Meu maldito relógio-despertador tocava uma música dos Beatles quando chegava no horário marcado. Eram sete horas da manhã. Odeio acordar cedo! Odeio segundas-feiras, odeio os Beatles, odeio tudo! E odeio o fato de lembrar disso todas as manhãs assim que acordava! No entanto, por mais cansada e com preguiça que estivesse, o nervosismo não me deixou mais um segundo na cama. E por isso, rapidamente, me levantei seguindo direto para debaixo do chuveiro para uma ducha forte e gelada para levantar os ânimos. Vesti-me, tomei café, peguei minha bolsa e sai correndo para pegar exatamente aquele ônibus que passou na minha frente pela rua.
— NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOO! — sem pensar duas vezes, simplesmente saí correndo atrás do ônibus. — PARE O ÔNIBUS, PARE O ÔNIBUS, PARE O ÔNIBUS! — se eu perdesse esse ônibus, chegaria uma hora atrasada para o primeiro dia de aula na faculdade.
Alguém me diga, por gentileza, porque que a vida não é tão fácil quanto parece, quando somos crianças? Err... Tá, tá, eu sei a resposta. A vida é uma merda mesmo, simples assim! A minha, pelo menos, SEMPRE foi!
Mas felizmente o tempo passa rápido. Eu, pelo menos, não tinha medo de envelhecer ou morrer. É tudo inevitável mesmo! Não tinha porque me descabelar preocupada com isso! As tetas caem querendo ou não. Uma hora tudo cai e pronto! Todo o dinheiro que você gastou com produtos, silicones e botox simplesmente vão pro beleleu! Simples assim oras! É inevitável.
Então, cá estou descendo as escadas do prédio da minha nova faculdade (Sim! O motorista viu o meu desespero e, por caridade, parou o bendito ônibus. Fiquei tão feliz que beijei seu rosto)! Há. Porque tipo… sem querer me gabar, mas já me gabando... Eu sou muito foda! Consegui uma bolsa de estudos para terminar meu curso de design gráfico na Inglaterra, Londres! Putz. A festa que fiz em casa foi de arromba! Música alta, bebedeira a noite toda, e ressaca na outra. Eu e minha amiga estávamos lá. E só. Ah, pra mim foi muito divertido, sim! Me mijei rindo das palhaçadas dela. Ela é uma figura de outro planeta mesmo! Mas enfim… eu disse que foi divertido não é mesmo? É que eu sou uma pessoa quieta na minha. É sério! Pode não parecer, mas É SÉRIO. Se você não vem falar comigo, talvez só na próxima encarnação eu fale contigo! E olhe lá. E por isso me lasco quando tento fazer amizade. Mas estava tudo bem pra mim. Eu tinha um namorado... Ahhn... Não tenho mais a propósito, hehe, — mas os detalhes conto mais tarde — e agora estava na terra dos deuses ingleses. Digo... Teve deuses ingleses em alguma história, certo? Por que não é possível isso! Na rua se via cada loiro que me fazia babar. LITERALMENTE. É serio mesmo. Eu tinha que dar umas tapas na cara pra acordar do delírio, se não, eu ficava o dia todo no meio da rua, feito uma panaca, engolindo de volta a baba.
Voltando o disco, cá estava eu, feliz da vida por estar saindo da pior aula de história da arte do mundo — acredite quando digo que amo história. Mas o professor, coitadinho, já estava tão velhinho que às vezes alguém tinha que acordá-lo no meio da aula... Hehe ele mesmo dormia contando as histórias! — prestes a pegar o busão de volta para o meu apartamentinho novo, ouvindo meu ipod cor de rosa, quando, de repente, fui atacada por uma bola de papel maligna. Certeira no cabeção. Bhá! Que merda! Fingi que sou altista e que não senti nada! Sai andando como se nada me aconteceu. Era melhor do que encarar o mico de frente. Certo que foi alguma bala perdida. Aquilo não poderia ter sido pra mim! Eu era uma estrangeira ali, que só dizia “Ralou” pra todo mundo. Não tinham porque algum gaiato querer se engraçar pra cima de mim. Eu não sou nenhuma Britney Spears da vida! Err... Correção: em seu auge de carreira. Porque agora com certeza sou melhor do que ela! Hahaha.
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Incógnita
FanficUma viagem, uma aposta, um encontro na faculdade, uma pizza em um sábado e uma banda. Ela não fazia a mínima ideia de que sua vida viraria de cabeça para baixo ao conhecer estrangeiros. Em especial, um moreno muito mal humorado. Disclaimer: A imagem...