêncio volta a reinar, me espreguiço entre os lençóis frios que cercam meu corpo. Pisco algumas vezes, tentando afastar o sono que ainda permeava meu cérebro exausto. Apesar da pequena pausa de vinte dias que o NYCB estabeleceu para o descanso dos bailarinos envolvidos em seu principal espetáculo, eu e Hayes continuávamos a ensaiar todos os dias, garantindo que nosso corpo traiçoeiro não se esquecesse daquilo que deveríamos saber de cor e salteado. E ele faz questão de me retribuir deixando cada pequena parte de meu corpo pungente a cada movimento.

Depois de um total de dois meses e quase quarenta noites nos apresentando com críticas mais do que positivas dos especialistas, nosso diretor resolveu nos dar uma folga antes de voltarmos para mais um sequência de apresentações. Eu não poderia estar mais realizada, afinal, no início dessa semana acordei com nosso espetáculo sendo notícia no The New York Times e meu nome estava em evidência com uma grande foto minha ao centro do palco. Gritei tanto ao telefone que meu pai pensou que eu estivesse sendo sequestrada ou algo do tipo, mas depois de ver a foto que eu enviei para o seu celular, ele correu até a banca mais próxima de comprou cinquenta exemplares do jornal.

Assim que ergui o corpo, sentando-me para alongar meus músculos doloridos, pude ouvir o barulho de panelas batendo umas contra as outras na cozinha. Respirei fundo, pensando em quão árdua a convivência com Thomaz estava sendo nos últimos dias. Fecho os olhos, relembrando a forma que meus dedos tremiam quando eu cruzei a porta na manhã daquele sábado, encontrando-o sentado em nosso sofá enquanto devorava uma caixa de donuts sem receio algum.

Abandonei a bolsa sobre o sofá conforme me movia em passos agitados pelo cômodo. Thomaz desviou seu olhar do jornal matinal exibido na televisão até mim, não demorando mais do que alguns segundos antes de perceber que havia algo completamente errado com a minha expressão.

- O que aconteceu? - Ele ergueu uma das sobrancelhas, mastigando com cuidado o conteúdo em sua boca, depois desceu os olhos para o que eu vestia e só então pareceu perceber que eu não havia passado aquela noite em casa, assim como ele - Onde você estava?

Engoli os milhares de palavrões que se alojavam em minha garganta, tentando me policiar e lembrar meu cérebro que aquele era o garoto que esteve comigo nos últimos seis anos. Nas fases boas e ruins. Quando eu tive um professor que me odiava na NYU e passei noites chorando sobre a forma com que ele me tratava ou quando recebi a proposta de emprego do NYCB. Não importava a ocasião, ele esteve lá. E eu não podia me esquecer disso.

- Quando você ia me contar? - Por mais que eu tentasse controlar, a tremulação que a raiva causava em minha voz era completamente audível. E ao mesmo tempo em que ela me dominava, ainda assim as pequenas lágrimas se formavam no canto interno do meu olho, trazidas pela mágoa. Eu não posso acreditar que fui traída dessa forma, não por Thomaz.

Wrong OneOnde histórias criam vida. Descubra agora