Parte um: Meu namorado sociopata. 1- Ele.

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Ele sempre vem aqui.

A minha rotina era lavar o chão naquele colégio inteiro a noite quando a maioria dos alunos iam embora para suas confortáveis casas. Eu, o misero zelador tinha que contentar em trabalhar em dois empregos.

Até que é legal o meu trampo, não tenho que reclamar. Eu pego o meu esfregão coloco o meu radinho de pilha no banquinho é vamos que vamos!

Ultimamente vem um garoto mexer no seu armário nesse horário. Ele faz isso há uma semana, às vezes eu sinto que ele me olha quando estou de costas, porém não dou muita confiança porque orque sei que ele não é para mim.


Aliás que belezinha hein? Ele é a metade do meu tamanho. Nas aulas de educação física usa um short lyca, é branquinho, tem um cabelo negro curto e a pele branquinha do jeito que eu gosto.

Eu preciso confessar uma coisa, tenho uma queda enorme por garotos assim iguais á ele. Beleza andrógena, personalidade delicado... São maleáveis na hora da cama.

Nunca me classifiquei como hetéro ou gay.

Na minha concepção eu acho que não deveria rotular as pessoas nessa forma. É um tabu muito grande e muito mais para mim. O meu porte é naqueles tipos de machão alfa, musculoso, que nem aquele cara de operário de obra ( naqueles que dar cantada para qualquer moça que passa na rua), tenho a pele um pouco queimada (muitos confunde que é bronzeado mas é na minha natureza mesmo). Essa aparência toda e totalmente inverso na minha personalidade. Sou calmo, quieto da minha, honesto e gosto muito filosofia. O meu sonho é me tornar um professor.

Dou uma espreguiçada forte, naquele que estica o corpo todo, pego o meu carrinho de limpeza para mudar de lugar, porém por último, resolvo olhar de relance para o tal garoto, então para minha surpresa ele não estava mais ali, quando viro o rosto dou de cara com um lindo par de olhos vermelhos atrevidos me encarando.

"Oi" Ele sorri de leve, do modo de uma patricinha.

"Hã...oi." Retribuo com belo sorriso mostrando todos meus dentes, eu penso em olhar para baixo com vergonha, mas não iria adiantar muito abaixar a cabeça porque ele é menor do que pensava. "Já estou saindo. Boa noite"


"Hei!" Aqueles olhos estreitos brilharam com certa curiosidade." Posso perguntar uma coisa?"

"Sim, Lógico!" Eu começo a limpar as minhas mãos do pano para disfarçar a minha timidez. Pode falar gracinha.

"Eu nunca vi... de um negro. Pode me mostrar?" Mantendo um sorrisinho irônico dele.

Minha expressão de bobo da corte se desfaz substituindo por uma incógnita. Paro imediatamente mexer em minhas mãos. "Como assim?"

Ele força mais o sorriso, reforçando mais sua carinha de safado "Quero ver se é grande como dizem."

Eu tentei processar na minha mente todo que ele dizia, podia dar mil e umas respostas, mas não saia uma única palavra da minha boca.

Depois de certo tempo, ele tira o interesse em seus olhos e começa a me olhar entediado, cruza os braços bem impaciente esperando a minha resposta. Viu que não iria sair nada dali, desfaz a postura e vai direito para o seu armário arrumar suas coisas.

" Você sempre trabalha nessa hora?" Pergunta ele.

Eu ainda pasmo com o pedido dele, finjo que havia esquecido o que havia escutado. Tentei recobrar a normalidade no meu rosto.

"Sim. Bom... Às vezes eu pego mais tarde depende do serviço."

"Eu sempre vejo você atrás nos outros corredores me espiando." Ele apóia as duas mãos na aba do seu armário de ferro virando o rosto para me ver. Semelhantes ao modo das lideres de torcidas do colégio quando paquerava algum cara popular. Umas loirinhas bonitinhas, mas todas elas vadias.

E..que... Arruma logo uma desculpa! Raciona! Penso o tempo todo, enquanto eu engasgava com as palavras, o pequeno ainda permanência na mesma postura e sempre com o seu sorriso irônico e confiante no rosto em silêncio e me observando cada detalhe. Isso já estava me incomodando, aos poucos minutos de conversa, eu percebo que a sua auto-estima é muito alta. A sua voz, apesar de ter traço de feminilidade (como muitos garotos do tipo dele tem) era sedutora e dominante. Não importava o tamanho, colocava você no seu devido lugar: Submisso á ele.


"Tenho que ir" Eu decidi terminar a conversa ali. Tenho outros lugares para limpar

Ele desconfiado, levanta uma sobrancelha e novamente desfaz o riso dele. "Esse é o ultimo lugar que você limpa antes de ir embora."

Comecei a dar desculpas aleatórias. Ele se virou, encostou a cabeça no armário e cruzou os braços fingindo estava me ouvindo. Certa altura da conversa ele me interrompeu.

"Não me respondeu. Se eu posso ver ou não." Perguntou entediado.

" Eu...hãn...Que isso! Ô garoto! Você está pensando que ta falando com quem? Não sou nenhum dos seus colegas viadinhos."

Ele deu um bocejo tapando a boca com a mão.


"Abuso! Esse é o problemas desses filhos da puta, que acha que só porque tem dinheiro tem o direito em pisar nas pessoas" Peguei o meu carrinho de limpeza irritado e quando me virei para ir no outro lugar, em uma velocidade subhumana o pequeno se desloca na minha frente. Dou um passo para trás de susto quase derrubando o material da limpeza em cima do carrinho.


O menor na minha frente dar um risinho desdenhoso se aproxima de mim aos poucos em passos lentos

"Sai na minha frente!" Me desviei dele sem encostar-lo e segui em frente no meu caminho. Ele continuou parado no meio do caminho e sempre com aquele maldito sorriso na cara me observando.

Poxa... Tão bonitinho, mas tão ordinário. Ele seria perfeito se fosse tímido igual aqueles garotos da aula de arte que vejo quando as vezes faço serviço de tarde.

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⏰ Última atualização: Feb 23, 2015 ⏰

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Meninos Malvados (yaoi/ BoysLove) ReescritoOnde histórias criam vida. Descubra agora