Capítulo 3

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Bom dia minhas mafiosas lindas e perfeitas... Como estão? Animadas para o fim de semana? 

Vou deixar aquele capítulo do fim de semana para vocês. 



RAF

Não disse e não contei nada a ninguém, mas desde aquela tarde tenho tentado deixar tudo organizado para poder me afastar. Desta vez era necessário pensar nela e nos meninos, precisávamos aproveitar o tempo que nos restava. Giovani teria que entender que eu não estaria por perto e que ele precisaria resolver as coisas sem mim.

— O que o senhor achou da casa? — Estava parado sobre o deque de madeira, nos fundos da casa, observando as ondas irem e voltarem.

Desde o momento em que decidi deixar Nova Iorque e me afastar um pouco dos problemas familiares passei as madrugadas procurando por uma casa em que pudéssemos morar por um tempo, levar uma vida mais simples, sem problemas, confusões e dilemas familiares. Queria um templo de paz e sossego, e acabei encontrando algo em Rockport, Massachusetts, a 40 minutos de Boston. O que era ideal. Estaríamos próximos a uma cidade grande que nos ofereceria recursos caso precisássemos. Sem mencionar que a casa onde estava visitando para comprar tinha o quintal praticamente dentro do mar.

— Gostei bastante, acredito que uma simples reforma a deixe perfeita. — Com as mãos no bolso da calça de alfaiataria me virei e sorri para o casal que me olhavam intrigados. A mulher usava um vestido de flores grandes, uma profusão de cores que não se combinavam e o homem estava de calça jeans e uma camisa combinando com o vestido peculiar da sua parceira.

— Me perdoe, senhor Valentino, mas a casa foi reformada para a venda.

— São adaptações que precisaria fazer, mas tudo será por minha conta.

— Então isso quer dizer que estamos fechando o negócio? E que estará de acordo com a comissão que pedimos? — A mulher espreitou seu olhar e sorriu maliciosamente.

Como odeio esses corretores que gostam de morder cada fatia de um bom negócio.

A casa era perfeita, localizada em um condomínio. E pelo que disseram era verdade, havia sido recentemente reformada e pintada. O cheiro da tinta ainda era um pouco forte, porém ela teria que ser adaptada em algumas coisas. O médico de Alícia, em uma ligação que fiz a ele, questionando se Boston tinha bons médicos, me disse que eu deveria estar preparado caso os pulmões sofressem com a distrofia. Que seria ideal ter aparelhos e equipamentos que oferecessem o suporte necessário para ela. E por esta casa ser espaçosa daria certo, era só fazer algumas alterações e adaptações.

— O senhor está querendo só para férias, ou pretende morar? — O homem bateu com o cotovelo na corretora, em uma tentativa frustrada de mandá-la se calar.

— Pretendo morar. — Acabei respondendo para evitar a curiosidade da mulher. — Será eu, minha esposa e meus dois filhos.

— Aqui é ótimo para crianças.

— Espero que sim...

— Então estamos fechando o negócio? — Ela mal me deixou terminar a frase e tornou a perguntar se eu iria ficar com a casa, mesmo tudo indicando sim.

— Estou ainda analisando. — Girei com o corpo, novamente dando as costas para os dois, ficando de frente para o mar. — Aqui consigo pessoas para trabalhar com facilidade?

— O senhor se refere a que tipo de trabalhadores? Da construção civil?

— Não, me refiro a uma mulher que possa cozinhar e ajudar minha esposa a cuidar da casa e dos meninos.

Rafaello Valentino  - Livro 5 (SEM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora